JAZZ
PARA TODOS
Ellza
Souza (*)
Ontem
foi o encerramento do 8º. Festival Amazonas Jazz. É incrível como a música de
qualidade “toca” mentes e corações do ser humano e até quem sabe dos carapanãs
que rondassem por ali. O teatro quase lotou. Quem assistiu as apresentações da
OBA – Orquestra de Beiradão do Amazonas e Vinicius Cantuária ouviu estilos
diferentes mas definitivamente surpreendentes.
A Orquestra de Beiradão
foi uma surpresa para mim. Nunca pensei que esse ritmo que escuto em motor de
recreio viesse a fazer parte do repertório de uma orquestra com trompetes, sax,
trombones, guitarras, bateria, percussão, flauta, tudo afinadamente embalado e
mesclado ao forró, xote, carimbo, lambada, merengue caribenho e cúmbia
colombiana. O resultado foi algo inusitado que encantou a platéia. A vontade
era de dançar ali mesmo por entre as cadeiras de veludo do Teatro Amazonas.
Adorei aquilo e me senti transportada num barco daqueles de madeira, grandão,
lotado, descendo o rio Amazonas em direção ao Pará, terra de minha mãe. Como é
bom ouvir o som produzido por uma orquestra e seus vários instrumentos cada um
com seu arranjo e sua musicalidade.
Vinicius Cantuária e os músicos que o
acompanham também deram um show nessa noite. O público ouviu com atenção aquela
voz suave, delicada, completa. Sem gritar preencheu o ambiente e enlevou a
todos a um patamar sublime. Um músico do Amazonas, do Brasil e do mundo,
Vinicius e sua banda interpretaram belas canções como Lígia de Tom Jobim.
Precisamos de musicas
desse tipo e desse tom. Por essas bandas tupiniquins temos a mania de ouvir até
Ave Maria no último volume para impressionar vizinhos e ouvintes. Talvez seja
para não entendermos as letras cri..cri...que rolam por aí. E sem direito a dar
um pio a não ser que queira gritar junto com o barulho que sai “da caixa”.
Saí do teatro completamente feliz e com
vontade de quero mais e de sair dançando por aí.
(*) É escritora,
jornalista e articulista do NCPAM/UFAM.
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