quarta-feira, 31 de julho de 2013



REFORMA POLÍTICA DA OAB NA PAUTA DO JARAQUI
Sábado (3), o Jaraqui quer saber se o povo da rua é a favor ou contra aposentadoria milionária dos magistrados, comprovadamente corruptos, que cometem faltas gravíssimas, inclusive com venda de sentenças e outras facilidades.
Na República Livre do Pina, no centro histórico de Manaus, na Praça do Jaraqui, neste sábado (3), das 10 às 12h, os militantes do projeto Jaraqui estarão reunidos para discutir e avaliar as propostas de iniciativa popular da Reforma Política proposta pelo Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) com apoio do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), o mesmo que fez aprovar a lei da Ficha Limpa.
A coordenação do Jaraqui convidou o Presidente da OAB do Amazonas, Alberto Simonetti Cabral Neto e, mais ainda, o ex-conselheiro da Ordem, o ex-deputado estadual Miquéias Fernandes, para debater a matéria em Praça pública, prestando os devidos esclarecimentos quanto ao objetivo da campanha que tem por fim “atacar as causas da corrupção política”.
Além dos debatedores, o Jaraqui convidou também as representações dos Movimentos de Rua, para confrontar propostas e encaminhar questões referentes aos seguintes temas: financiamento de campanha; criminalização dos partidos que faz caixa dois; controle social das eleições; novo sistema eleitoral; redução do número de candidato; democratização dos partidos com controle dos filiados; fim do “vota em um, elege outro”; fidelidade partidária; liberação da internet par os debates políticos e pela criminalização dos partidos, que convencionarem os “fichas sujas”.
Consulta Popular
 O Jaraqui, desta vez, bota a urna na Praça para ouvir o que o povo tem a dizer sobre aposentadoria compulsória dos magistrados corruptos, objeto de discussão da PEC 53/2011. Sábado, o Jaraqui quer saber se o povo da rua é a favor ou contra aposentadoria milionária dos magistrados comprovadamente corruptos, que  cometem faltas gravíssimas, inclusive com venda de sentenças e outras facilidades.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Projeto pede punição a partidos políticos

Jaraqui põe nas ruas proposta de criminalização de partidos políticos que mantenham em seu quadro filiado ficha suja
                                                 
 KLEITON RENZO (*)

A Lei da Ficha Limpa está sendo julgada pelo STF, e já conta com parecer favorável do ministro Luiz Fux. Em fevereiro de 2012, o Supremo Tribunal Federal (STF), pressionado pelas ruas, aprova a Lei da Ficha Limpa (Nelson Jr./ASICS-TSE)

Os partidos políticos devem ser responsabilizados criminalmente pelos filiados condenados por atos de corrupção ou improbidade administrativa? Para o Projeto Jaraqui sim. Por isso, o movimento está nas ruas em busca de 1,5 milhão de assinaturas a fim de assegurar a apresentação de um projeto de lei de iniciativa popular que criminalize também os partidos.

Segundo a minuta do projeto, durante o processo eleitoral, se houver condenação transitada em julgado de um filiado, será cancelado  o registro civil e o estatuto do partido, além de a legenda permanecer por oito anos sem poder apresentar candidaturas nas eleições subsequentes.

O projeto de lei de iniciativa popular sob a coordenação do Jaraqui, que se reúne todos os sábados de 10 às 12h na República Livre do Pina, na Praça da Polícia, no Centro de Manaus], divide opiniões. Para o secretário-geral do PDT no Amazonas, Dermilson Chagas, há um excesso de legislações sobre assuntos que a Constituição Federal já discute. “A ideia é válida. Mas temos que ter cuidado em navegar na crista da onda. Estão fazendo leis em cima de leis e a Constiuição já determina que os políticos atuem com moralidade e legalidade. É preciso cobrar isso. O Judiciário precisa dar respostas rápidas aos processos que já tramitam”, defendeu.

O PDT, presidido pelo ex-prefeito Amazonino Mendes, teria problemas se já houvesse a criminalização das legendas. Tramita no Tribunal de Justiça (TJ-AM), ação do Ministério Público do Estado (MPE-AM) por improbidade administrativa contra o ex-prefeito por gastar R$ 2 milhões em 400 mil DVDs, recursos que, para o MPE-AM, teriam servido à promoção pessoal de Amazonino.

Populares

Nas ruas, as pessoas ouvidas por A CRÍTICA são favoráveis à responsabilização dos partidos pelos atos dos filiados. “As legendas precisam ter controle maior das pessoas que são filiadas. O que vemos hoje são campanhas de filiação que não verificam nem que é essa pessoa que se apresenta para se filiar nem o passado dela”, disse o estudante de publicidade, Antônio de Paula, 22 anos.

“Claro que a conduta é individual do político, mas sabemos que os partidos estão cada dia mais fechados e as pessoas que comandam sempre sabem o quê e quando o partido está fazendo algo”, observou a professora Conceição Lira, 54 anos, manifestando-se favorável a uma medida de punição aos partidos.

Para o advogado eleitoral Herivelto Simões a proposta do Jaraqui é “radical” ao igualar todos os filiados em detrimento de uma pessoa. “Penalizar um partido que tem milhares de filiados por causa de uma única pessoa. Isso é radicalizar demais. A proposta precisa ser melhor trabalhada”, disse.

(*) É um dos conceituados jornalistas de política do Jornal a Crítica.

Fonte: http://acritica.uol.com.br/noticias/Projeto-pede-punicao-partidos-politicos_0_959304070.html 
Minirreforma eleitoral pode ser votada em agosto, mas ainda não há consenso

O Plenário da Câmara pode votar em agosto o texto de uma minirreforma eleitoral que, entre outras alterações, define novas regras para a prestação de contas pelos partidos, autoriza pré-campanhas na internet e muda prazos para a substituição e escolha de candidatos.
A proposta que vai a voto tem por base o Projeto de Lei 5735/13 e foi elaborada pelo Grupo de Trabalho da Nova Lei Eleitoral, instalado em abril e coordenado pelo deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP). Desde o dia 9 de julho, o projeto tramita em regime de urgência, porém ainda não existe consenso em torno das alterações propostas pelo grupo.
Segundo Vaccarezza, o objetivo das mudanças é tornar as eleições mais democráticas, compreensíveis para a população e mais facilmente fiscalizáveis. Entre possíveis avanços em relação à legislação atual, ele destaca a regra que proíbe que o segundo colocado nas urnas, nas eleições majoritárias, tome posse em caso de cassação do mais votado. Ele defende ainda a mudança que impede o político de renunciar à candidatura (a qualquer cargo) a menos de 20 dias das eleições.
“Pela lei atual, por exemplo, um candidato a governador pode renunciar até no sábado que antecede a eleição e, ainda assim, o partido pode indicar um substituto”, afirma Vaccarezza. “Nesse caso, a urna mostrará o nome e a foto do candidato que renunciou e o povo pensa que está elegendo ele, mas não está”, completa, acrescentando que considera essa regra uma “excrescência na democracia”.
Prestação de contas
Entre os pontos mais polêmicos estão mudanças nas regras de prestação de contas por partidos e candidatos. Pelo texto, a aprovação das contas eleitorais deixa de ser pré-requisito para a certidão de quitação eleitoral, que poderá ser obtida com a apresentação das contas de campanha, independentemente da aprovação delas.
Ainda conforme a proposta, as despesas de natureza pessoal do candidato não precisarão ser comprovadas na prestação de contas. Alguns parlamentares defendem que essas mudanças podem representar brechas na Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar 135/10), aprovada pelo Congresso com grande apoio popular.

Críticas
Já a coordenadora da Frente Parlamentar pela Reforma Política com Participação Popular, deputada Luiza Erundina (PSB-SP), diz que o grupo de trabalho produziu um relatório sem transparência e sem a participação da sociedade. Segundo Erundina, após três reuniões, a frente concluiu que a proposta não contribui para corrigir as grandes distorções do sistema político e tem um viés autoritário, centralizador e antiético.
“O texto atenta contra a Lei da Ficha Limpa, reduz os mecanismos de controle sobre o processo eleitoral e é tolerante com a corrupção, comprometendo a transparência no processo eleitoral e favorecendo o abuso do poder econômico”, argumenta Erundina.
Fundador do Movimento Contra a Corrupção Eleitoral - que deu origem ao projeto da Lei da Ficha Limpa –, o juiz Marlon Reis sustenta que as mudanças propostas pelo grupo de trabalho não atendem aos anseios populares e que a minirreforma piora o sistema atual. Reis demonstra preocupação especificamente com uma possível impunidade para candidatos que venham a ter contas rejeitadas. “Não tem mais [na proposta] consequência negativa para a diplomação e para futuras disputas, porque o candidato pode receber a quitação mesmo com as contas rejeitadas por atos fraudulentos”, alerta o juiz, que também compartilha da opinião de que não faz sentido o Congresso encaminhar qualquer reforma do sistema eleitoral que não seja uma reforma política de fato.
Votação
A falta de consenso em torno da minirreforma eleitoral já fez com que Vaccarezza desistisse de levar adiante alguns pontos, como, por exemplo, a descriminalização de boca de urna e de carreatas no dia das eleições. O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, anunciou que a votação deve ocorrer mesmo em agosto, mas ainda não há data definida.
Íntegra da proposta:

Fonte: http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/POLITICA/448328-MINIRREFORMA-ELEITORAL-PODE-SER-VOTADA-EM-AGOSTO%2c-MAS-AINDA-NAO-HA-CONSENSO.html
JAZZ PARA TODOS

Ellza Souza (*)
Ontem foi o encerramento do 8º. Festival Amazonas Jazz. É incrível como a música de qualidade “toca” mentes e corações do ser humano e até quem sabe dos carapanãs que rondassem por ali. O teatro quase lotou. Quem assistiu as apresentações da OBA – Orquestra de Beiradão do Amazonas e Vinicius Cantuária ouviu estilos diferentes mas definitivamente surpreendentes.

A Orquestra de Beiradão foi uma surpresa para mim. Nunca pensei que esse ritmo que escuto em motor de recreio viesse a fazer parte do repertório de uma orquestra com trompetes, sax, trombones, guitarras, bateria, percussão, flauta, tudo afinadamente embalado e mesclado ao forró, xote, carimbo, lambada, merengue caribenho e cúmbia colombiana. O resultado foi algo inusitado que encantou a platéia. A vontade era de dançar ali mesmo por entre as cadeiras de veludo do Teatro Amazonas. Adorei aquilo e me senti transportada num barco daqueles de madeira, grandão, lotado, descendo o rio Amazonas em direção ao Pará, terra de minha mãe. Como é bom ouvir o som produzido por uma orquestra e seus vários instrumentos cada um com seu arranjo e sua musicalidade.

Vinicius Cantuária e os músicos que o acompanham também deram um show nessa noite. O público ouviu com atenção aquela voz suave, delicada, completa. Sem gritar preencheu o ambiente e enlevou a todos a um patamar sublime. Um músico do Amazonas, do Brasil e do mundo, Vinicius e sua banda interpretaram belas canções como Lígia de Tom Jobim.

Precisamos de musicas desse tipo e desse tom. Por essas bandas tupiniquins temos a mania de ouvir até Ave Maria no último volume para impressionar vizinhos e ouvintes. Talvez seja para não entendermos as letras cri..cri...que rolam por aí. E sem direito a dar um pio a não ser que queira gritar junto com o barulho que sai “da caixa”.

Saí do teatro completamente feliz e com vontade de quero mais e de sair dançando por aí.


(*) É escritora, jornalista e articulista do NCPAM/UFAM.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

NOSSA PRESENÇA NO MUNICÍPIO DO JURUÁ

A verdade é que o Estado brasileiro não tem menor respeito pelo povo da Amazônia, nos trata como se fosse filhos abastados da República, no entanto, quando estão em crise recorrem a Amazônia para saquear as riquezas naturais, vendendo o exotismo nos Fóruns das Nações para se justificar perante as Agências de controle ambiental.

Ademir Ramos (*)
A beleza é singular, mas para chegar até aqui é preciso fazer uma ginástica de invejar a qualquer contorcionista chinês. Desde o dia 09 de julho estou previsto para viajar ao Município, uma hora não tem voo, outra hora estas folhas voadora que navegam pelo céu da Amazônia, com pouca ou sem nenhuma fiscalização, ameaça a desabar, pondo em risco a vida de profissionais que circulam nesta região. Fato ocorrido na quinta-feira (11), no em torno do aeroporto de Manaus, com vítima fatal. Em decorrência deste acidente, os voos interregionais foram todos suspensos. É sempre assim, os órgãos responsáveis só respondem quando a desgraça é consumada e depois tentam remediar com justificativa esfarrapadas, colocando a culpa no piloto ou quando não, nas aves de ocasião. A verdade é que o Estado brasileiro não tem menor respeito pelo povo da Amazônia, nos trata como se fosse filhos abastados da República, no entanto, quando estão em crise recorrem a Amazônia para saquear as riquezas naturais, vendendo o exotismo nos Fóruns das Nações para se justificar perante as Agências de controle ambiental. Malditos governantes, que além de nos excluir, transformam-nos em exóticos cultuando políticas ufanistas que não respondem efetivamente às necessidades dos povos que aqui vivem e moram secularmente.

O Município do Juruá situa-se a 672,9 km de Manaus, em linha reta, localizado a sudeste do Amazonas, com uma população de aproximadamente 12 mil habitantes. Nossa missão no Juruá é ministrar o curso de Política e Legislação da Educação Básica (FEA 040), em atenção aos alunos de Pedagogia, Turma PA 398 do PARFOR – Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica - sob a coordenação da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Amazonas (UFAM).  Comigo viajaram os professores Luis Sergio Castro de Almeida para trabalhar Educação da Região Amazônica (curso de pedagogia) e o professor Erick Marcelo Lima de Souza para trabalhar a disciplina de Literatura Brasileira III aos alunos do PARFOR do curso de Letras e Língua Portuguesa, nas dependências da bela Escola Municipal Dalila Litaiff com apoio do gestor, professor José Francisco Ribeiro. A partida de Manaus aconteceu pela TRIP-AZUL, na sexta-feira (19), direto para Tefé, Município que serve de conexão para os demais Municípios da microrregião, em particular, o Juruá. Ficamos em Tefé, no médio Solimões, dois dias esperando a possibilidade de um avião que nos levassem para o belo Juruá, o que ocorreu só no domingo (21), em voo fretado pela Prefeitura do Município. Feito esta perna, aqui chegando eu e o professor Luis Sergio traçou um planejamento contemplando aulas presenciais, semipresenciais e exercícios extraclasses. 

Não satisfeitos organizamos um seminário para comunidade com foco na capacitação dos Delegados eleitos na Conferência Municipal de Educação que irão participara nos dia 28 as 30 de agosto, em Manaus, Conferencia Estadual de Educação.

À volta tivemos que atropelar o nosso planejamento e viajar no sábado (27) recorrendo a um outo modal – barco expresso –, que sai às 7h do porto do Juruá e chega a Tefé pelas 17h no porto – modo de dizer - de Tefé, contudo só iremos pegar avião para Manaus, na terça-feira (30). Se fossemos de barco do Juruá até Manaus, baixando gastaria 4 (quadro) dias e de Tefé (três) dias. E o salário OH!!!!

Por está razão faz-se necessário argumentarmos em favor do valor amazônico e para isso deveríamos contar, principalmente, com o apoio e a sustentação dos parlamentares da região. Mas, parece-nos que eles estão preocupados com outros valores não republicanos. 

(*) É professor e antropólogo e coordenador do Projeto Jaraqui e do NCPAM/UFAM.      

quinta-feira, 25 de julho de 2013


Blog do Nassif: A proposta de reforma política da OAB

A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) começa a sair da longa hibernação que a acometeu nas últimas décadas. Sua proposta de reforma política é o que de mais substantivo apareceu até agora nas discussões públicas.

Em síntese, ela propõe uma eleição em dois turnos também para deputados. No primeiro turno - casando com o primeiro turno para cargos executivos - os eleitores votariam nos partidos políticos. Essa votação definiria o número de deputados a que cada partido teria direito.

No segundo turno, os partidos apresentariam uma lista de candidatos equivalente a duas vezes a bancada a que terá direito.

Eleitores poderão votar em um candidato de qualquer partido - não necessariamente do partido em que votou no primeiro turno. Se julgar que os candidatos do seu partido são representativos, poderá votar em candidatos de outro partido, para enriquecer a representação parlamentar.
Há um conjunto de vantagens nessa proposta.

A primeira é a de fortalecer a coesão partidária. Os partidos sairão à luta, no primeiro turno, amarrados à candidatura do Executivo, expondo seus programas e seus candidatos.

A segunda é a de permitir a chamada eleição transparente - a votação em segundo turno em uma lista que vai além das listas fechadas dos diretórios políticos.

É melhor do que o voto distrital, que consagraria definitivamente o deputado vereador - de visão estritamente provinciana. E mais aberta do que o sistema de listas fechadas dos candidatos, defendido por alguns setores.

Por estar amarrada às eleições majoritárias - para presidente e governadores - o modelo permitirá que os candidatos mais votados arrastem votos para seu partido. Há o lado positivo de fortalecer a bancada dos candidatos majoritários e de também permitir o crescimento de partidos menores.

Mas também abrem espaço para o surgimento de bancadas medíocres - se bem que, pior do que está, não fica.

Supondo que fosse aplicado nas eleições que elegeram Fernando Collor, por exemplo, dariam uma base de sustentação para o presidente eleito mas levariam à formação de uma bancada de aventureiros.

A proposta terá que vir acompanhada de aprimoramento em vários pontos da legislação eleitoral. Terá que fechar questão em torno da fidelidade partidária. Defenderá também o chamado financiamento cidadão - no qual as contribuições deverão ser apenas de pessoas físicas, amarradas a um teto de R$ 700 por eleitor -, associado ao financiamento público. Imporá limites ao surgimento da partidos de aluguel.

Há que se legislar também sobre as coligações partidárias, reduzindo os graus de dependência do Executivo em relação ao Congresso.

Mas - repito o que já escrevi - limita-se a tentar melhorar o sistema já vigente, a recauchutar o velho. Na nova realidade política das redes sociais, há que se começar a discutir mais objetivamente questão da democracia digital.

Não se poderá passar ao largo das redes sociais, que se tornaram definitivamente o Ágora dos novos tempos democráticos.

Leia outras notícias da Ordem dos Advogados do Brasil, aqui: http://oab.justica.inf.br

MPF/AM PROPÕE TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA EM ATENÇÃO À SAUDE INDÍGENA

O Ministério Público Federal no Amazonas (MPF/AM) propôs a elaboração coletiva e assinatura de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) por todos os órgãos das três esferas de governo que atuam no atendimento em saúde aos povos indígenas do Amazonas no Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo do acordo será estabelecer metas e responsabilidades a serem assumidas e cumpridas em busca de melhorias práticas na prestação do serviço, que hoje funciona de forma precária e é alvo de críticas até mesmo dos próprios órgãos gestores.

A proposta de acordo surgiu a partir de discussão iniciada pelo MPF/AM, com a instauração de inquérito civil público para apurar as condições de atendimento prestadas aos povos indígenas em Manaus por parte do SUS. No dia 9 de julho deste ano, uma audiência pública foi realizada para discutir amplamente o tema. Diante da ausência de informações importantes no primeiro evento, foi convocada e realizada na manhã desta quarta-feira (24), nova reunião com a presença de lideranças indígenas de diversas etnias, representantes da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), Secretaria de Estado da Saúde (Susam) e do Legislativo estadual. A partir das falas apontadas ao longo da reunião, o procurador da República Julio José Araujo Junior, que conduziu a discussão, propôs a elaboração do TAC.

De acordo com a proposta lançada durante a reunião, o Município de Manaus, o Estado do Amazonas, a Sesai, a Comissão de Educação, Cultura e Assuntos Indígenas da Assembleia Legislativa do Estado e as lideranças do movimento indígena realizarão oficinas, ao longo dos próximos seis meses, para discutir os principais problemas e apresentar medidas concretas, com seus respectivos responsáveis, para garantir o atendimento diferenciado de qualidade aos povos indígenas nos procedimentos de média e alta complexidade do SUS. O MPF/AM participará dos debates como mediador e pela proposição do termo de ajustamento de conduta a ser assinado por todos os participantes ao final das discussões.

Para o procurador da República Julio Araujo, a construção coletiva do acordo, inclusive com a participação da sociedade civil organizada, permitirá a superação dos impasses atualmente existentes no diálogo entre as instituições responsáveis pela prestação do atendimento aos povos indígenas e também produzirá ações concretas em benefício desses povos. “O termo de ajustamento de conduta é a formalização de tudo o que será discutido para se garantir um acordo de responsabilidades, pois é frequente a reclamação das lideranças indígenas de que várias discussões ocorrem e não há encaminhamentos práticos que resultem em melhorias reais percebidas pelos indígenas”, disse.

Participação no acordo – Na condição de presidente da Comissão de Educação, Cultura e Assuntos Indígenas da Assembleia Legislativa do Estado (ALE), o deputado Sidney Leite manifestou apoio à proposta de TAC e se dispôs a contribuir com a discussão dos termos do acordo. A Sesai também concordou com a proposta. O secretário adjunto de Assistência à Saúde da capital da Susam, Wagner William de Souza, e a representante da Semsa, Patrícia Cabral, do Departamento de Atenção Primária do Municípios de Manaus, se comprometeram a informar ao MPF sobre a participação das secretarias de Saúde no acordo em uma semana.

Com a concordância de todos, será formado um grupo, o qual deverá aguardar a conclusão da programação de pactuação que já está sendo realizada pela Secretaria de Atenção à Saúde (SAS), do Ministério da Saúde, com a participação da Sesai, para realizar nova reunião de trabalho e iniciar a discussão das responsabilidades a serem assumidas com a assinatura do TAC. A previsão inicial, de acordo com a diretora de Atenção à Saúde da Sesai, Mariana Ferron, é de que a programação seja concluída até a primeira semana de agosto. A proposta é de que todo o processo seja acompanhado por oficinas e novas audiências públicas.

quarta-feira, 17 de julho de 2013


EM DISCUSSÃO A QUALIDADE DOS PROJETOS DO LEGISLATIVO
Qualquer semelhança é mera coincidência, não dá pra aceitar tamanha enganação e o pior de tudo, a minha ou a sua indiferença contribui diretamente para esse estado de coisa.
Ademir Ramos (*)
É lugar comum se discutir a qualidade dos Projetos aprovados nas Casas Legislativas seguido da conduta do parlamentar que às vezes no Congresso Nacional comporta-se como político de paróquia, assim como também Deputados Estaduais que concorrem com vereadores rebatendo temáticas restritas ao cotidiano do Município, enquanto deveriam formular questões e elaborar proposituras em atenção às demandas estaduais alterando ou afirmando políticas públicas referentes à saúde, educação, segurança, transporte, cultura, ciência, empregabilidade com zelo e proteção a coisa pública.
Em se tratando de vereadores, alguns agem como se fosse agentes comunitários, focando somente para os seus, e de sua Igreja, perdendo a dimensão municipal e caráter republicano do seu ato, quando não se transformam em “carneirinhos” do poder executivo, fazendo tudo o que o chefe mandar. Esses ainda sonham e por isso, passam a ser chamado de “passarinhos” porque quer mudar pelo menos a sua comunidade, outros ao contrário se colocam a serviço dos empresários e dos poderosos formulando projetos que venham ampliar o latifúndio, a especulação e outras mamatas junto ao poder executivo, são os “morcegos”, assim designados.  .
Nesse caso, o mandato está a serviço de grupos econômicos e o interesse público foi para as cucuias. Mas, longe de mim fazer qualquer pré-julgamento, mas vamos aos fatos, tomemos como exemplo a qualidade dos Projetos aprovados e examinemos a sua eficácia quanto à consecução dos interesses sociais e políticos. Os Vereadores e até mesmo os Deputados fazem muita firula com os requerimentos parlamentares homenageando fulano e sicrano, formulando projetos para alterar nome de rua e outras bravatas similares, como o dia da sogra, desqualificando cada vez mais o parlamento.
Enfim, alguns transformam as Comissões Técnicas em verdadeiros currais de cabos eleitorais, o que enfraquece o legislativo como um todo e em particular a atuação parlamentar do eleito, gerando total indignação nas ruas e descrédito do ofício. Qualquer semelhança é mera coincidência, não dá pra aceitar tamanha enganação e o pior de tudo, a minha ou a sua indiferença contribui diretamente para esse estado de coisa. E assim sendo tornamo-nos responsáveis pelo embuste, pela corrupção e os demais vícios que resulta de nosso descaso. É hora de mudar.
(*) Professor, antropólogo e coordenador do NCPAM/UFAM e do Projeto Jaraqui.      

domingo, 14 de julho de 2013

INDIGNAÇÃO E ESPERANÇA

No Brasil, o enfrentamento vindo das ruas fez acordar os poderes – executivo, legislativo e judiciário – com ênfase nos valores éticos republicanos, fincando posição contra a corrupção, a impunidade e a imoralidade corrosiva a contaminar as instituições democráticas, em particular, os partidos políticos.

Ademir Ramos (*)

A química dos movimentos populares exige dos seus intérpretes capacidade de compreender não só a sua forma, mas, sobretudo, a racionalidade que opera a força em direção ao centro das disputas dos interesses em questão. Os elementos em formação quando em movimento são capazes de alterar o sistema, provocando mudanças em toda cadeia produtiva, em particular, nas estruturas orgânicas diretivas em atenção à totalidade do corpo como agente capaz de pulsar vida, indignação e esperança numa determinada conjuntura política nacional. Esta química converte-se em relação criando redes de participação a se mover numa perspectiva coletiva rumo às praças e ruas, ganhando dimensão social e adquirindo resistência no enfrentamento com os poderes instituídos. Esse corpo em combate ganha configuração variada posicionando-se estrategicamente de acordo com a Forma de Governo constitucional.

No Brasil, o enfrentamento vindo das ruas fez acordar os poderes – executivo, legislativo e judiciário – com ênfase nos valores éticos republicanos, fincando posição contra a corrupção, a impunidade e a imoralidade corrosiva a contaminar as instituições democráticas, em particular, os partidos políticos. O grito uníssono das ruas bateu forte em Brasília deixando a Presidência da República fora do chão, com discurso desconexo, com claro sintoma de transtorno político assentado na mesmice burocrática sem perspectiva de se reinventar frente às demandas populares. Mais estonteante ainda foi à postura dos partidos de oposição que sem proposta estruturante reduziram o fenômeno das ruas numa questão eleitoral, perdendo, dessa feita, uma grande oportunidade de revitalizar suas forças com o calor das ruas, mostrando o quanto estão despreparados também para dialogar com os movimentos sociais e demais atores, destacando a política não mais como mercadoria, mas, como instrumento de afirmação da plena cidadania.

O fato é que alguns políticos profissionais aliados com alguns representantes das classes dirigentes tanto do planalto como das ribeiras e planícies apostam no definhamento dos movimentos de rua, apostando que tudo não passou de “fogo de palha” , não alterando o curso da história. Significa dizer que a roubalheira vai continuar e assim sendo a corrupção e a impunidade triunfará contra a grita geral do povo nas ruas por justiça. No entanto, resta-nos transformar nossa indignação em possibilidade de mudança, participando das frentes sociais que sonham com um outro Brasil estruturado sob o Regime Parlamentarista em respeito à soberania assentada nos movimentos populares valendo-se das mídias sociais como instrumento de controle das principais reformas política e tributária, repensando o processo federativo e o reordenamento dos entes federados combatendo desigualdade regional e social.

O enfrentamento nesse campo é político e suprapartidário. Contudo, temos pela frente um processo eleitoral a ser considerado. E tudo indica que as regras não deverão mudar a contento, exigindo dos eleitores e, principalmente, dos ativistas sociais uma seleção criteriosa dos candidatos a serem escolhidos nas urnas. Para esse fim, é necessário combater as coligações partidárias, criminalizar os partidos políticos e exigir o cumprimento da Lei da ficha limpa. Enfim, esse é o bom combate que qualquer cidadão (ã) de bem deve participar em garantia do presente e do futuro do Brasil.

(*) É professor, antropólogo, coordenador do Jaraqui e do NCPAM/UFAM. 

MPF E LIDERANÇAS SOCIAIS FAZEM AGENDA DE LUTA


Depois das manifestações de rua, as lideranças sociais e de comunidades tradicionais do Amazonas vão se encontrar com o Ministério Público Federal (MPF) para juntos definirem uma AGENDA das Questões Sociais visando garantir os Direitos Fundamentais de nossa gente quanto às questões ambiental, moradia, saúde, educação, cultura, transporte, entre outros. Pela importância do fato e em respeito à eficácia das ações propomos que o MPF convide também para esta audiência o Ministério Público Estadual e desta feita os órgãos de controle, com aval das ruas, possam definir as prioridades, bem como seus encaminhamentos em obediência aos preceitos constitucionais assentados na soberania popular.   

quinta-feira, 11 de julho de 2013

JARAQUI CONVOCA PARA CONSULTA POPULAR
 
Favorável ou não ao afastamento e a punição dos integrantes da “rede criminosa instalada na Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror)” responsável pelo desvio de R$ 2,2 milhões do cofre público conforme denúncia feita a Justiça pelo Ministério Público do Amazonas.

A Tribuna Popular do Jaraqui, que se reúne das 10 às 12h, todos os sábados na República Livre do Pina, na Praça Helidoro Balbi, convoca a população de Manaus para se manifestar mais uma vez em consulta pública favorável ou não ao afastamento e a punição dos integrantes da “rede criminosa instalada na Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror)” responsável pelo desvio de R$ 2,2 milhões do cofre público conforme denúncia feita a Justiça pelo Ministério Público do Amazonas.

O combate à corrupção é um dever de todos, exigindo dos governantes atitudes responsáveis, zelando pela coisa pública em respeito às demandas populares como prioridade política acima de qualquer interesse particular, de grupos e de famílias. A corrupção é uma praga nociva que se alimenta da pobreza e da miséria do povo, gerando uma perversa desigualdade social com subordinação e dependência, fraquejando as instituições democráticas e instituindo a impunidade como regra.

O Movimento de Rua que sacode o Brasil grita por Justiça cobrando dos governantes, parlamentares e agentes públicos responsáveis o cumprimento do seu dever quanto à defesa do orçamento e do patrimônio público da nação. O ato exige do povo brasileiro participação e controle social fazendo valer os valores republicanos em consonância com afirmação da plena cidadania dando vitalidade ao Estado de Direito Democrático.

A Tribuna do Jaraqui enquanto parte desse processo das lutas sociais promove a limpeza ética da política fundamentando seus posicionamentos no combate à corrupção, à impunidade, a defesa da transparência e na força da participação como controle social do poder de Estado. Para esse fim tem investido na formação dos movimentos populares e na criminalização dos partidos político como pessoa de direito privado.

Indignados, a Comuna do Jaraqui vele-se também da consulta pública convocando as pessoas de bem a se manifestarem nas urnas a favor ou contra as maracutaias praticadas nos poderes legislativo, executivo e judiciário, provocando grande prejuízo à nação.  Em síntese, encontra-se em disputa o poder da sociedade organizada frente aos desmando e arbítrios dos “donos do poder” alocados nos aparelhos de Estado, mostrando verdadeiramente que realmente todo poder emana do povo e que somente ele é soberano em se tratando do Estado Democrático.

Nessa circunstancia, a omissão, o silencia, o isolamento e a não participação contribuem diretamente para a manutenção do estado de corrupção, impunidade e o cinismo, não havendo alternativa que não seja a participação enquanto controle social impulsionando as mudanças estruturais com transparência, em direção a representatividade compartilhada assentada na Democracia participativa.       

domingo, 7 de julho de 2013

TEMPOS DIFÍCEIS

Fernando Henrique Cardoso (*)

Já se disse tudo, ou quase tudo, sobre os atos públicos em curso. Para quem acompanha as transformações das sociedades contemporâneas não surpreende a forma repentina e espontânea das manifestações.
Em artigo publicado nesta coluna, há dois meses, resumi estudos de Manuel Castells e de Moisés Naím sobre as demonstrações na Islândia, na Tunísia, no Egito, na Espanha, na Itália e nos Estados Unidos. As causas e os estopins que provocaram os protestos variaram: em uns, a crise econômico-social deu ânimo à reação das massas; em outros, o desemprego elevado e a opressão política foram os motivos subjacentes aos protestos.
Tampouco as consequências foram idênticas. Em algumas sociedades onde havia o propósito específico de derrubar governos autoritários, o movimento conseguiu contagiar a sociedade inteira, obtendo sucesso. Resolver uma crise econômico-social profunda, como nos países europeus, torna-se mais difícil. Em certas circunstâncias, consegue-se até mesmo alterar instituições políticas, como na Islândia. Em todos os casos mencionados, os protestos afetaram a conjuntura política e, quando não vitoriosos em seus propósitos imediatos, acentuaram a falta de legitimidade do sistema de poder.
Os fatos que desencadeiam esses protestos são variáveis e não necessariamente se prendem à tradicional motivação da luta de classes. Mesmo em movimentos anteriores, como a "revolução de maio" em Paris (1968), que se originou do protesto estudantil "por um mundo melhor", tratava-se mais de uma reação de jovens que alcançou setores médios da sociedade, sobretudo os ligados às áreas da cultura, do entretenimento, da comunicação social e do ensino, embora tivesse apoiado depois as reivindicações sindicais. Algo do mesmo tipo se deu na luta pelas Diretas-Já. Embora antecedida pelas greves operárias, ela também se desenvolveu a partir de setores médios e mesmo altos da sociedade, aparecendo como um movimento "de todos". Não há, portanto, por que estranhar ou desqualificar as mobilizações atuais por serem movidas por jovens, sobretudo das classes médias e médias altas, nem, muito menos, de só por isso considerá-las como vindas "da direita".
O mais plausível é que haja uma mistura de motivos, desde os ligados à má qualidade de vida nas cidades (transportes deficientes, insegurança, criminalidade), que afetam a maioria, até os processos que atingem especialmente os mais pobres, como dificuldade de acesso à educação e à saúde e, sobretudo, baixa qualidade de serviços públicos nos bairros onde moram e dos transportes urbanos. Na linguagem atual das ruas, é "padrão Fifa" para uns e padrão burocrático-governamental para a maioria. Portanto, desigualdade social. E, no contexto, um grito parado no ar contra a corrupção - as preferências dos manifestantes por Joaquim Barbosa (ministro presidente do Supremo Tribunal Federal) não significam outra coisa. O estopim foi o custo e a deficiência dos transportes públicos, com o complemento sempre presente da reação policial acima do razoável. Mas se a fagulha provocou fogo foi porque havia muita palha no paiol.
A novidade, em comparação com o que ocorreu no passado brasileiro (nisso nosso movimento se assemelha aos europeus e norte-africanos), é que a mobilização se deu pela internet, pelos twitters e pelos celulares, sem intermediação de partidos ou organizações e, consequentemente, sem líderes ostensivos, sem manifestos, panfletos, tribunas ou tribunos. Correlatamente, os alvos dos protestos são difusos e não põem em causa de imediato o poder constituído nem visam questões macroeconômicas, o que não quer dizer que esses aspectos não permeiem a irritação popular.
Complicador de natureza imediatamente política foi o modo como as autoridades federais reagiram. Um movimento que era "local" - mexendo mais com os prefeitos e governadores - se tornou nacional a partir do momento em que a presidenta chamou a si a questão e a qualificou primordialmente, no dizer de Joaquim Barbosa, como uma questão de falta de legitimidade. A tal ponto que o Planalto pensou em convocar uma Constituinte e agora, diante da impossibilidade constitucional disso, pensa resolver o impasse por meio de plebiscito. Impasse, portanto, que não veio das ruas.
A partir daí o enredo virou outro: o da relação entre Congresso Nacional, Poder Executivo e Judiciário e a disputa para ver quem encaminha a solução do impasse institucional, ou seja, quem e como se faz uma "reforma eleitoral e partidária". Assunto importante e complexo, que, se apenas desviasse a atenção das ruas para os palácios do Planalto Central e não desnudasse a fragilidade destes, talvez fosse bom golpe de marketing. Mas, não. Os titubeios do Executivo e as manobras no Congresso não resolvem a carestia, a baixa qualidade dos empregos criados, o encolhimento das indústrias, os gargalos na infraestrutura, as barbeiragens na energia, e assim por diante.
O foco nos aspectos políticos da crise - sem que se negue a importância deles - antes agrava do que soluciona o "mal-estar", criado pelos "malfeitos" na política econômica e na gestão do governo. O afunilamento de tudo numa crise institucional (que, embora em germe, não amadurecera na consciência das pessoas) pode aumentar a crise, em lugar de superá-la.
A ver. Tudo dependerá da condução política do processo em curso e da paciência das pessoas diante de suas carências práticas, às quais o governo federal preferiu não dirigir preferencialmente a atenção. E dependerá também da evolução da conjuntura econômica. Esta revela a cada passo as insuficiências advindas do mau manejo da gestão pública e da falta de uma estratégia econômica condizente com os desafios de um mundo globalizado.
(*) É sociólogo de formação e Presidente da República pelo voto popular.



RAZÃO QUE JUSTIFICA A CRIMINALIZAÇÃO DOS PARTIDOS

A legitimidade da Lei fundamenta-se na vontade popular, na forma jurídica a ser assentada, aceita e aprovada pelos legisladores constituídos por força do mandato popular. Na Democracia está força originam-se da sociedade, dos movimentos sociais e dos partidos políticos comprometidos com a probidade administrativa e a moralidade do mandato parlamentar quanto ao zelo da coisa pública pautado na ética da responsabilidade dos agentes públicos como também do partido político enquanto pessoa jurídica de direito privado.

Eis a razão que motiva a submeter à discussão das ruas e do próprio Congresso Nacional a respeito da matéria em pauta quanto à criminalização do partido político, considerando a mudança de paradigma instituído no universo eleitoral, alterando significativamente a visão patrimonialista centrada no candidato e não no partido como unidade sustentável da representatividade parlamentar no poder legislativo, que se afirma numa perspectiva da Democracia participativa.

Dessa forma, historicamente, pode-se destacar o valor da fidelidade partidária expressa na Lei 9.096, de 19 de setembro de 1995, em seu capítulo V, com regulamentação do Tribunal Superior Eleitoral por meio da Resolução n. 22.610/2007, assegurando ao partido político poder pedir a Justiça Eleitoral, a decretação da perda de cargo eletivo em decorrência de desfiliação partidária sem justa causa. Desta feita, fica consignado na forma da Lei que o partido é detentor do mandato e por isso é responsável pela elegibilidade de seus convencionais.

Sendo assim, o partido político deve cumprir os ditames da Lei Complementar 135, de 4 de junho de 2010, assim chamada de “Ficha Limpa”, alterando a Lei Complementar no 64, de 18 de maio de 1990, que estabelece, de acordo com o § 9o do art. 14 da Constituição Federal, casos de inelegibilidade, prazos de cessação e determina também outras providências, para incluir hipóteses de inelegibilidade visando a proteger a probidade administrativa e a moralidade no exercício do mandato.

O não cumprimento do partido a legislação presente responsabiliza penalmente pelos seus atos, sendo bem diferente da infração administrativa ou civil, no entender do ministro Gilson Dipp, do Superior Tribunal de Justiça, então presidente da Comissão Especial de juristas designada pela presidência do Senado para elaborar o novo Código Penal, aprovando dessa feita, tal proposta relativa às pessoas jurídicas de direito privado ou pública. Nesse gradiente estamos convencidos que a decisão dos juristas contempla também o partido político por ser pessoa jurídica de direito privado e mais ainda por ser um dos principais esteios de sustentação da Democracia.

Por outro lado, os especialistas do Direito afirmam que a responsabilidade da pessoa jurídica não desobriga a iniciativa de apurar e denunciar as pessoas físicas envolvidas, desde que seja possível identificá-las. Por isso, os dirigentes partidários devem também ser punidos nos termos da presente Lei por ser motor da ação e, com isso, passa a limpo a política partidária, resgatando a credibilidade do parlamento e de seus mandatários.

Consulte abaixo o Projeto na Integra e se manifeste nas ruas.



SENADO APROVA PUNIÇÃO A EMPRESAS POR CORRUPÇÃO

Não havia punições para pessoas jurídicas corruptoras. Agora, com a Lei Anticorrupção, elas podem pagar multas entre R$ 6 mil e R$ 60 milhões. Vejamos se o Congresso recepciona o Projeto Popular pela Criminalização dos Partidos de iniciativa do Projeto Jaraqui que se reúne todos os sábados na República Livre do Pina, no centro histórico de Manaus, capital do Amazonas.
O Senado aprovou em votação simbólica, na quinta-feira (4), o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 39/13, do Executivo, que responsabiliza administrativa e civilmente pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.

O projeto da chamada Lei Anticorrupção, aprovado em abril último na Câmara, agora segue para
sanção presidencial. A proposta permite a punição de empresas que pratiquem ações como oferecer vantagem indevida a agente público, fraudar licitações e financiar atos ilícitos. Também garante o ressarcimento do prejuízo causado aos cofres públicos por atos de improbidade.

Atualmente, apenas os agentes públicos flagrados em casos de corrupção são punidos – não havia punições para as pessoas jurídicas corruptoras, que agora podem pagar multas de 0,1% a 20% do faturamento bruto anual ou de valores entre R$ 6 mil e R$ 60 milhões.
Na apresentação do parecer, o relator da matéria no Plenário, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), disse que, além de atender recomendação da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o projeto valoriza a imagem brasileira no cenário internacional. “Com uma lei anticorrupção as empresas internacionais teriam incentivos renovados para direcionar seus investimentos ao Brasil, posto que o ambiente negocial do País estaria revestido de maior transparência e segurança jurídica”, afirmou.
Licitações 
Para a senadora Kátia Abreu (PSD-TO), seria importante que o projeto também tivesse punição para o que classificou de "aventureiro", o empreiteiro ganhador de licitações que não tem estrutura para realizar a obra e vende a oportunidade para o segundo colocado com um preço elevado. “Ele precisa sofrer uma sanção. Que não participe mais de licitações por um período de cinco anos, por exemplo”, disse.
O senador Humberto Costa (PT-PE) elogiou a iniciativa do Executivo e lembrou que o projeto pode evitar situações como a ocorrida no período em que ele foi ministro da Saúde (2003-2005), durante a chamada Operação Vampiro. Mesmo com a identificação das empresas que vendiam hemoderivados ao Sistema Único de Saúde (SUS), por meio de licitações fraudulentas, nenhuma foi indiciada. “O que acontece hoje é que as mesmas empresas envolvidas diretamente naquelas ações de corrupção continuam a vender para o governo”, observou.
Doação para eleições
Já o senador Jorge Viana (PT-AC) defendeu também o fim da doação, direta ou indireta, de pessoa jurídica para candidatos ou partidos políticos. Em sua avaliação, por essa e outras razões, campanha eleitoral virou sinônimo de corrupção no Brasil.
O senador Pedro Taques (PDT-MT), autor do projeto que tornou hediondo o crime de corrupção (PLS 204/11), aprovado na semana passada, destacou a responsabilidade objetiva das pessoas jurídicas contemplada na lei anticorrupção. “O Ministério Público, junto com a Controladoria Geral da União (CGU), precisará comprovar apenas o fato, o resultado e o nexo causal. Isto em uma investigação, em uma ação penal, é muito significativo”, explicou.

Íntegra da proposta:

Fonte:    http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/ADMINISTRACAO-PUBLICA/446883-SENADO-APROVA-PUNICAO-A-EMPRESAS-POR-CORRUPCAO.html