domingo, 30 de outubro de 2011

O PPA DO GOVERNO OMAR AZIZ E A EDUCAÇÃO NO AMAZONAS

O Governo do Estado do Amazonas encaminhou a Assembléia Legislativa do Estado, em cumprimento ao preceito constitucional, o Plano Plurianual – PPA 2012/15, que é um instrumento de gestão pública, visando à consecução de seus objetivos, diretrizes, metas, programas e ações nomeadas pela primeira vez sob a direção do governador Omar Aziz, enquanto prioridades do seu governo, orientadas pelos princípios, assim definidos: racionalidade, ética e moralidade com o trato da coisa pública.

A proposta respalda-se na análise da conjuntura internacional, nacional e local na perspectiva de assegurar o desenvolvimento do Amazonas pautado nos critérios de seletividade, progressividade e adequação às especificações e natureza de cada programa, considerando ainda a existência de dois grandes cenários indicativos : a Zona Franca de Manaus, como pólo industrial gerador de emprego e renda, que se conjuga como significativo cenário de desenvolvimento socioeconômico, e o cenário que registra a presença de sessenta e um municípios de grandeza territorial variável, com vocações econômicas próprias que precisam ser entendidas e potencialmente aproveitadas.

Para o governo Omar Aziz, “a escolha de prioridades e os respectivos arranjos construídos para sua efetivação se propagam na direção da redução das desigualdades, orientando a linguagem do PPA 2012-2015 na busca de novas formas de atendimento das políticas públicas, subsidiadas em uma visão estratégica, considerando os programas que contêm os desafios e os compromissos para os próximos 4 anos”.

No PPA – 2012/15, a Estimativa da Despesa apresentada representa a somatória de R$ 51.746.093.400, sendo que para Educação a somatória estimada é de 4.145.181.431, a maior de todas, inclusive da saúde.

O poder executivo cumpriu com o seu dever encaminhando para o Poder Legislativa suas prioridades contempladas no PPA, espera-se que este Poder, por meio da Presidência da Casa discuta junto às Comissões T’écnicas da ALE/AM, juntamente com as lideranças populares as prioridades definidas pelo Governo, bem como também o montante de recurso disponível para sua aplicação, em síntese cumpra com o seu dever constitucional com autonomia e determinação amparado no instituto da representação e da participação popular.

No momento apresentamos um resumo da matéria que diz respeito à educação com objetivo de fazer com que o pesquisador e/ou estudioso tenha acesso a estes dados para formular os seus questionamentos contribuindo assim para ampla discussão da temática em rede, no horizonte de se promover a REFORMA EDUCACIONAL NO AMAZONAS, avaliando as prioridades definidas pelo Governo Omar Aziz, considerando a realidade efetiva das escolas públicas no Amazonas.

EDUCAÇÃO COMO ESTRATÉGIA DE MUDANÇA

A educação se apresenta como um fator estratégico quando se pensa em desenvolvimento. No caso específico do estado do Amazonas, percebe-se que o crescimento no campo da educação, em especial no ensino fundamental, médio, alfabetização de jovens e adultos, assim como programas de capacitação continuada, promovidos pela Universidade do Estado do Amazonas, tem contribuído para melhorar o perfil da educação no Estado com resultados positivos na infraestrutura de desenvolvimento humano e profissional do setor.

A adequação da infraestrutura escolar de cada município com vistas a atender as necessidades mais urgentes e mais críticas, especialmente na adequação do processo educacional voltado à formação da cidadania e no preparo do jovem para o mercado de trabalho, estimulou o governo a investir no aparelhamento das escolas, na criação e modernização das bibliotecas e na inclusão digital, que se estende ao uso comunitário.

O Estado busca agora concentrar-se em uma educação de qualidade, para atingir as metas estipuladas pelo Ministério da Educação e Cultura, aprovando grande parte dos alunos da rede pública no ENEM e PSC. Criará também novas escolas de tempo integral, garantindo assim um ensino completo na capital e interior.

Considerando o diagnóstico feito em cada município sobre a estrutura educacional e cultural existente, foi possível, de forma gradativa, dotá-los de todos os serviços que devem estar, democraticamente, disponíveis a todos os cidadãos, em especial aos jovens que devem dispor de oportunidades de se formarem como cidadãos plenos, passando a fazer parte do processo de inclusão social.

No caso específico dos jovens, é absolutamente necessário que tenham as condições socioeconômicas básicas para se manter na escola e assim prosseguir até a formação superior, sem necessitar sair de seus respectivos municípios. Da mesma forma, estão sendo disponibilizados sistemas de internet, TV via satélite, bibliotecas atualizadas e informatizadas, auditórios, para apresentações polivalentes, enfim, acesso aos meios de informação e formação cultural sem os quais sua cidadania estaria comprometida.

CAPACITAÇÃO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO

Quando se fala em educação, o primeiro aspecto a ser considerado é o nível de capacitação docente, possibilitando a sua formação contínua, que hoje é uma realidade, com a interiorização do ensino superior por meio da Universidade do Estado do Amazonas, que se faz presente em 16 municípios, envolvendo gradativamente todos os outros municípios, além de contar com a presença da Universidade Federal do Amazonas, com seu programa de instalações de Campus no interior. A interiorização do ensino superior, feito pela Universidade do Estado do Amazonas, passou a modificar a forma de ser, pensar e agir da população beneficiada pelos cursos realizados, visto que passam a influenciar no comportamento da sociedade local, tornando-a crítica, reflexiva, responsável e cooperativa.

EDUCAÇÃO: OBJETIVO, DIRETRIZES, METAS E PRIORIDADES

Objetivo: Garantir o acesso da população amazonense à educação e ao conhecimento com equidade, qualidade e valorização da diversidade.

Diretrizes:

Assegurar o Ensino Fundamental e oferecer, de forma prioritária, o Ensino Médio a todos que o demandarem.

Ampliar a Educação Profissional com a oferta de cursos técnicos que atendam às demandas e expandir o Programa de Inclusão Digital, com cursos de informática em todos os municípios do Estado.

Consolidar a Universidade do Estado do Amazonas, ampliando a sua infraestrutura física e buscando a excelência no ensino, pesquisa e extensão.

Metas e Prioridades:

Elevar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), no segmento das escolas estaduais, melhorando a qualidade do Ensino Fundamental; expandir e qualificar o Ensino Médio, atendendo também a demanda da zona rural do Estado.

Duplicar a oferta de cursos técnicos oferecidos pelo Centro de Educação Tecnológica (Cetam), atingindo 40 mil vagas.

Ampliar o número de vagas de cursos (Enfermagem, Odontologia, Medicina e na áreaTecnológica) da UEA e ampliar sua estrutura física no interior; criar o Centro de Ensino Superior da Região Metropolitana - Base em Manacapuru e Novo Airão (Educação, Engenharia de Pesca e Naval).

Educação Básica

O cenário educacional no Estado do Amazonas hoje se encontra em posição mais favorável, considerando todos os desafios enfrentados durante os últimos anos pelo Governo do Estado do Amazonas. Várias ações direcionadas aos setores estratégicos do sistema estadual da educação vêm sendo implementadas, o que contribuiu para melhorar os resultados dos indicadores educacionais constantes do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB e Índice de Desenvolvimento da Educação do Amazonas – IDEAM, colocando o Estado do Amazonas em um patamar educacional superior ao que se encontrava anteriormente. Comprovando isso, deve-se registrar com otimismo que a rede estadual de ensino ultrapassou o índice de 3,3 projetado para 2007 pelo Ministério da Educação e Cultura - MEC, equiparando sua média ao esperado ainda para 2013.

Em continuidade às políticas de melhoria da educação, no que tange ao Acesso Escolar, o Poder Executivo vem estrategicamente garantindo a criação de novas vagas para o Ensino Fundamental e Médio, a partir de estudos de georreferenciamento que identificam as demandas da população em idade escolar, bem como demandas reprimidas que não tiveram oportunidade na idade devida.

O Ensino Médio Presencial Mediado por Tecnologias desenvolvido pelo Centro de Mídias de Educação do Amazonas, constante do Programa Acesso Escolar, foi ampliado em todos os municípios do Estado, criando novas vagas para oportunizar maior acesso e inclusão das populações residentes nas comunidades rurais dos municípios do estado do
Amazonas.

Na esteira dessas preocupações, o Executivo Estadual buscou transformar os espaços escolares existentes, tornando-os mais confortáveis e favoráveis ao processo ensino-aprendizagem, construindo novas escolas com padrão arquitetônico adequado.

Outra ação realizada pela SEDUC que merece destaque refere-se à Política de Valorização, com a formação inicial e continuada dos servidores da educação da capital e interior nas diversas áreas do conhecimento, bem como as diversas premiações de incentivo à melhoria da educação. Esta última, denominada Premiação por Mérito do Desempenho Educacional, criada pelo Governo do Estado, estabelece o pagamento do 14º e 15º salários aos profissionais das escolas que atingem as metas preestabelecidas pela SEDUC.

Os resultados apresentados no Índice do Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) e Índice do Desenvolvimento da Educação no Amazonas (IDEAM) são reflexos das ações dos programas que formam o eixo estratégico do sistema estadual de ensino público.

Uma demonstração disso está na superação dos índices projetados para o Estado do Amazonas pelo Ministério da Educação (MEC), ao atingir em 2009 a média planejada para 2013. Na busca pela melhoria dos indicadores da educação, o Governo do Estado do
Amazonas e a Secretaria de Estado da Educação e Qualidade do Ensino implantaram em 2008 o Sistema de Avaliação do Desempenho da Educação do Amazonas - SADEAM, que visa um contínuo monitoramento do sistema educacional, bem como subsidiar a gestão institucional no que se refere às definições de políticas educacionais para possíveis correções de distorções desse processo.

No SADEAM, foi construído o Índice de Desenvolvimento da Educação do Amazonas – IDEAM com o objetivo de possibilitar uma visão mais integrada do desenvolvimento educacional do Estado, o qual está em consonância ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB, cujo primeiro resultado foi apresentado em 2009.

Ainda na busca de melhorar os indicadores da educação, o Governo do Estado do Amazonas premiou as escolas que alcançaram o índice de 4,5 no Sistema de Avaliação do Desempenho da Educação do Amazonas (SADEAM) com o Prêmio Escola de Valor, onde cada escola receberá R$ 30.000,00 para investimento na própria escola. Na premiação, 234 escolas atingiram a meta estabelecida, ressaltando que 46 são de Ensino Médio Regular e 8 oferecem o Ensino Médio (EJA), sendo elas avaliadas pela primeira vez nessa metodologia.

No mesmo sentido, destaca-se ainda a premiação do 14º e 15º salário, onde escola que atingisse o índice 5,2 receberia o 14º salário e 5,7 receberia o 15º salário. Um total de 85 escolas atingiu a meta de 5,2 e 37 escolas atingiram a meta de 5,7, conquistando o direito ao 15º salário.

Ainda no âmbito das premiações, 44 escolas participaram do Prêmio Nacional de Gestão Escolar, das quais cinco foram finalistas. A Escola Estadual Benjamim Brandão, localizada no bairro da Compensa, foi a ganhadora do prêmio de uma viagem de intercâmbio para os Estados Unidos para o gestor escolar.

A busca de parcerias significativas na formação dos docentes muito contribuiu para o melhoramento dos indicadores, como os projetos realizados em parceria com o Ministério da Educação, conforme destaque:

Proinfantil - participaram do curso 1.019 professores de 23 municípios;

Mídias Aplicadas à Educação - beneficiou 1.555 professores em 29 municípios;

GESAC – (Governo Eletrônico – Serviço de Atendimento ao Cidadão) - capacitou 513 pessoas em 8 municípios;

Profuncionário – 500 servidores (merendeiras, vigias, auxiliares administrativos e secretários escolares) participaram do curso realizado em Manaus. Em 2011 o Projeto será expandido para o interior;

Educação Escolar Indígena - 869 professores de 35 etnias diferentes foram formados para atuarem nas comunidades indígenas.

A criação de um novo modelo de escola, capaz de suplantar os mais diversos obstáculos, com o uso da tecnologia IPTV (Internet Protocol Televison - sistema de transmissão de TV digital sobre o protocolo IP (Internet Protocol)), por meio de ligações de banda larga, o número de Escolas de Tempo Integral e Centros de Educação de Tempo Integral (CETIs) está sendo ampliado com a construção de novas unidades, tanto na Capital quanto no interior do Estado, favorecendo o desenvolvimento integral do discente, em consonância com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, com atividades didáticopedagógicas de complementação, esportivas e socioculturais.

A rede de ensino neste ano de 2011 está composta por 20 Escolas de Tempo Integral, beneficiando 9.874 alunos, sendo 7.048 alunos do Ensino Fundamental e 2.826 alunos do Ensino Médio.

Norteadas nos princípios da eficácia, eficiência e da economicidade, as ações dos programas estratégicos, como o Ensino Médio Presencial Mediado por Tecnologias, promovem as ferramentas que impactam positivamente nos índices de avaliação do ensino, ao disponibilizar aos moradores das localidades rurais dos municípios do estado do Amazonas, novas vagas nas modalidades do Ensino Fundamental e Médio, e ao transportar a escola para os beiradões do sertão amazônico, adequada à qualidade e excelência do quadro docente e dos recursos tecnológicos necessários para tal empreendimento.

Visando à expansão do Ensino Médio Presencial com Mediação Tecnológica, pelo Centro de Mídias de Educação do Amazonas, foi ampliada a oferta de vagas para 1.500 comunidades, com a criação de 1.110 salas de aula, totalizando 25.032 vagas nos 62
municípios do Amazonas, permitindo a inclusão e permanência dos jovens em suas localidades, inclusive oferecendo como suporte o transporte escolar. Desse total, 18.930 são alunos do Ensino Médio e 3.051, do Ensino Fundamental.

Como indicação da eficácia de sua proposta educativa, o Centro de Mídias de Educação do Amazonas recebeu o Prêmio e-Learning Brasil 2010-2011. É o oitavo prêmio consecutivo, conferindo-lhe o status de referência nacional e internacional em Educação a Distância no estado do Amazonas.

Na gestão educacional, foram efetivadas ações para o aperfeiçoamento da gestão da rede estadual de ensino, obedecendo ao processo cíclico de planejamento, avaliação e administração de suas atividades, utilizando as tecnologias de informação e comunicação, mapeando e formalizando os processos e/ou ações com vistas ao efetivo funcionamento do sistema educacional e a qualidade dos serviços oferecidos pelas unidades educacionais. As atividades concentraram-se na ampliação e integração dos sistemas informatizados existentes, visando à melhoria dos processos de comunicação e utilização dos meios tecnológicos como ferramenta de ensino e aprendizagem.

Com o fim de promover a inclusão social do cidadão, o Governo vem proporcionando, no âmbito do Projeto Jovem Cidadão, a melhoria da qualidade de vida das populações que não tiveram acesso à escola na idade adequada e as que se encontram em áreas de risco social.

A ação, operacionalizada em 138 escolas da rede estadual da Capital e 8 Escolas do interior do Estado beneficiou 168.049 alunos e 139.238 famílias, em 2010.

O Projeto Rede Cidadã Digital, de inclusão digital, desenvolvido em 206 escolas, das quais, 150 na Capital e 56 no interior do Estado, beneficiou 15.420 alunos e comunitários com aulas de Informática Básica e Avançada nos laboratórios das escolas, aos sábados.

EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

Nos últimos anos, a educação profissional no Estado do Amazonas atingiu marcas relevantes, ultrapassando o número de 400 mil cidadãos atendidos com uma variedade de cursos disponibilizados, que correspondem a 395 cursos distintos, dentre técnicos de nível médio e de qualificação profissional.

Nos cursos técnicos de nível médio, o Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (CETAM) formou 724 pessoas, em 2010, no entanto, abriga em sua estrutura mais 10.850 alunos em processo de formação, o que totaliza o atendimento de 11.574 cidadãos nos cursos técnicos, dos quais, 3.960 alunos são na Capital e 7.614 alunos no interior do Estado.

Nos 62 municípios do Estado do Amazonas, foram ofertados cursos de educação profissional técnica de nível médio em 9 dos 12 eixos tecnológicos pré-estabelecidos pelo Ministério da Educação (MEC), disponibilizando 7 cursos de especialização técnica e 51 cursos técnicos.

A oferta de qualificação profissional contemplou mais de 319 cursos distintos, realizados no município de Manaus e nos demais municípios do interior do Estado.

O Governo do Estado promoveu o aumento da empregabilidade para uma parte da população historicamente marginalizada no mercado de trabalho. São os casos dos cursos de Mecânica de Motocicletas, para os internos da Unidade Prisional de Itacoatiara; Pedreiro e Pintor, para os internos do Complexo Penitenciário Anísio Jobim; Informática Básica e Avançada, para os cidadãos que respondem a processos e são defendidos pela Defensoria Pública Estadual; Bombeiro Hidráulico, para os adolescentes do Instituto Dagmar Feitosa; Informática, para deficientes auditivos em Parintins, além dos cursos dedicados aos cidadãos com sofrimento mental em Manaus.

Outra ação que merece destaque é o Projeto CETAM na Empresa, que conta com a participação direta do Centro da Indústria do Estado do Amazonas e da Associação Brasileira de Recursos Humanos. Nesse Projeto foram qualificados, no chão de fábrica, 8.390 cidadãos por meio de diversos cursos especializados, como por exemplo: Controle Estatístico do Processo (CEP), Armazenamento e Movimentação de Materiais, Kanban, Inspeção Mecânica e PCI, Operadores de Máquinas Injetoras, Operador de Oxi-Corte, Soldador de Eletrodo Revestido, Operador de Empilhadeira Elétrica Trilateral, Segurança na Operação de Ponte Rolante, Talha, e Munck Guindaste, realizados no próprio ambiente de trabalho das empresas que aderem ao referido Projeto.

ENSINO SUPERIOR

A criação da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) resultou do esforço de diferentes segmentos da sociedade, que viam na instalação de cursos superiores um cenário perfeito para a promoção do desenvolvimento da região. Hoje, a Universidade já é parte essencial do projeto de desenvolvimento regional e busca, por meio da qualificação contínua, crescer e consolidar sua presença no panorama universitário nacional e internacional, procurando manter-se em permanente diálogo com a sociedade, congregando seus interesses aos da coletividade.

Desde seu início, a UEA desenvolve a expansão de sua estrutura multicampi, já dispondo inclusive de 16 campi em cidades estratégicas do interior do Estado, capaz de cobrir todo o Amazonas e parte, definitivamente, para consolidar o campus universitário da Capital.

Essa estrutura integrada num sistema multicampi, tem, indubitavelmente, como seu maior desafio, uma manutenção complexa e dispendiosa que necessita cada vez mais da atenção à gestão orçamentário-financeira e acadêmico-administrativa.

O trabalho realizado pela UEA teve como resultado em 2010, os dados que seguem:

Cursos de Graduação

667 concluintes em 27 Cursos na Capital.

1.129 concluintes em 9 Cursos no Interior.

9.503 alunos matriculados na Capital.

14.152 alunos matriculados no Interior.


Grau de Titulação do Corpo Docente

1.090 profissionais do Corpo Docente receberam grau de titulação de Doutores – 184;

Mestres – 405; Especialistas – 467; e Graduados – 34.

Vagas ofertadas em Concurso Vestibular

Foram ofertadas 1.430 na Capital e 2.180 no interior do Estado, perfazendo um total de 3.610 vagas. Quanto aos indígenas, 170 vagas foram disponibilizadas. Ao Sistema de Avaliação para Acesso ao Ensino Superior – SAES foram ofertadas 250 vagas.

O Governo do Estado, por meio de sua política de pesquisa e pós-graduação vem ampliando a sua atuação na Amazônia, rompendo fronteiras, catalisando investimentos nacionais e internacionais, tornando-se um polo dinamizador da ciência e tecnologia na região.

Em 2010 o Programa de Pós-graduação em Direito Ambiental/UEA expandiu suas atividades a partir da criação de uma turma no curso de Mestrado Interinstitucional (MINTER), em atendimento à solicitação da Universidade Federal de Roraima.

No município de Parintins foram iniciadas as primeiras turmas para os cursos de Mestrado em Biotecnologia e Recursos Naturais e Mestrado em Educação em Ciências. Essa turma, exclusiva para os professores efetivos da UEA.

Na avaliação trienal (2007-2009) realizada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES, dos 5 (cinco) programas Stricto Sensu (Mestrado e Doutorado) próprios, o Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical recebeu elevação do conceito de 3 para o 4.

Na Chamada de novas propostas de cursos de Mestrado da CAPES, de seis novos cursos submetidos, dois mestrados foram aprovados; um no formato profissional Letras e Artes e um acadêmico de Educação em Ciências. A UEA foi incluída ainda como membro da Rede de Ensino em Ciências e Matemática – REAMEC.

Receberam Certificação nos Cursos LATO SENSU, 622 alunos em 31 especializações. Ainda, em 2010, foram titulados 11 mestres e um doutor no Programa Mestrado Interinstitucional (Minter) e Doutorado interinstitucional (Dinter) em Clínica Odontológica dos 10 cursos existentes de doutorado e oito de mestrado. Não foram criados cursos Interinstitucionais novos, entretanto, houve seleção para o Minter e Dinter em Engenharia Civil, curso aprovado em 2009, em parceria com a COPPE Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Fonte:http://www.seplan.am.gov.br/arquivos/download/noticias/arq/20110614152240manual_de_orientacoes_para_elaboracao_do_ppa_20122015__amazonas.pdf

sábado, 29 de outubro de 2011

POR UMA REFORMA DO ENSINO

António Nóvoa, Professor, Doutor em Educação e reitor da Universidade de Lisboa, em entrevista publicada a revista Educação, nº154, assinada por João Luís de Almeida Machado, aborda a discussão sobre um dos eixos da reforma de ensino, que é a Formação Continuada do Professor centrada no contexto da escola, pontuando questões que exigem desdobamentos político pedagógico a partir da Escola como direção ética, moral, política na perspectiva da cidadania participativa no contexto da democracia. Para a realização desta Reforma de Ensino requer que tenhamos clareza da função da Escola; das competências e habilidades dos professores; dos objetivos da escola e das práticas pedagógicas que é em si e para si o processo de ensino-aprendizagem. Outro componente importante da Formação do Professor no contexto da Escola é a valorização destes profissionais quanto à sua experiência, isto é, referente à prática reflexiva destes professores e sua relação com os mais jovens numa estrutura organizacional capaz de mobilizar força para reflexão coletiva em cumprimento ao projeto político pedagógico contruiído em articulação com a comunidade escolar sob a orientação de uma gestão democrática. A obra do professor António Nóvoa referenciada chama-se Professores – Imagens do futuro e do presente devendo ser lida e discutidos entre os pares que lutam por uma REFORMA DO ENSINO aqui e agora. O segundo texto abaixo é uma resenha sobre a obra de BRZEZINSKI, Iria. Profissão professor: identidade e profissionalização docente. Na resenha em foco percebe-se ainda uma grande preocupação centralizada no formação do professor como profissional do ensino, mas muitas vezes, divorcida da prática pedagógica da escola, mostrando o quanto à universidade, em sua maioria, desconhece o cotidiano das escolas públicas. Dessa feita, acredita-se de forma equivocada, muito mais na retórica do que na prática pedagógica como processo de transformação da Escola. Contudo, deve-se confrontar as propostas, visando quem sabe suscitar um grande debate e, mais ainda, formular novas propostas em direção da REFORMA DO ENSINO tão reclamada pela sociedade do Brasil e, particularmente, no Amazonas. O fato é que: "a formação da profissão docente encontra-se intimamente vinculada à emergência dos sistemas de ensino estatais. Os autores consideram a pesquisa, em relação à formação profissional do professor, como condição básica para a construção de uma nova imagem que rompe com a visão funcionalista". Confira, discuta e se manifeste.

Revista Educação: No Brasil vivemos um momento de grande discussão sobre a formação do professor, o que inclui a formação inicial, nas universidades, até a valorização dos profissionais mais experientes. Hoje, esta é uma questão mundial?

António Nóvoa: É uma questão de âmbito mundial. Num texto recente, apresentei cinco teses sobre a formação de professores que respondem à sua pergunta. É impossível desenvolvê-las, mas posso enunciá-las. A formação de professores deve: a) assumir um forte componente prático, centrado na aprendizagem dos alunos e no estudo de casos concretos; b) passar para ‘dentro’ da profissão, isto é, basear-se na aquisição de uma cultura profissional, concedendo aos professores mais experientes um papel central na formação dos mais jovens; c) dedicar uma atenção especial às dimensões pessoais, trabalhando a capacidade de relação e de comunicação que define o tato pedagógico; d) valorizar o trabalho em equipe e o exercício coletivo da profissão; e) estar marcada por um princípio de responsabilidade social, favorecendo a comunicação pública e a participação dos professores no espaço público da educação.

Nóvoa é uma das mais consideradas e respeitadas autoridades mundiais em educação. Lançou recentemente o livro “Professores – Imagens do futuro e do presente” e, nesta entrevista concedida a Revista Educação reforça mais uma vez a necessidade de mudanças no processo de formação de professores.

Ao enunciar cinco teses, resumidas em sua resposta acima, o educador destaca alguns pontos que, infelizmente, ainda estão distantes daquilo que é a realidade brasileira quanto a formação dos professores. Inicia, por exemplo, destacando a necessidade da componente prática, com foco no processo de ensino-aprendizagem e no exame da atuação de outros professores (estudo de casos), o que já deveríamos estar fazendo há bastante tempo!

O foco na aprendizagem do aluno, igualmente necessário mas difícil de colocar em prática (por conta da cultura estabelecida nas escolas, há décadas, que centra toda a ação pedagógica no professor), já preconizado por outros pensadores da educação, exige desprendimento dos educadores, capacidade de ouvir (difícil de encontrar) e também mudanças estratégicas no trabalho do educador, que passaria a ter que concentrar suas ações no papel do orientador das realizações dos educandos, trazendo e fomentando participações, esclarecendo idéias quando necessário e, em especial, levando os alunos a se tornar o centro do trabalho realizado na escola.

Se pensarmos a afirmação de Nóvoa quanto a idéia dos professores mais experientes auxiliarem na formação dos mais jovens (projeto em andamento em Nova Iorque que revigorou a educação local), tanto no Brasil quanto no mundo atual – globalizado, rápido e voraz – perceberemos que o espaço para a consecução desta prática ainda não existe. Deveria, é certo. Parece, inclusive, bastante óbvio, mas esbarra em problemas tais quais a resistência dos mais jovens a ouvir os professores experientes; a longa (e louca) jornada de trabalho atual dos professores brasileiros; a cultura individualista e competitiva que existe no mundo e que nos compele a ver no outro profissional não um colega, colaborador, que pode nos ajudar e, sim, um competidor…

Resolver a situação é possível. Começando por reconhecer e valorizar os méritos e o trabalho destes profissionais mais experientes, dando-lhes novas diretrizes e funções no espaço educacional, relacionadas a essa tutoria ou ‘coaching’. Neste novo trabalho, acompanhariam os mais jovens de perto, teriam momentos de reflexão e orientação sobre a ação pedagógica destes iniciantes na profissão, preparariam materiais (cursos, palestras, leituras) de apoio e estudariam tais recursos junto a seus ‘orientandos’…

Desenvolver a capacidade de comunicar idéias e, reforço, de pensar melhor não apenas as práticas mas também conceitos e proposições levadas a sala de aula é, do mesmo modo, ponto decisivo para que a educação melhore, como atesta Nóvoa. É certo que uma comunicação mais efetiva deve vir acompanhada de uma melhor capacidade de relacionar-se com os outros, em especial com os alunos. Estas competências não fazem parte do itinerário dos professores em formação. Praticamente se despreza o fato de que os professores são comunicadores e devem compreender tanto aspectos de relações públicas e pessoais quanto, até mesmo, estarem melhor formados para a compreensão da psiquê humana.

Os demais pontos mencionados pelo atual reitor da Universidade de Lisboa, que fecham sua explicação, são igualmente importantíssimos. A escola têm um claro e evidente papel no que tange a responsabilidade social.

Não apenas deve trabalhar conteúdos e saberes, mas evidentemente dar o norte quanto a cidadania, ética, vida em coletividade, compreensão do papel político de todos (estimulando maior engajamento e participação)…

Trabalhar de forma mais integrada dentro das escolas e redes então nem se fala… Os professores, a orientação, a coordenação e a direção tem que se ver como um único corpo, respeitadas e valorizadas as diferenças que fazem com que todos possamos crescer e ganhar dentro do grupo. O sentido coletivo da ação dá mais coerência e pertinência ao trabalho perante os alunos, a comunidade atendida e toda a coletividade.

Falas e ações alheias ao que a maioria dos profissionais trazem a público acabam fazendo com que a compreensão do projeto pedagógico, dos objetivos e realizações do grupo de trabalho acabem não sendo compreendidas pelos alunos, pais e comunidade como deveriam. Temos que agir coletivamente para que possamos realizar práticas e efetivar a educação de modo coerente!

Fonte: http://www.inclusive.org.br/?p=13881

PROFISSÃO PROFESSOR: IDENTIDADE E PROFISSIONALIZAÇÃO DOCENTE.
Leliani Patrícia Santiago

Este livro intitulado: “Profissão professor: identidade e profissionalização docente” é resultante do trabalho realizado em um espaço determinado e imediato de decisões a sala de aula de Programa de Mestrado e Doutorado em Educação da Faculdade de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho”.

Os autores preferem dividi-lo em nove interessantíssimos capítulos integrando a profissão professor sua identidade há muitos outros pressupostos que nos antecederam para que nossa situação educacional apresentasse a identidade do profissional de educação na atualidade.

O texto é composto de 195 páginas distribuídas em prefácio, os nove capítulos, que são escritos por diferentes, autores e a conclusão expressa em cada capítulo. É um livro com linguagem acessível levando a uma integral compreensão da identidade do professor.

A intenção desta pesquisa foi a defesa da identidade do professor como um profissional que tenha o domínio dos saberes específicos de seu campo de saber, dos saberes pedagógicos, dos saberes transversais à sua área específica, dos saberes políticos e culturais, sendo também dotado de competência para produzir conhecimento sobre seu trabalho. E de atuar no processo constitutivo da cidadania do “aprendente”, seja ele criança, jovem ou adulto.

No primeiro capítulo denominado“Profissão professor: identidade e profissionalização docente” observa-se uma crítica muito bem elaborada e fundamentada à crise da profissão docente relacionando-a à uma crise de identidade, de autonomia e ao reconhecimento dos professores em todos os níveis da atividade educativa.

Vimos na obra que a profissionalidade docente será o conjunto maior ou menor de saberes e de capacidades de que dispõe o professor, no desempenho de suas atividades, e o conjunto do grupo profissional dos professores num dado momento histórico. Entendemos a desvalorização dos profissionais da educação quando o autor diz que “uma incursão pela história da educação brasileira revela que a função docente desenvolveu-se de forma não-especializada como uma ocupação secundária dos educadores religiosos, que recebiam preparo para a dupla função de evangelizar e de educar” (p. 11). Mais adiante percebemos que a educação aos poucos se evoluía, pois (p. 13) o reconhecimento do magistério como profissão apresenta como fundamento a conquista de um estatuto social e econômico dos profissionais da educação e impõe ações que superem a degradação em que se encontram a formação e a carreira dos profissionais.

Assim são levantadas as questões que estruturam e dão ênfase a profissão. O profissionalismo docente abrange cinco categorias apresentadas na obra, são elas: competência, licença, vocação, independência e auto-regulação.

A obra ainda fundamenta cada categoria evidenciando a sua importância em conformidade com as leis especificas da educação (Diretrizes Curriculares para Formação Inicial de Professores da Educação Básica). A partir das categorias que dão suporte à profissão docente revelando a identidade do professor, entendemos então, a função do professor que deve ser um profissional que domina o conhecimento específico de sua área e os saberes pedagógicos.

Categorias (competência, licença, vocação, independência e auto-regulação) percebe-se que a profissão professor abre espaço ao “semi-profissionalismo” dos docentes e à uma crise de identidade profissional. Conquanto, é importante frisar a importância do trabalho docente, sabendo que a educação exercida pela sociedade no sei cotidiano onde todos se educam e são educados nos diferentes tempos e espaços da vida social, mas o professor é aquele que tem por profissão a função específica e especializada, realiza parcela significativa da atividade educativa que a sociedade considera relevante para sua conservação e transformação.

No segundo capítulo denominado “os movimentos sociais e seu papel educativo”, percebemos que Alguns movimentos sociais foram importantíssimos para a formação da identidade do professor e uma destas manifestações consideradas fundamentais pelos autores da obra foi o feminismo, pois este movimento foi considerado uma das principais contribuições do movimento de mulheres tem sido evidenciar a complexidade da dinâmica social e da ação dos sujeitos sociais, revelando o caráter multidimensional e hierárquico das relações sociais e existência de uma grande heterogeneidade de campos de conflito.

Na obra ainda é levantada a questão que um espaço para refletir e desenvolver atividades a partir da perspectiva de gênero significa reconhecer que a sociedade está composta por homens e mulheres que existe discriminação e desigualdade baseada no sexo e que a educação tem um papel primordial na construção de projetos que visem a transformar esta realidade de dificuldades em propostas que signifiquem relações mais harmoniosas e equilibradas entre masculino e feminino.

No terceiro capítulo denominado “movimento de educadores e o curso de pedagogia: a identidade em questão” os autores trabalham a questão do conceito de identidade do curso de pedagogia, identificando a importância da auto avaliação que cada pedagogo deve exercer, sobre si e sobre a profissão através de movimentos pedagógicos, para a formação de sua própria identidade. Os autores levantam a questão da formação para a qualificação profissional, (p. 68) uma evolução dos estudos pedagógicos de nível superior desenvolvidos no período que vai de 1930 a 1960, centralizando-se em torno de um princípio unificador de verificação defendido pelos pioneiros, atribuindo caráter universitário à educação superior.

Quanto à Pedagogia e ao curso de Pedagogia os autores relatam que continuam a busca da identidade, ainda sem sucesso, e neste estudo revelou-se desdobrada em duas tendências vistas do lado da organização curricular. No quarto capítulo: “diretrizes curriculares para o curso de Pedagogia no Brasil: um tema vulnerável às investidas ideológicas”, percebemos o quão importante foi a implementação de leis que regem a profissão educativa, pois na leitura do livro observamos que há tempos atrás a profissão era de quem se dispusesse a faze-la, e não a quem tinha condições para tal.

As Leis de Diretrizes e Bases regulamentaram a educação, tornando-a mais qualitativa, e os educadores e professores passaram a ter a necessidade de formação profissional para exercer a função. Sabemos que a formação universitária exigida para o exercício da função professor ainda não é completamente cumprida, mas aos poucos o Brasil se aprimora e começa a cumprir as leis estabelecidas na constituição. Percebemos importância das práticas sociais na educação quando os autores dizem que (p. 79) cada vez mais presentes na dinâmica das práticas sociais, a educação caracteriza-se por sua vasta amplitude, compreendendo extensa variedade de processos, sejam eles do âmbito da educação formal ou informal, intencional ou não intencional.

Conseqüentemente, soa muitas as categorias profissionais já envolvidas e as que, cada vez mais, tendem a se envolver nas várias tarefas aí existentes. O quinto capítulo intitulado “formação da profissão da Educação: a intervenção dos sindicatos” evidencia a complexidade que existe no entorno da educação, pois a identidade do professor, como profissional, passa necessariamente pela luta política, na qual se efetiva informalmente a formação contínua do docente. Os professores precisam ser críticos a tal ponto que as relações entre pedagogia e o sindicato sejam marcadas por certa reciprocidade, autonomia e independência, a fim de evitar que os sindicatos se transformem em instituições formais de educação.

Quando o assunto é crise profissional os autores trabalham muito bem o tema no sexto capítulo “a identidade e a crise do profissional docente” A identidade na educação deve ser concebida como prática social caracterizada como ação de influências e grupos, destinada à configuração da existência humana (p. 118). A educação deve, ou deveria, ser vista como uma das profissões mais exigentes do mercado. Baseando-nos no contexto histórico, sabemos que a questão da “semiprofissionalização” do professor está sendo abolida, e a mudança pode ser considerada geral, tanto educadores estão buscando uma formação, sua identidade profissional quanto os órgão públicos educacionais estão cobrando esta qualificação, oferecendo suporte para a melhoria na qualidade dos profissionais da área da educação.

Assim os autores trabalhando a crise na educação elaboram uma série de conceitos sobre o educador e sua função na escola. O ato de educar é sempre um ato conflituoso pelas implicações de confrontação entre duas consciências. A tarefa do professor é a produção e a criação das condições para que esta ocorra. Já a escola trabalha o conhecimento através de seus atores-autores produzindo-o, reelaborando-o ou reproduzindo-o.

Então os autores concluem o texto sobre a crise na identidade profissional dizendo que a construção de uma competência pedagógica passa pelos saberes didáticos, do conteúdo específico, das ciências da educação, da pesquisa e o saber do método que não podem atuar isoladamente sobre o professor. Iniciando o sétimo capítulo “trabalho docente” os autores trabalham com a questão do saber comum, o empirismo, para exemplificar e fundamentar o trabalho docente.

“Saber fazer para saber mandar”, assim compreendemos, fundamentalmente, que o professor deve ter conhecimento pleno sobre o conteúdo, convicção absoluta de seus saberes e autonomia estabelecida em seus momentos didáticos, pois não consegue fazer a mediação entre o aluno e o conhecimento aquele que não o tem bem definido para si.

Os autores ainda relatam que se educar é o ato de realizar uma síntese entre o passado e o futuro, ou ainda, é o ato de reconstruir os laços entre o passado e o futuro, ensinar o que foi para inventar e ressignificar o que será, o professor é aquele sujeito social cujo trabalho é de forma intencional e formal, o de realizar parcela significativa da atividade social de educar. Aprendemos que o ensino era transmissão de saberes a muito isso vem sendo desvinculado no meio educacional, sabemos agora que o professor não é o único que ensina, pois a educação está para todos e tanto ensina o professor quanto o aluno, e a palavra do momento no âmbito educacional é “mediação”, pois o professor é o mediador entre aluno e conhecimento sem jamais ter a intenção de transmissão de conhecimentos e saberes.

O oitavo capítulo revela como “tornar-se professor: um olhar sobre a prática docente”. Vemos que a profissão docente adensa as questões do próprio educador, sobre a sua ação. Ser professor é trabalhar com o ser humano, com pessoas, assim o professor também é um ser humano, portanto a importância de uma boa relação entre o professor e sua vontade de ensinar educando, essa passou a ser a função do educador.

Sabemos que não basta ter “o dom” para ser um educador são fundamentais o preparo, a formação e a qualificação profissional. Assim é possível compreender a construção da identidade profissional por meio do dispositivo de formação e do processo relacional, não sendo possível separar as dimensões pessoais e profissionais, pois a cultura, os saberes, as visões de mundo do profissional é que possibilitam a construção de sua identidade.

“Docência e a especificidade na formação e atuação: profissionalização” é o tema do nono capítulo, e entende-se com esse que no campo educacional, as transformações têm gerado intensos debates voltados para uma reavaliação do papel da escola e dos professores. A formação da profissão docente encontra-se intimamente vinculada à emergência dos sistemas de ensino estatais. Os autores consideram a pesquisa, em relação à formação profissional do professor, como condição básica para a construção de uma nova imagem que rompe com a visão funcionalista.

O professor deve tem consciência de seu papel na elevação do nível de qualidade educação, pois é notório que a educação só terá a excelência na qualidade quando tiver profissionais que busquem tal qualificação e para isso é necessário formação. Assim, entende-se na leitura do livro “Profissão professor: identidade e profissionalização docente” que a identidade do profissional docente é construída no cotidiano e esta construção de uma competência pedagógica passa pelos saberes didáticos, do conteúdo específico, das ciências da educação, da pesquisa e o saber do método que não podem atuar isoladamente sobre o professor.

Para um educador que realiza um estudo sobre o livro “Profissão professor: identidade e profissionalização docente” fica fácil projetar ou foco de trabalho pedagógico. Aprende-se na leitura desta obra, fundamentalmente, que a ação educar, ensinar, não é apenas adquirido pelo “dom”, ou ainda, pela prática, a educação é muito mais complexa que imagina muitas pessoas que a encaram como um “bico”, por falta de um trabalho melhor.

Esta é uma obra que não pode faltar na bibliografia de qualquer professor, formado ou em formação, preocupado em garantir a qualidade de sua profissão, e por conseqüência, a valorização da mesma.

BRZEZINSKI, Iria. Profissão professor: identidade e profissionalização docente. Brasília: Plano Editora, 2002. 196 p.

Fonte:http://www.uftm.edu.br/upload/ensino/AVIposgraduacao090731153244.pdf

CORDIALMENTE, CARLOS

Emiliano Urbim (*)

Helena passou a escrever sempre. Duas datas eram sagradas: a Páscoa e o aniversário do poeta, em 31 de outubro. Em 1962, ela recortou a assinatura de Drummond de uma carta para dar de presente a uma das religiosas. No ano seguinte, Drummond já se permitia algumas confissões: "Continuo sendo homem de Itabira mergulhado na confusão da Guanabara".

Sentada na poltrona da sala de sua casa modesta, livro aberto no colo, Helena Maria Vicari, 68 anos, declama: Eis meu pobre elefante/ pronto para sair/ à procura de amigos. A leitura é ritmada e tensa. Vai o meu elefante/ pela rua povoada,/ mas não o querem ver/ nem mesmo para rir. Helena faz uma pausa, ajeita os óculos e passa a mão pelos cabelos tingidos de loiro claro. Mostra com elegância/ sua mínima vida,/ e não há na cidade/ alma que se disponha/ a recolher em si/ desse corpo sensível/ a fugitiva imagem... Emocionada, ela pára no qüinquagésimo sexto dos cem versos de O Elefante. Sem tirar olhos nem dedos das páginas, comenta: "Esse é o meu favorito. Me arrependo de nunca ter dito a ele".

"Ele" é Carlos Drummond de Andrade. Nos últimos 26 de seus 84 anos, Drummond trocou cartas com a professora Helena, de Guaporé, cidade de 20 mil habitantes encravada numa parte menos badalada da serra gaúcha. Ela guarda numa pasta preta, abrigadas em plástico, cerca de sessenta cartas, cartões-postais e bilhetes que o poeta lhe enviou; da correspondência dela para ele, não existe cópia. Há mensagens de Drummond datilografadas, escritas à mão, ilustradas, enfeitadas com rabiscos de canetinhas hidrocor. Ao longo das linhas e dos anos, algumas palavras se repetem: "carinho", "amizade", "gratidão", "paz", "respeitosos abraços".

Mas essa relação de dezoito anos - que começou com "Desejando-lhe também um feliz Ano-Novo, com êxito nos estudos, envio-lhe o autógrafo pedido" e terminou com "Uma das alegrias da minha vida é contar com amizades fiéis como a de você, que venceu o tempo e a distância" - nunca foi além do papel.

Helena e Drummond nunca se encontraram. "Pedras no meio do caminho", ela diz, sem sorrir com o trocadilho. Helena conheceu os versos de Drummond por intermédio de Lara de Lemos, poeta e cronista do Correio do Povo, o maior jornal do Rio Grande do Sul, a quem enviava cartas e poemas na esperança de uma palavra de incentivo. Para retribuir o esforço da jovem de 20 anos, Lara se encontrou com ela em 1960 e lhe apresentou a obra de Drummond. Helena ficou deslumbrada.

Um ano depois, cursando magistério num colégio católico, Helena ouviu de uma das freiras que Cecília Meireles seria eterna e que Drummond, moderno, cairia no esquecimento. Foi o pretexto para escrever ao herói - achou o endereço num almanaque de poesia brasileira, numa seção intitulada "Corresponda-se com os seus poetas". Nessa primeira carta, fez pouco da freira futuróloga: "Minha professora de literatura não gosta do senhor, mas eu o acho o maior do Brasil". Recebeu uma polida resposta datilografada e um cartão com autógrafo.

Helena passou a escrever sempre. Duas datas eram sagradas: a Páscoa e o aniversário do poeta, em 31 de outubro. Em 1962, ela recortou a assinatura de Drummond de uma carta para dar de presente a uma das religiosas. No ano seguinte, Drummond já se permitia algumas confissões: "Continuo sendo homem de Itabira mergulhado na confusão da Guanabara". No mesmo ano, ela viajou à tal Guanabara, com as colegas do curso de magistério. Viu o mar pela primeira vez. "Pensei em visitar o Drummond, mas ninguém quis me acompanhar e também não deixaram que eu fosse sozinha."

Em uma carta, Drummond lamentou o desencontro.Em 1964, depois de um namoro de oito anos, Helena se casou com Jurandir João Vicari, que no começo desconfiou das intenções do poeta: "Ele tinha aquela amante de muitos anos, a Lygia Fernandes. Achei que pudesse estar tentando alguma coisa com a Helena". Com o passar do tempo, o marido se acalmou: "A verdade é que as cartas sempre foram respeitosas".O tema principal da correspondência costumava ser a própria família Vicari. O primeiro filho de Helena e Jurandir, Bagder, nasceu no mesmo dia do aniversário do poeta. Mereceu de Drummond uma quadrinha: Badger, meu pequenino companheiro/ de signo, sê feliz em teu destino / Amar, servir, cantar é o verdadeiro/ Bem de existir, sob o clarão divino.

Os outros filhos, Romaine, Rayane e Glauber (por causa do cineasta baiano), e a afilhada Gisele também tiveram direito a versos drummondianos. Em abril de 1966, um poema para a cidade dos Vicari: Guaporé fica longe do Rio de Janeiro?/ Não./ Guaporé fica perto/ se na Páscoa, fagueiro,/ recebo o voto certo/ e amigo - já adivinho/ da família Vicari/ que me chega pelo ar e me envolve de carinho.Drummond parecia satisfeito com a relação que haviam construído. Em 1970, escreveu: "Não nos conhecemos pessoalmente, e entretanto nossa amizade perdura, como uma planta viçosa, que vai se tornando árvore de boa sombra".

Mas, para Helena, essa proximidade virtual não era suficiente. No ano seguinte, voltou ao Rio, dessa vez com o marido. Foram até o apartamento do poeta, em Copacabana, para uma visita surpresa. Ao chegar, descobriram que a família Drummond havia saído minutos antes, rumo a Petrópolis. O porteiro permitiu que Helena subisse até o hall do apartamento, onde ela deixou um bilhete e o presente que levara: uma espátula de prata com motivos gaúchos.Se ela insistia em encontrá-lo, era, sim, por amizade, mas Helena tinha também uma vaidade artística e queria vê-la reconhecida.

Enquanto o poeta lhe mandava quadrinhas singelas que em nada lembram o Poema de Sete Faces ou A Máquina do Mundo, Helena retribuía com versos de sua própria lavra. Drummond era econômico nos elogios. "Acho você melhor nos poemas curtos, que, aliás, são mais difíceis de fazer." "Ele elogiava, mas não deu um empurrãozinho, então eu fiquei me achando menos", conta ela, que chegou a ter um programa numa rádio local chamado Sempre é Tempo de Poesia, em que lia poemas dos outros, nunca os seus.

Passados dezessete anos desde a carta inicial, Helena venceu a vergonha e telefonou pela primeira vez para Drummond, para lhe dar os parabéns pelo aniversário de 76 anos. Nervosa, mostrou-se bem menos prolixa e mais formal do que nas cartas. "Minha filha, trate-me sem tanta cerimônia", ele disse. "Afinal, nossa amizade é antiga e o tratamento 'senhor' me faz sentir um centenário." Não se deve à memória o fato de Helena se lembrar detalhadamente do que Drummond lhe disse: assim que desligou o telefone, ela pegou um papel e canetinhas hidrográficas e registrou toda a conversa. Enquanto seus sonhos de ser poeta não decolavam, Helena dava aulas no colégio onde estudara e criava os quatro filhos.

Nem no trabalho, nem em casa falava muito das cartas. "Eu nunca tinha visto essa pasta da mãe", comenta Rayane, hoje com 34 anos. E folheia as cartas de décadas protegidas em plástico.Quando Drummond perdeu a filha, Maria Julieta, em 5 de agosto de 1987, Helena relutou em lhe escrever. "Preferi esperar um momento em que ele não estivesse tão abalado." O poeta morreu doze dias depois. Ela se arrepende: "Talvez uma carta pudesse ter dado um alento a ele. Talvez tivesse feito alguma diferença".

(*) É articulista da Revista Piauí.

Fonte: http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao-18/esquina/cordialmente-carlos

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

EM MAUÉS, A FESTA DO GUARANÁ INICIA COM ATIVIDADE DA EMBRAPA

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), na quarta-feira (26), promoveu um dia de campo com os novos investidores da cultura do guaraná, no município de Maués, que fica a 267 Km de Manaus. Na oportunidas os pesquisadores da EMBRAPA apresentaram novos resultados das pesquisas em formato de clones referentes ao melhoramente genético do guaraná.

O guaraná é uma cultura nativa deste território e sua tecnologia tradicional é de domínio do povo Sateré-Mawé, que até hoje controla o seu plantio, gerando produto de acordo com seu modo de vida e suas representações culturais. A EMBRAPA, desde 1975, de forma contingenciada vem pesquisando a cultura do guaraná de Maués, visando dar consistencia a esta cultura numa perspectiva de mercado. Entretanto, os Sateré-Mawé optaram em continuar com sua forma produtiva tradicional, cuidando dos seus antigos guaranazais, sem diálogo com os pesquisadores da EMBRAPA.

No dia de campo, o público alvo era os produtores rurais (mais de 400 presentes), técnicos de assistência técnica e extensão rural, agências de fomento, setor privado, entre outros. O evento que contou com o apoio da Prefeitura Municipal marcou o lançamento dos cultivares (mudas clonadas) denominados BRS Cereçaporanga, BRS MUndurucânia, BRS Luzéia, e BRS Andirá, que têm como vantagem, segundo os pesquisadores da EMBRAPA, a alta produtividades e a resistência genética às doenças comuns a planta e especialmente a antracnose.

Para o Prefeito em exercício Deni Dorzane, o evento marca a valorização do guaraná, como demonstra o empenho dos renomados técnicos da EMBRAPA, em trazer a pesquisa para perto dos produtores com resultados comprovados de melhoria da produção e qualidade deste produto local. Lembrou ainda, que este dia de campo marcado pela pesquisa científica está relacionado com a cultura e o entretenimento que faz parte da economia da Festa do Guarná., que iniciou no dia 26 deste mês e vai até o dia 04 de Dezembro (domingo) com um "baita" encerramento pela importância do guaranáe pela alegria do povo de Maués.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

UMA ZONA RIZONHA E FRANCA

O Jornal Estado de S.Paulo de forma frontal se posicionou contra as medidas anunciadas pela Presidente Diilma Rousseff quanto à ampliação por mais 50 anos dos incentivos da Zona Franca de Manaus. Além disso a Emenda Constitucional recém-assinada pela presidente Dilma determina também ampliação da área beneficiada por incentivos fiscais, compreendendo toda a região metropolitana situada no em torno da capital do amazonas. O jornal paulista em nome da indústria nacional faz severas críticas a conduta da presidente, alegando com isso perda de competitividade da idústria brasileiras, leia-se de um grupo paulista que hã muito combate o Polo Industrial de Manaus visando desqualificá-lo para imperar como a tal locomotiva neocolonial, reduzindo as demais unidades federativas em serviçais dos interesses oligopólios de grupos paulistas que não concebem um Brasil plural e descentralizado que promova por meio de uma política indutrial geração de empregro, renda e tributo fora da província da paulicéia. Em tom de ameça o editorial da oligarquia dos Mesquitas põe em dúvida a aprovação da Emenda Constitucional, dando a entender que "jogarão pesado" no Congresso Nacional para não aprovar as medidas aqui anunciadas pela Presidente Dilma Rousseff, em forma de presente ao povo manauara por ser proclamadas no dia 24, quando se festeja o aniversário de Manaus. A bancada do Amazonas fique atenta e comece desde já a trabalhar para garantir os benefícios anuncidos, buscando mobilizar os parlamentares e governadores da Amazônia e do próprio Nordeste visando à sustentabilidade do Polo Industrial de Manaus e agora da região metropolitana. Vamos ao trabalho com determinação e espírito público porque os paulistas pendurados no Estadão prometem guerra contra as indústria da Zona Franca de Manaus e sua região metropolitana. Leia o Editorial abaixo:

A Zona Franca de Manaus poderá funcionar por mais meio século, se o Congresso aprovar a proposta de emenda à Constituição recém-assinada pela presidente Dilma Rousseff. Além disso, a área beneficiada por incentivos fiscais será ampliada para cobrir toda a região metropolitana em torno da capital amazonense. A presidente anunciou os dois "presentes" - a palavra é dela - aos manauaras durante a inauguração da ponte sobre o Rio Negro. Com essa decisão, o governo renega mais uma vez, na prática, sua promessa de formular e de pôr em execução uma política industrial voltada para o aumento da competitividade e da criação de empregos. As medidas anteriores passam longe de qualquer estratégia de modernização e de aumento de produtividade. Sua maior ousadia é um protecionismo indisfarçável e simplório.

Não há uma única justificativa razoável para a concessão de mais 50 anos de existência à Zona Franca de Manaus nem para a sua ampliação geográfica. A Zona Franca foi criada em 1967 para dar um primeiro impulso à industrialização da Amazônia. Sua extinção foi prevista para 1997, mas bem antes disso, em 1986, o presidente José Sarney providenciou a primeira prorrogação, desta vez até 2007.

O prazo foi esticado mais duas vezes, até 2013 e depois até 2023. A última extensão foi uma gentileza do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Há muito a concessão de benefícios a empresas da Zona Franca deixou de ter qualquer relação com genuína política de desenvolvimento regional. Tudo se resume em distribuição de favores e manutenção de privilégios, com resultados negativos para a economia nacional.

Em geral, a criação de zonas francas é compatível com estratégias de desenvolvimento quando sua produção é destinada ao mercado exterior. Nessas condições, a concessão de benefícios fiscais favorece a industrialização regional, a criação de empregos e o fortalecimento das contas externas. Não tem sentido fazer da zona favorecida um mero polo de atração de investimentos, sem levar em conta as condições de competição das indústrias instaladas em outras áreas.

A história da Zona Franca de Manaus é uma crônica de distorções. Lá se instalaram muitas fábricas de eletroeletrônicos domésticos, atraídas por incentivos fiscais, terrenos baratos e serviços de utilidade pública a custos muito baixos. Essas indústrias são as mais conhecidas, mas o polo reúne também outros tipos de indústrias. Os formuladores da política, deixaram de lado os objetivos de comércio exterior. As empresas puderam desfrutar de facilidades para comprar insumos estrangeiros, mas não tiveram de se empenhar na exportação. Ao contrário, puderam dedicar-se tranquilamente ao abastecimento do mercado interno, concorrendo em condições privilegiadas com quem ousasse se instalar no resto do País.

A balança comercial do Estado do Amazonas mostra um dos efeitos dessa política incompleta. O saldo negativo passou de US$ 3,15 bilhões em 2000 para US$ 9,94 bilhões no ano passado. Neste ano já chegou a US$ 9,18 bilhões até setembro.

A Zona Franca de Manaus é, portanto, importadora líquida. Se operasse como as zonas desse tipo instaladas em outros países, seu balanço seria positivo, porque o insumo importado livre de imposto ou com imposto reduzido seria uma de suas várias vantagens competitivas.

Diante da perspectiva de nova prorrogação do prazo da Zona Franca de Manaus, empresários de outras partes do País cobram compensações. O presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato, já anunciou a intenção de pedir uma renovação da Lei de Informática, com extinção prevista para 2019. Sem isso, argumentou, as empresas do setor serão forçadas a transferir-se para Manaus.

Mas isso não é solução. Incentivos promovem o desenvolvimento quando têm prazo para acabar. Sem isso, o estímulo para investir, para inovar e para ganhar competitividade tende a diluir-se. Estratégias de desenvolvimento podem transformar-se facilmente em políticas cartoriais de distribuição de favores e privilégios. Isso é bem conhecido no Brasil. Mas a presidente Dilma Rousseff parece gostar desse tipo de política.

Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,uma-zona-risonha-e-franca-,790631,0.htm

terça-feira, 25 de outubro de 2011

A PONTE SOBRE O RIO NEGRO E O MOVIMENTO SOCIAL

A inauguração da Ponte sobre o Rio Negro foi um fenômeno de massa, provocando uma ampla mobilização das populações das margens do rio, movida pela massiva divulgação patrocinada pelo governo do estado do Amazonas com aval das prefeituras dos municípios do Iranduba, Novo Airão e Manacapuru. Nesta data, 24 de outubro, quando se celebrou o aniversário da cidade de Manaus, o fato ocorrido foi dominante, contando com 100 mil pessoas, aproximadamente, segundo a Polícia Militar, no evento. No conjunto das manifestações, o noticário mais atento publicou foto da participação dos representantes do Movimento Social protestando contra a hiderelétrica de Belo Monte, contra a construção do Porto das Lajes, contra o aumento das passegens de ônibus e pelos 10% já do PIB para a educação nacional.

As comemorações festivas da ponte serviram também para que os estudiosos pudessem avaliar a força das mídias socias na mobilização da sociedade no enfrentamento contra o Estado, em particular contra o governo do Amazonas, que moveu ação na justiça federal contra o Tombamento do nosso Encontro das Águas. Contrário aos interesses privatista do governador Omar Aziz, em favor da construção do Porto das Lajes, a comunidade em rede se manifestou contra e atendeu o chamamento para participar da carreta em defesa da Homologação do Tombamento do Encontro das Águas, fazendo movimento pela afirmação da defesa desse patrimônico natural e cultura, que o Movimento S.O.S. Encontro das Águas louva e protege como uma jóia de nosso povo a requerer cuidado e proteção imediata do seu povo e, principalmente dos governantes responsáveis pautados nos interesses republicanos, bem diferente da conduta do governo do Amazonas.

A iniciativa do Movimento S.O.S. Encontro das Águas foi uma louvação pelo aniversário de Manauas, o que foi feito em forma de carreata pelas principais ruas da cidade, contando com a participação efetiva de 100 carros, que voluntarimaente se manifestaram contra a construção do Porto das Lajes, no frontal do Encontro das Águas, e a favor da Homologação do Tombamento deste patrimônio para o bem do Amazonas e do mundo. Agenda de luta do Movimento em favor da homologação consiste em monitorar o comportamento do magistrado federal no Amazonas, Dr. Dimes Costa Braga, que tudo tem feito para desqualificar o Tombamento em favor dos interesses privados.

Fotos: Do G1 e de Valter Calheiros sobre a carreata.

domingo, 23 de outubro de 2011

"SÓ LOVE MANAUS"

O aniversário de uma cidade significa o natal do seu povo porque no território que habitamos, vivemos e trabalhamos cravam-se marcas que denunciam nossas alegrias, tristezas e intempestividade.

Manaus é assim é nosso parque de diversões, muro das lamentações e Olímpio das nossas confidências amorosas, políticas e eróticas, que disputam entre si preferências movidas pelo desejo de natureza múltipla.

A cidade que amamos tem forma e significado dizendo muito do que somos e pretendemos ser. Por isso, longe dela sentimos saudade, solidão e dor. Sentimo-nos só porque os laços tornaram-se extensos, perdendo valor, sem visibilidade, ternura e aconchego da colhida do outro que nos afirma ou nega.

É a cidade, o lugar da utopia, onde as pessoas pactuam interesses de viver comum, seja em sua periferia ou nos condomínios, todos buscam uma unidade reguladora, que resulte na ordem regrada pelo Direito de se viver como é, em na inteireza de ser socialmente contextualizado.

Seja criança, jovem ou idoso, a cidade continua sendo o encanto que somos porque dela dependemos para viver com dignidade e respeito, o que requer de todos participação nas questões que lhe dizem respeito quanto à sua governabilidade, proteção e segurança.

Só Love Manaus!!! É a nossa mensagem de parabenização a gente que aqui vive e mora, nutrindo esperança e medo; tomara que daqui pra frente seja só esperança se juntos lutarmos pela proteção do seu patrimônio público e que saibamos escolher com clareza e justiças os políticos e governantes para responder pelos atos administrativos que rege a cidade e a proteção do bem-estar do seu povo.

Nesse ritmo fazemos coro à proteção do Encontro das Águas, como jóia do nosso povo e da humanidade, devendo ser Homologado Já o seu Tombamento para que os entes federativos juntos com a sociedade civil organizada possam definir políticas públicas de usufruto desse bem, que muito significa para o povo do Amazonas.

Para esse fim, no aniversário de nossa Manaus, elevada a categoria de cidade nesta data em 1848, o Movimento S.O.S. Encontro das Águas e demais parceiros organizou uma CARREATA, saindo da Manaus moderna – Parque Jefferson Peres – às 9h com destino ao Mirante do Encontro das Águas, com apoio da Manaustrans (batedores), Secretaria de Limpeza Pública (Limpeza do local) e da Polícia Militar (segurança dos manifestantes).

Portanto, pegue sua bandeira, faça a sua faixa, prepare o seu cartaz, pinte sua camiseta, enfeite o seu carro, sua moto ou bicicleta e venha participar conosco da nossa CARREATA pela Homologação do Tombamento do nosso Encontro das Águas, que no momento vem sendo ameaçado pela construção do Porto das Lajes e pior ainda, pela omissão e indiferenças de alguns manauaras que fazem vista grossa ao problema que ameaça a todos. Prove ao contrário, participando conosco da CARREATA de Aniversário de Manaus, faça sua parte e seja feliz.

sábado, 22 de outubro de 2011

O JAPONÊS, O CABOCO DO LIMÃO E A SERVENTIA DA PONTE

Ademir Ramos (*)

Nagai, era japonês, foi candidato a Prefeitura do Iranduba, do outro lado de Manaus, perdendo as eleições para o ladino Muniz. Mas, de tanto insistir conseguiu se eleger vice do Nonato, atual Prefeito do Município, morrendo antes de tomar posse. Homem íntegro de boa alma que, junto com o Maia, empreendedor local, começou a desenhar a construção da Ponte sobre o Rio Negro.

Em sua campanha para Prefeito falava abertamente da possibilidade da construção da Ponte, inclusive de sua articulação com empresários japoneses para investirem neste empreendimento. Por diversas vezes, na época, tentou falar com o governador Amazonino Mendes, mas não obteve êxito, mesmo contando com a chancela do Senador Bernardo Cabral, que de ponte não tinha nada.

O Japonês, como ficou conhecido no folclore da política local, era ridicularizado pelos seus adversários quando falava da construção da ponte. Ninguém acreditava nessa possibilidade porque na verdade, a Ponte deveria ser uma liga e não apenas mais uma façanha de um político para ganhar eleição.

Quem explica melhor esta sentença é o caboco lá do lago do Limão, comunidade que fica à esquerda da estrada Manuel Urbano de quem vai para Manacapuru. Certa noite, o Nagai chegou com sua comitiva para participar de um misto entre comício e festa e a cabocada doida pra dá “facada” no japonês que, por sua vez, estava doido também que os candidatos a vereadores fechassem com o seu nome para a Prefeitura.

Nesse embate, Nagai começa a falar de suas propostas e dizia como ia fazer... assim, assado e de repente o caboco pergunta: Nagai tu acredita mesmo, que como Prefeito vai dar pra construir a Ponte? – Nagai, apressadinho como era, responde na bucha: sim, sim, vou buscar apoio no Japão e como eles querem investir, a gente vai unir força.

Mas, o caboco do Limão ficou assim e saiu-se com esta. Nagai, quem vai ganhar com esta ponte? Pra que ela vai servir? Não seria melhor a gente pensar em outra coisa que tivesse um resultado mais concreto pro povo e pra gente que mora aqui. Depois dessa conversa, os candidatos foram pra festa e o Japonês não pagava nada, então o caboco chegou à conclusão que o Nagai já estava economizando pra Ponte porque, segundo ele, devia custar além do sacrifício do povo milhões de dinheiro.

Por linhas tortas, o caboco do limão falava de uma situação que década depois iríamos comprovar na fala do Governador Omar Aziz, quando justificava o sacrifício que fez para a conclusão da obra, “só Deus sabe”, segundo comentava o radialista Valdir Corrêa. Enquanto isso, o benfeitor da Ponte estava nas “Europas”, na gastança, bem longe do caboco do limão e do povo do Amazonas, que pagou muito caro por uma vaga promessa de desenvolvimento a rolar pela Ponte. E o pior de tudo que tem gente que acredita.

(*) É professor, antropólogo e coordenador do NCPAM/UFAM.

PARTICIPE VOCÊ TAMBÉM PARA MELHORAR A EDUCAÇÃO BRASILEIRA

Um dos pontos centrais da discussão do novo Plano Nacional de Educação (PNE) é o percentual do Produto Interno Bruto (PIB) que o governo deverá investir em educação nos próximos dez anos. Hoje, são investidos 5,7%. O novo plano prevê 7%, mas diversas entidades ligadas à área reivindicam 10%.

Mais de 500 emendas propostas ao texto do Executivo preveem o aumento para 10%. Em números de hoje, com o PIB de 2011 estimado em R$ 4,1 trilhões pelo Ministério da Fazenda, esses valores representariam R$ 234 bilhões (5,7%), R$ 287 bilhões (7%) ou R$ 410 bilhões (10%).

O PNE anterior (Lei 10.172/01) foi aprovado na Câmara em 2001 e previa investimentos de 7% do PIB em educação. Essa meta, no entanto, foi vetada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso.

“De certa forma, esse percentual já foi discutido e deveria ter sido aplicado. Estamos falando de um novo PNE, e não daquele antigo. Portanto, deveríamos partir de 7% para chegar a 10%”, defendeu a presidente da Comissão de Educação e Cultura, deputada Fátima Bezerra (PT-RN).

Estados e municípios

A União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) apoiam o aumento da meta para 10%. A deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO) afirma, no entanto, que estados e municípios não estão preparados para arcar com mais gastos.

Atualmente, a educação no Brasil é paga principalmente por estados (2,4% do PIB) e municípios (2,2%). Apenas 0,9% do PIB coube à União neste ano. Para a deputada Professora Dorinha, o aumento de recursos previsto no PNE deveria vir da União, que investe 20% do total destinado ao setor.

No modelo de financiamento brasileiro, os municípios são responsáveis pela educação fundamental; os estados, pelo ensino médio; e o governo federal, pela educação superior.

Um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgado em setembro, mostra que o Brasil foi o país onde o investimento em educação mais cresceu na última década, entre os 30 países que tiveram seus dados analisados. Em 2000, eram investidos apenas 3,5% do PIB, percentual que cresceu para 5,7%, mas ainda está abaixo da média dos países da OCDE, que fica entre 6% e 8%.

Um dos argumentos para aumentar os investimentos em educação é a mudança feita pela Emenda Constitucional 59, aprovada em 2009. A emenda prevê a implementação progressiva, até 2016, do ensino obrigatório dos 4 aos 17 anos de idade. Anteriormente, o ensino era obrigatório dos 6 aos 14 anos.

Creches

O PNE (PL 8035/10) também prevê o atendimento em creches de 50% da população de até 3 anos de idade, até 2020. A deputada Fátima Bezerra afirmou, no entanto, que essa meta é tímida. “Se o PNE anterior tivesse sido respeitado, estaríamos em outro patamar. Para recuperar esse tempo perdido, deveríamos ousar mais, partir para a universalização das creches.”

Fátima Bezerra atribui o não cumprimento das metas anteriores à falta de recursos. “Por isso, defendemos que os investimentos em educação sejam equivalentes a 10% do PIB e não a 7%, como está na proposta original do PNE.”

Em discurso recente, no último dia 15 de setembro, a presidente Dilma Rousseff reiterou a disposição de garantir que as crianças de até 3 anos possam ficar em creches.

A meta do governo é abrir, até o fim de 2014, cerca de 5 mil creches. Os critérios para isso dependem da concentração populacional e da capacidade do município de cumprir as obrigações de prover creches e pré-escolas.

A intenção do governo é oferecer os projetos de construção das creches e pagar o custeio em seu primeiro ano de funcionamento, até que a creche passe a receber recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). “Asseguramos que o prefeito não vai arcar com o custeio enquanto o Fundeb não computar aquela creche e aqueles alunos dentro do seu censo”, declarou Dilma.

RELATÓRIO FINAL DO PNE PODE SER APRESENTADO NA PRÓXIMA SEMANA

O relator da proposta que cria o Plano Nacional de Educação (PNE), deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), pode divulgar na semana que vem seu parecer sobre as quase 3 mil emendas apresentadas ao projeto (PL 8035/10). Encaminhado pelo governo em dezembro do ano passado, o PNE define as metas da educação brasileira para os próximos dez anos.

Uma das principais metas até 2020 é a universalização do ensino para toda a população de 4 a 17 anos de idade. A meta que mais vem causando controvérsias, no entanto, é o investimento público em educação. Hoje, União, estados e municípios aplicam, juntos, cerca de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) na área. A proposta do PNE prevê a ampliação para 7%. Entidades da sociedade civil, porém, pedem pelo menos 10%.

Confira as metas previstas na proposta do Executivo
A proposta do PNE contém 20 metas e 170 estratégias. As metas abrangem temas como a oferta de ensino em tempo integral em 50% das escolas, a duplicação das matrículas do ensino profissional, o alcance de índices mínimos de qualidade da educação básica e a melhoria do salário dos professores.

Aqui Agência Câmara analisa os principais desafios e metas do plano:
Qualidade da educação- Deputados e entidades defendem piso e medidas para valorizar professor- Especialistas veem descompasso entre acesso à escola e qualidade da educação
Ensino integral- Ampliação da carga horária vai melhorar qualidade do ensino, diz relator
Investimentos- Mais de 500 emendas preveem investimento de 10% do PIB em educação- Parecer do relator vai incorporar sugestões de deputados e da sociedade
Pessoas com deficiência- Prazo para inclusão de alunos com deficiência é curto, avaliam deputados
Ensino profissionalizante- Pronatec vai aumentar matrículas em cursos profissionalizantes- Câmara garantiu reserva de verbas para Norte e Nordeste no Pronatec
Ensino superior- Falhas no ensino médio dificultam acesso de jovens ao ensino superior- Educadores pedem medidas para qualificar expansão de universidades no interior
Íntegra da proposta:
PL-8035/2010

Fonte: http://www2.camara.gov.br/agencia/noticias/EDUCA%C3%87%C3%83O-E-CULTURA/204318-MAIS-DE-500-EMENDAS-PREVEEM-INVESTIMENTO-DE-10-DO-PIB-EM-EDUCA%C3%87%C3%83O.html

XXIV SEMANA DE BIOLOGIA DA UFAM

Nesta sexta-feira (21) começou a XXIV Semana de Biologia da Universidade Federal do Amazonas, que vai até 28 de outubro, tendo como tema central "Amazônia: caminhos a descobrir". O objetivo dos acadêmicos e pesquisadores é demonstrar as riquezas que o bioma amazônico comporta e a necessidade de se definir estratégias de proteção desses bens.

PROGRAMAÇÃO
XXIV SEMANA DE BIOLOGIA
De 21 a 28 DE OUTUBRO DE 2011


MENSAGEM AOS PARTICIPANTES

Caros participantes da XXIV SEMANA DE BIOLOGIA,

Apresentamos os nossos votos de boas vindas e agradecemos a participação nesta XXIV SEMBIO. No total, estão sendo oferecidas nove palestras, quatro mini-cursos, três oficinas, além de exposições científicas e artísticas, bem como programação cultural. Este conjunto de atividades está direcionado ao público em geral, em especial, ao público acadêmico, incluindo estudantes e profissionais, sendo uma oportunidade para os alunos da graduação somarem horas de atividades complementares.
Nos empenhamos em oferecer o melhor possível no que diz respeito ao bom atendimento, organização e qualidade das atividades.
Saudações!
A comissão
SECRETARIA
Jéssica Silva Ramos
Juliana Menezes Rodrigues
Keyte Bianca Nascimento Monteiro
Marcelle Sanches Gonçalves
Luciane Fontão de Lima
Silviane Bezerra Pinheiro

ABERTURA SOLENE
Dia 21/10/2011
Coordenadora: Maria Gracimar Pacheco de Araújo (UFAM)
Local: Auditório Paulo Bührnheim
Horário: 14:00 – 15:00h
PALESTRAS
Coordenador: Lucas Castanhola Dias

Dia 25/10/2011
Local: Auditório Paulo Bührnheim
14:00 – 14:50 – Potencial Biotecnológico da Amazônia. Spartaco Astolfi Filho (UFAM)
15:00 – 15:50 – Biologia, uma abordagem econômica . Maria Angélica Corrêa Laredo (UFAM)
16:00 – 16:50 – A importância do Projeto Pedagógico no Curso de Biologia. Tereza Cristina T. dos Santos Barbosa (UFAM)

Dia 26/10/2011
Local: Auditório do Bloco B
14:00 – 14:50 – Amazônia: Caminhos a Descobrir sobre Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs). Valdely Ferreira Kinupp (IFAM-CMZL)
15:00 – 15:50 – Conservação de quelônios amazônicos. Rafael Bernhard (INPA)
16:00 – 16:50 – Diversidade de Anfíbios na Amazônia: situação atual e perspectivas. Marcelo Menin (UFAM)
17:00 – 17:50 – A fascinante biodiversidade dos artrópodes . Fabio Siqueira Pitaluga de Godoi (UFAM)

Dia 27/10/2011
Local: Auditório do Bloco B
14:00 – 15:50 – Entomologia Forense na Amazônia. Valdeana Linard (INPA)
16:00 – 18:00 – Malária: uma questão ambiental. Wanderli Pedro Tadei (INPA)

Dia 28/10/2011
Local: Auditório Paulo Bührnheim
14:00 – 18:00 – - Estudos da Diversidade Biológica.Programa de Pós-Graduação em Diversidade Biológica (PPG-DB/CB/UFAM)

MINI-CURSOS
Coordenadores: Sérgio Lucas da Rocha Cunha
Local: Salas de aula do Bloco Paulo Bührnheim
1. Fotografia da Natureza
Ministrante: Phillip Klauvin (UFAM)
Thiago Carvalho (UFAM)
Período: 25 a 28/10/2011
Horário: 8:00 - 12:00h
Carga horária: 16 horas
No. de Vagas: 30
2. Biologia de Orchidaceae
Ministrante: Amauri Herbert Krahl (INPA) e Jefferson José Valsko (UFAM).
Período: 25 a 27/10/2011
Horário: 8:00 - 12:00h
Carga horária: 12 horas
No. de Vagas: 20
3. Técnicas de Rapel no estudo dos efeitos da antropização do espaço em espécies nativas de plantas
Ministrantes: Ricardo Leme e Ivan Soler (UFAM)
Período: 25 a 28/10/2011
Horário: 8:00 - 12:00h
No. de Vagas: 15
4. Como estudar as aves? Curso teórico-prático sobre técnicas de amostragem e anilhamento de aves
Ministrante: Cintia Cornelius Frische (UFAM)
Período: 26 e 27/10/2011
Horário: 8:00 - 12:00h (Horário de prática a definir)
Carga horária: 8 horas
No. de Vagas: 15.
5. Procedimentos de entomologia: coleta, montagem, identificação e armazenamento
Ministrante: Francisco Felipe Xavier Filho (INPA).
Período: 26 a 28/10/2011
Horário: 8:00 - 12:00h (Horário de prática a definir)
Carga horária: 20 horas
No. de Vagas: 15
6. Métodos de estudo em ecologia e conservação de serpentes
Ministrante: Rafael de Fraga (INPA)
Período: 31/10 a 05/11/2011
Horário: 8:00 - 12:00h (Horário de prática a definir)
Carga horária: 20 horas
No. de Vagas: 15.
7. Bioprospeccção de plantas amazônicas
Ministrante: Daiane Martins (INPA)
Período: 27 e 28/11/201.
Horário: 18:00 - 21:00h
Carga horária: 20 horas
No. de Vagas: 20.

OFICINAS
De 25 a 28/10/2011
Horário: 08:00 – 12:00
Local: Bloco Paulo Bührnheim
Coordenador: Yago Vinicius Serra (UFAM)
Conheça o mosquito da malária e do dengue
Apresentador: Wanderli Pedro Tadei (INPA
Escola de Educação Ambiental (a confirmar)
Apresentador: Clube da Ciência (UFAM)

EXPOSIÇÔES
De 25 a 28/10/2011
Horário: 08:00 – 18:00
Local: Bloco Paulo Bührnheim
Mostra da Iniciação Científica do Instituto de Ciências Biológicas
Coordenadora: Cintia Cornelius Frische (UFAM)
Ilustração Botânica
Coordenadora: Maria Gracimar Pacheco de Araújo
Fotografia da Natureza
Coordenador: Phillip Klauvin

CONCURSO DE FOTOGRAFIA
Dia 28/10/2011
Horário: 08:00 – 18:00
Local: Hall do Bloco Paulo Bührnheim
Coordenador: .Phillip Klauvin (UFAM)

REGULAMENTO DO CONCURSO DE FOTOGRAFIA
1- O Concurso de Fotografia de Natureza com o tema Ambiente amazônico: biodiversidade e interações, é aberto a todos os inscritos na XXIV Semana de Biologia - UFAM. As inscrições devem ser feitas exclusivamente junto à Comissão Organizadora do Evento, até o dia 26 de outubro de 2011 às 18h00mim.
2- Cada fotógrafo poderá inscrever no máximo 3 trabalhos. É obrigatória a entrega de fotos impressas em tamanho 20x30cm papel mate (fosco) junto com arquivo digital em formato JPEG gravado em cd. Só poderão participar, pessoas inscritas na XXIV Semana de Biologia da UFAM.
3- As fotos devem ser entregues em envelopes lacrados sem qualquer identificação. No interior do envelope deve constar uma lauda com as seguintes informações: Concurso de Fotografia SEMBIO, título da foto (anotar uma referência correspondente no verso da foto, a lápis), nome completo do fotógrafo, e-mail, telefone para contato, data e local onde foi feita a fotografia.
4- A utilização de programa de edição de imagens via computador deverá ocorrer apenas para ajustes de parâmetros básicos, como cor, contraste, nitidez e saturação. Não serão permitidas alterações drásticas nas imagens (como colocação ou retirada de elementos) ou uso de efeitos especiais. Fotografias com evidências de uso de artifícios não previstos no regulamento serão excluídas pela Comissão Julgadora.
5- Não poderão participar como concorrentes, a Comissão Julgadora do concurso e a Comissão Organizadora da XXVI Semana de Biologia da UFAM.
6- A responsabilidade da utilização de qualquer fotografia de titularidade de terceiros, cabe inteira e exclusivamente aos fotógrafos participantes.
7- As fotografias terão julgamento de duas naturezas:
1- Qualidade técnica, feita por Júri Técnico.
2 – Preferência Popular, eleita pelos visitantes.
Os critérios do Júri Técnico serão os seguintes:
Coerência com o tema;
Originalidade;
Emoção captada pela foto;
Beleza plástica da imagem.
Qualidades técnicas (composição, enquadramento, etc.)
As *20 melhores fotos serão postadas no blog oficial da XXIV Semana de Biologia e irão percorrer escolas, entidades e outros locais que desejarem sediar a mostra.
8- As fotos inscritas e as ampliações selecionadas para exibição não serão devolvidas. A Semana de Biologia - UFAM reserva para si o direito de utilização das imagens para fins promocionais da Semana de Biologia - UFAM.
9- O ato da inscrição neste concurso implica na aceitação de todos os itens deste regulamento. O não cumprimento de quaisquer das regras deste regulamento poderá causar, a critério dos organizadores, a desclassificação da fotografia e/ou do participante.
10- A divulgação do resultado oficial e entrega dos prêmios aos fotógrafos premiados acontecerá dia 28/10, às 19:30h, no encerramento da II Semana de Biologia.

CONTATO:
Andressa C Giacomin
Ciências BiológicasUniversidade Federal do Amazonas
(92) 8153 1165

A INQUIETAÇÃO DO POETA E A DESESPERANÇA DO JOVEM

Tenório Telles (*)

Tenho peregrinado pelas escolas de Manaus participando de eventos culturais e proferindo palestras sobre a leitura e a importância dos livros na formação dos jovens. Estou convencido de que o conhecimento é uma luz que liberta as pessoas da ignorância e de seus medos, e ilumina os caminhos de todo aquele que busca o saber para sua vida.

A leitura é um exercício para a mente e os livros são tesouros onde encontramos o mais precioso dos bens: a sabedoria. Este é um momento difícil para a juventude. A perda dos referenciais dos valores e a desestruturação das famílias são desafios com os quais os jovens convivem diariamente.

Para agravar essa realidade, a violência e as drogas são perigos que os ameaçam cotidianamente, e têm destruído muitas vidas e sonhos. Um drama igualmente terrível põe em risco sua existência: a desesperança.

Num encontro de estudantes, ouvi o depoimento de um adolescente que me deixou perplexo: confessou não acreditar na sociedade, nos governantes e não acredita no futuro do país. Mais grave: sente-se desanimado, sem perspectiva e não tem sonhos. Tentei convencê-lo do contrário. Argumentei que, apesar das adversidades, devemos continuar lutando para tornar realidade nossos objetivos e que temos compromisso com a sociedade, e devemos trabalhar para transformá-la. Alegou que os poderosos são fortes e que não há o que fazer contra o que ele chama de “contaminação do mal”. Falhei no meu propósito de ajudá-lo a rever seus conceitos.

Meus argumentos não foram capazes de vencer sua desesperança. Pus-me a pensar sobre o que fazer para ajudar a resgatar a confiança desses jovens que foram vencidos pela resignação e falta de fé. Senti-me como um João Batista no deserto. O fato é que vivemos numa sociedade que estimula práticas e valores avessos ao convívio solidário entre os seres humanos.

Assistimos impotentes ao triunfo do cinismo e do sucesso a qualquer custo. Isto tudo é estimulado pela televisão, pelas mídias em geral, pelos formadores de opinião, pelo convívio social e até mesmo por muitos pais. Contestar essa mentalidade e essas atitudes é estar na contramão de que se convencionou com verdade em nossos dias.

A conseqüência disso é a inversão de valores e a banalização do mal. Há quase cem anos, Rui Barbosa, em discurso no Senado (quando ainda era uma casa de homens de bem e preocupados com o país), antecipou essa tragédia da dignidade humana:

“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesta”.

O sábio Rui talvez se desesperasse se vivesse em nossos dias e testemunhasse a degradação moral da pátria pela qual tanto lutou e os maus no comando dos governos. Perdemos terreno para os que vieram ao mundo para ser espinho, erva daninha e servir ao mal.

Mas não perdemos a vida, o sentido do bem e a certeza de que é possível trabalhar para mudar o destino da sociedade. Para muitos, estamos no caos e as coisas são irreversíveis. Na verdade, este é um tempo de oportunidade, de redefinição de caminho, em que somos chamados para fazer a nossa parte no resgate da vida e da esperança.

Vivemos num tempo de reconstrução, em que temos de lutar para reconstruir os valores e a confiança no futuro e na dignidade humana. Se formos vitoriosos, ajudaremos a resgatar a esperança negada aos jovens deste país. Espero que o estudante que ensejou esta reflexão leia estas palavras e se reencontre com sua fé.

(*) Professor, escritor, poeta, membro da Academia Amazonense de Letras e articulista de a Crítica.