domingo, 12 de julho de 2020


SABACU NO GOVERNO QUE NÃO RESPEITA AS CRIANÇAS

Pelos 30 anos do Estatuto da Criança e Adolescentes.

Levantamos e formamos uma grande roda, quando cada um canta o nome da pessoa que não simpatizava e cantando fazia de conta que estava dando um Sabacu neles.


Ademir Ramos (*)


O Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei 8.069/90, de 13 de julho de 1990, completa, neste ano de 2020, 30 anos de sua promulgação. Foi, sem dúvida, uma das grandes conquistas do movimento social em articulação com a pastoral familiar e da criança vinculadas a Igreja Católica coordenada pela médica sanitarista Dra. Zilda Arns Neumann, coordenadora internacional da Pastoral da Criança, com aval e apoio do Fundo Internacional de Emergência das Nações Unidas para a Infância.
   
DETERMINAÇÃO CONSTITUCIONAL: Tenho muito orgulho de ter participado junto com outros companheiros e companheiras do Movimento Meninos e Meninas de Ruas desta luta pela efetivação do direito “dessas pessoas em desenvolvimento”, sob a direção do Padre Bruno Sechi, respaldado na Constituição Federal de 1988, que assegura à criança e ao adolescente do Brasil, em seu Art. 227, seus direitos fundamentais: “É dever da família da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de coloca-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.

                                       Nossa homenagem a Dra. Zilda Arns In Memoriam.

PARA JUSTAR CONTA: Juro que não me canso de falar e se possível gritar para acordar esses governantes desatentos e irresponsáveis se assim não fosse viriam a público para justar contas do seu dever constitucional. Digo e repito, um dos maiores critérios para se avaliar a gestão de um determinado governante é conferir o que este “animal político” fez ou pretende fazer em atenção aos direitos das crianças e adolescentes de Manaus, Amazonas, Brasil. Certa vez lá em Tonantins, no Alto Solimões, município do Amazonas, eu e Suki, companheira de viajem, nos deparamos à boca da noite com um grupo de criança bem na entrada da Pensão, onde estávamos hospedados, então resolvi sentar e fazer parte da roda de conversa, momento em que a laguz foi embora, como tem sido de praxe no interior do nosso Amazonas. Não parei não, exagerei na dose das narrativas contando “causa” da nossa Amazônia. Consegui segurar a meninada e depois comecei a falar da Escola, Saúde e da Felicidade das crianças e dos adolescentes enquanto direito deles e dever do Estado cabendo aos governantes realizar programas e projetos em atenção a esses brasileirinhos indígenas, quilombolas, da cidade e do campo.

Nossa homenagem In Memoriam ao Padre Bruno, amigo das crianças.

SABACU NELES: Sob a luz dos direitos fundamentais resolvi então perguntar o que eles fariam com esses políticos que pouco ou nada fazem pela vida saudável das crianças, não me responderam. Então me lembrei da brincadeira que fazia quando um dos amiguinhos não respeitava o outro ou quando não cumpria o que foi combinado e procurava enganar todo mundo. Dito isso, eles queriam saber como era a brincadeira e como se chamava. Falei que era o famoso Sabacu, quando se organiza uma grande roda e colocava o amiguinho no meio e os meninos e meninas batiam com as pontas dos dedos na cabeça do amiguinho como fosse uma forma de batismo para que ele nunca mais venha contrariar a vontade da maioria se querem saber era isso que eu gostaria de fazer com esses políticos que não respeita os direitos das crianças. Pra finalizar levantamos e formamos uma grande roda, quando cada um cantava o nome da pessoa que não simpatizava e cantando fazia de conta que estava dando um Sabacu neles.

(*) É professor, antropólogo, coordenador do projeto jaraqui e do núcleo de cultura política do Amazonas vinculado ao Dpto. de Ciências Sociais da UFAM.

quinta-feira, 2 de julho de 2020

BEM-ESTAR DAS CRIANÇAS COMO CRITÉRIO DE POLÍTICAS PÚBLICAS



O mundo das crianças não é só da fantasia, do faz de conta.  Requer condições materiais, cuidado, proteção e respeito em atenção ao bem estar-social e mental dessas pessoas em desenvolvimento.

Criança é família, saúde, educação, lazer e cultura. Avaliam-se as políticas públicas de uma nação a partir da qualidade de vida das suas famílias.


O importante é saber que os políticos parlamentar ou governo devam assumir compromisso antes de tudo com a vida saudável das crianças porque se elas estiverem felizes e saudáveis a sociedade como um todo estará em festa.

O portal da felicidade dessas crianças em todos os mundos é a educação em tempo integral, da creche ao ensino fundamental.

Nesta situação, a escola é uma instituição catalisadora a reunir em sua estrutura projetos e programas focados no desenvolvimento humano com vida saudável, felicidade e só alegria.                

quarta-feira, 1 de julho de 2020

DIZEM QUE TODO POLÍTICO É LADRÃO


   
Ademir Ramos (*)

Esta opinião circula pelo vasto mundo. É bom que tenhamos a clareza da situação para não endossar os apetites dos afoitos que querem porque querem fechar o congresso e dar cabo aos demais poderes constitucionais rasgando a nossa Carta Magna.

Estes afoitos projetam no outro a nossa desgraça e com isso buscam se livrar de qualquer responsabilidade dos fatos. Mas, saibam todos que o parlamento e o governo foram eleitos pela vontade popular e só serão depostos se contrariarem formalmente a Constituição e as leis infraconstitucionais.

Se nós aceitássemos a máxima corrente de que todo político é ladrão estaríamos compactuando com a morte da Democracia em favor de um governo autoritário e personalista, chamemos de ditadura, tirania como quiserem, o fato é que as liberdades civis serão castradas e a Nação será refém do poder absoluto que se pauta na sua própria vontade articulado com as facções que os apoia, instrumentalizando, dessa feita, o Estado para seus interesses patrimoniais e corporativos.

No varejo somos todos iguais. Por esta razão é importante aprimorar os mecanismos de controle institucional e da sociedade civil organizada assentado na liberdade de imprensa e na livre manifestação do pensamento nos termos da lei.
 

Na Democracia, verdadeiramente, os fins não justificam os meios. Pois se assim fosse a corrupção seria regra e não exceção. Em resumo, é necessário aprimorar o sistema eleitoral, permitindo que o eleitor cidadão tenha mais clareza quanto à sua opção nas urnas votando com responsabilidade e consciência.

A corrupção é recorrente, o ladrão existe, a vigilância e o combate têm sido constantes tanto no Legislativo como no Executivo e Judiciário.  Imputar unicamente ao povo esta responsabilidade é injusto se o Legislativo não trabalha com propósito de fazer uma Reforma Política Já, que defina os meios estruturantes para melhor escolher e optar nas urnas por candidatos responsáveis comprometidos com as demandas populares. Não havendo Reforma, os políticos continuarão sendo apedrejados pelos justiceiros que nem Madalena nas ruas, praças, mais ainda, nas mídias sociais sem a tutela do Cristo.           
  
(*) É professor, antropólogo, coordenador do projeto jaraqui e do núcleo de cultura política do Amazonas vinculado ao Dpto. de Ciências Sociais da UFAM.