segunda-feira, 29 de julho de 2013

JAZZ PARA TODOS

Ellza Souza (*)
Ontem foi o encerramento do 8º. Festival Amazonas Jazz. É incrível como a música de qualidade “toca” mentes e corações do ser humano e até quem sabe dos carapanãs que rondassem por ali. O teatro quase lotou. Quem assistiu as apresentações da OBA – Orquestra de Beiradão do Amazonas e Vinicius Cantuária ouviu estilos diferentes mas definitivamente surpreendentes.

A Orquestra de Beiradão foi uma surpresa para mim. Nunca pensei que esse ritmo que escuto em motor de recreio viesse a fazer parte do repertório de uma orquestra com trompetes, sax, trombones, guitarras, bateria, percussão, flauta, tudo afinadamente embalado e mesclado ao forró, xote, carimbo, lambada, merengue caribenho e cúmbia colombiana. O resultado foi algo inusitado que encantou a platéia. A vontade era de dançar ali mesmo por entre as cadeiras de veludo do Teatro Amazonas. Adorei aquilo e me senti transportada num barco daqueles de madeira, grandão, lotado, descendo o rio Amazonas em direção ao Pará, terra de minha mãe. Como é bom ouvir o som produzido por uma orquestra e seus vários instrumentos cada um com seu arranjo e sua musicalidade.

Vinicius Cantuária e os músicos que o acompanham também deram um show nessa noite. O público ouviu com atenção aquela voz suave, delicada, completa. Sem gritar preencheu o ambiente e enlevou a todos a um patamar sublime. Um músico do Amazonas, do Brasil e do mundo, Vinicius e sua banda interpretaram belas canções como Lígia de Tom Jobim.

Precisamos de musicas desse tipo e desse tom. Por essas bandas tupiniquins temos a mania de ouvir até Ave Maria no último volume para impressionar vizinhos e ouvintes. Talvez seja para não entendermos as letras cri..cri...que rolam por aí. E sem direito a dar um pio a não ser que queira gritar junto com o barulho que sai “da caixa”.

Saí do teatro completamente feliz e com vontade de quero mais e de sair dançando por aí.


(*) É escritora, jornalista e articulista do NCPAM/UFAM.

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