NOSSA PRESENÇA NO MUNICÍPIO DO JURUÁ
A verdade é que o Estado
brasileiro não tem menor respeito pelo povo da Amazônia, nos trata como se
fosse filhos abastados da República, no entanto, quando estão em crise recorrem
a Amazônia para saquear as riquezas naturais, vendendo o exotismo nos Fóruns
das Nações para se justificar perante as Agências de controle ambiental.
Ademir
Ramos (*)
A
beleza é singular, mas para chegar até aqui é preciso fazer uma ginástica de
invejar a qualquer contorcionista chinês. Desde o dia 09 de julho estou
previsto para viajar ao Município, uma hora não tem voo, outra hora estas
folhas voadora que navegam pelo céu da Amazônia, com pouca ou sem nenhuma
fiscalização, ameaça a desabar, pondo em risco a vida de profissionais que
circulam nesta região. Fato ocorrido na quinta-feira (11), no em torno do
aeroporto de Manaus, com vítima fatal. Em decorrência deste acidente, os voos interregionais
foram todos suspensos. É sempre assim, os órgãos responsáveis só respondem
quando a desgraça é consumada e depois tentam remediar com justificativa esfarrapadas,
colocando a culpa no piloto ou quando não, nas aves de ocasião. A verdade é que
o Estado brasileiro não tem menor respeito pelo povo da Amazônia, nos trata
como se fosse filhos abastados da República, no entanto, quando estão em crise
recorrem a Amazônia para saquear as riquezas naturais, vendendo o exotismo nos
Fóruns das Nações para se justificar perante as Agências de controle ambiental.
Malditos governantes, que além de nos excluir, transformam-nos em exóticos
cultuando políticas ufanistas que não respondem efetivamente às necessidades
dos povos que aqui vivem e moram secularmente.
O Município do Juruá
situa-se a 672,9 km de Manaus, em linha reta, localizado a sudeste do Amazonas,
com uma população de aproximadamente 12 mil habitantes. Nossa missão no Juruá é
ministrar o curso de Política e Legislação da Educação Básica (FEA 040), em
atenção aos alunos de Pedagogia, Turma PA 398 do PARFOR – Plano Nacional de
Formação de Professores da Educação Básica - sob a coordenação da Faculdade de
Educação da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Comigo viajaram os professores Luis Sergio
Castro de Almeida para trabalhar Educação da Região Amazônica (curso de pedagogia)
e o professor Erick Marcelo Lima de Souza para trabalhar a disciplina de
Literatura Brasileira III aos alunos do PARFOR do curso de Letras e Língua
Portuguesa, nas dependências da bela Escola Municipal Dalila Litaiff com apoio
do gestor, professor José Francisco Ribeiro. A partida de Manaus aconteceu pela
TRIP-AZUL, na sexta-feira (19), direto para Tefé, Município que serve de conexão
para os demais Municípios da microrregião, em particular, o Juruá. Ficamos em
Tefé, no médio Solimões, dois dias esperando a possibilidade de um avião que nos
levassem para o belo Juruá, o que ocorreu só no domingo (21), em voo fretado
pela Prefeitura do Município. Feito esta perna, aqui chegando eu e o professor
Luis Sergio traçou um planejamento contemplando aulas presenciais,
semipresenciais e exercícios extraclasses.
Não satisfeitos organizamos um
seminário para comunidade com foco na capacitação dos Delegados eleitos na
Conferência Municipal de Educação que irão participara nos dia 28 as 30 de
agosto, em Manaus, Conferencia Estadual de Educação.
À volta tivemos que atropelar
o nosso planejamento e viajar no sábado (27) recorrendo a um outo modal – barco
expresso –, que sai às 7h do porto do Juruá e chega a Tefé pelas 17h no porto –
modo de dizer - de Tefé, contudo só iremos pegar avião para Manaus, na
terça-feira (30). Se fossemos de barco do Juruá até Manaus, baixando gastaria 4 (quadro) dias e
de Tefé (três) dias. E o salário OH!!!!
Por está razão faz-se
necessário argumentarmos em favor do valor amazônico e para isso deveríamos contar, principalmente, com o apoio e a sustentação dos parlamentares da região. Mas, parece-nos que eles estão preocupados com outros valores não republicanos.
(*) É professor e
antropólogo e coordenador do Projeto Jaraqui e do NCPAM/UFAM.
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