Ellza Souza (*)
O mundo tumultuado que vemos hoje nas manchetes de jornais e programas de televisão quase sempre tem como pano de fundo a corrupção que muitas vezes fazemos “vista grossa” para justificar desmandos de quem rouba mas faz e que desvia dinheiro público para benefício próprio. Tal atitude está cada vez mais nos levando para os extremos de uma violência inacreditável. A cada notícia dantesca reviramos as nossas entranhas tão impossibilitadas de reagir, de evitar, e de entender o acontecido. A cada dia parece que os fatos violentos vão se superando e tem mais audiência quem mostra o pior, o inverossímil, o mais sangrento. E a coisa vai rolando e a bola de neve volta em maior proporção. A impressão que tenho é que a volta vem com novo aprendizado, com uma vontade de fazer igual ou pior, e para uma mente atormentada e doente as imagens mostradas nos noticiários são como lições para quem ainda não aprendeu e está curiosamente atento a novos aprendizados como as crianças, adolescentes, doentes mentais (abandonados à sua própria sorte), os envolvidos com drogas que estão aí soltas nas escolas, nas festas, nos grandes eventos.
Não há dúvida de que as crianças levam as armas dos pais para a escola. Como no caso do menino de 10 anos que após atirar na professora, se matou. O pai, que precisa de uma arma em seu trabalho de segurança, acha que não tem culpa pois sua arma é legal e os filhos eram bem orientados quanto ao lugar em que era guardada. Será? Arma é arma, legal ou não, e o ser humano também guarda muito bem guardado a sua essência, principalmente os mais jovens facilmente manipulados pela televisão e internet quando o assunto é a violência. Desde que me entendo por gente que escuto essas histórias de crianças que pegam as armas do pai e se envolvem em acidentes graves e mortais. O pior é que agora a barbárie chega ao interior das escolas, um lugar antes inexpugnável onde só cabia o aprendizado, o desenvolvimento ético e social, a atividade física, a segurança de que os filhos estavam realmente em boas mãos.
Tá na cara que existe uma guerra horrorosa onde as condições são ruins para todos, professores, alunos e os pais que jamais esperam que aconteça o que aconteceu com o garoto Davi que sem nenhum motivo aparente atirou na professora e atirou em sua própria cabeça, num ato que só tem uma explicação: a própria arma dentro de casa, à mão da curiosidade de seres imaturos e fragilizados de quem não sabe ainda discernir o certo do errado, o perigoso do seguro, o bem do mal.
As crianças são vulneráveis aos estímulos e quando não são bem estimuladas trilham o mais fácil e se acomodam no pior dos caminhos. E como a sociedade, individualista, acha que se fechando em castas vai resolver a ascensão da violência, se engana mais uma vez. Vassourada na corrupção, reação de alguma forma, atenção dos pais a pequenos delitos dos filhos, ouvir os alunos, preservar a dignidade dos professores.
O bandido, em qualquer instância, galga espaço porque encontra a impunidade pelo caminho. Assim os filhos dentro de casa. O ser humano é assim e precisa de regras, de freios para entender o seu limite. Tudo dentro da maior liberdade possível que é o bom senso. E do saber viver em coletividade. Existe um versinho oriental que diz: “Meu jardim” disse o rico e o jardineiro, sorriu...Entre o sorriso do jardineiro e a afirmação do rico vai uma grande distância que precisa ser encurtada. Pela convivência pacífica senão todos sofreremos agressões. Do próprio semelhante e da natureza.
(*) É jornalista, escritora e articulista do NCPAM/UFAM.
O mundo tumultuado que vemos hoje nas manchetes de jornais e programas de televisão quase sempre tem como pano de fundo a corrupção que muitas vezes fazemos “vista grossa” para justificar desmandos de quem rouba mas faz e que desvia dinheiro público para benefício próprio. Tal atitude está cada vez mais nos levando para os extremos de uma violência inacreditável. A cada notícia dantesca reviramos as nossas entranhas tão impossibilitadas de reagir, de evitar, e de entender o acontecido. A cada dia parece que os fatos violentos vão se superando e tem mais audiência quem mostra o pior, o inverossímil, o mais sangrento. E a coisa vai rolando e a bola de neve volta em maior proporção. A impressão que tenho é que a volta vem com novo aprendizado, com uma vontade de fazer igual ou pior, e para uma mente atormentada e doente as imagens mostradas nos noticiários são como lições para quem ainda não aprendeu e está curiosamente atento a novos aprendizados como as crianças, adolescentes, doentes mentais (abandonados à sua própria sorte), os envolvidos com drogas que estão aí soltas nas escolas, nas festas, nos grandes eventos.
Não há dúvida de que as crianças levam as armas dos pais para a escola. Como no caso do menino de 10 anos que após atirar na professora, se matou. O pai, que precisa de uma arma em seu trabalho de segurança, acha que não tem culpa pois sua arma é legal e os filhos eram bem orientados quanto ao lugar em que era guardada. Será? Arma é arma, legal ou não, e o ser humano também guarda muito bem guardado a sua essência, principalmente os mais jovens facilmente manipulados pela televisão e internet quando o assunto é a violência. Desde que me entendo por gente que escuto essas histórias de crianças que pegam as armas do pai e se envolvem em acidentes graves e mortais. O pior é que agora a barbárie chega ao interior das escolas, um lugar antes inexpugnável onde só cabia o aprendizado, o desenvolvimento ético e social, a atividade física, a segurança de que os filhos estavam realmente em boas mãos.
Tá na cara que existe uma guerra horrorosa onde as condições são ruins para todos, professores, alunos e os pais que jamais esperam que aconteça o que aconteceu com o garoto Davi que sem nenhum motivo aparente atirou na professora e atirou em sua própria cabeça, num ato que só tem uma explicação: a própria arma dentro de casa, à mão da curiosidade de seres imaturos e fragilizados de quem não sabe ainda discernir o certo do errado, o perigoso do seguro, o bem do mal.
As crianças são vulneráveis aos estímulos e quando não são bem estimuladas trilham o mais fácil e se acomodam no pior dos caminhos. E como a sociedade, individualista, acha que se fechando em castas vai resolver a ascensão da violência, se engana mais uma vez. Vassourada na corrupção, reação de alguma forma, atenção dos pais a pequenos delitos dos filhos, ouvir os alunos, preservar a dignidade dos professores.
O bandido, em qualquer instância, galga espaço porque encontra a impunidade pelo caminho. Assim os filhos dentro de casa. O ser humano é assim e precisa de regras, de freios para entender o seu limite. Tudo dentro da maior liberdade possível que é o bom senso. E do saber viver em coletividade. Existe um versinho oriental que diz: “Meu jardim” disse o rico e o jardineiro, sorriu...Entre o sorriso do jardineiro e a afirmação do rico vai uma grande distância que precisa ser encurtada. Pela convivência pacífica senão todos sofreremos agressões. Do próprio semelhante e da natureza.
(*) É jornalista, escritora e articulista do NCPAM/UFAM.
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