quarta-feira, 17 de julho de 2013


EM DISCUSSÃO A QUALIDADE DOS PROJETOS DO LEGISLATIVO
Qualquer semelhança é mera coincidência, não dá pra aceitar tamanha enganação e o pior de tudo, a minha ou a sua indiferença contribui diretamente para esse estado de coisa.
Ademir Ramos (*)
É lugar comum se discutir a qualidade dos Projetos aprovados nas Casas Legislativas seguido da conduta do parlamentar que às vezes no Congresso Nacional comporta-se como político de paróquia, assim como também Deputados Estaduais que concorrem com vereadores rebatendo temáticas restritas ao cotidiano do Município, enquanto deveriam formular questões e elaborar proposituras em atenção às demandas estaduais alterando ou afirmando políticas públicas referentes à saúde, educação, segurança, transporte, cultura, ciência, empregabilidade com zelo e proteção a coisa pública.
Em se tratando de vereadores, alguns agem como se fosse agentes comunitários, focando somente para os seus, e de sua Igreja, perdendo a dimensão municipal e caráter republicano do seu ato, quando não se transformam em “carneirinhos” do poder executivo, fazendo tudo o que o chefe mandar. Esses ainda sonham e por isso, passam a ser chamado de “passarinhos” porque quer mudar pelo menos a sua comunidade, outros ao contrário se colocam a serviço dos empresários e dos poderosos formulando projetos que venham ampliar o latifúndio, a especulação e outras mamatas junto ao poder executivo, são os “morcegos”, assim designados.  .
Nesse caso, o mandato está a serviço de grupos econômicos e o interesse público foi para as cucuias. Mas, longe de mim fazer qualquer pré-julgamento, mas vamos aos fatos, tomemos como exemplo a qualidade dos Projetos aprovados e examinemos a sua eficácia quanto à consecução dos interesses sociais e políticos. Os Vereadores e até mesmo os Deputados fazem muita firula com os requerimentos parlamentares homenageando fulano e sicrano, formulando projetos para alterar nome de rua e outras bravatas similares, como o dia da sogra, desqualificando cada vez mais o parlamento.
Enfim, alguns transformam as Comissões Técnicas em verdadeiros currais de cabos eleitorais, o que enfraquece o legislativo como um todo e em particular a atuação parlamentar do eleito, gerando total indignação nas ruas e descrédito do ofício. Qualquer semelhança é mera coincidência, não dá pra aceitar tamanha enganação e o pior de tudo, a minha ou a sua indiferença contribui diretamente para esse estado de coisa. E assim sendo tornamo-nos responsáveis pelo embuste, pela corrupção e os demais vícios que resulta de nosso descaso. É hora de mudar.
(*) Professor, antropólogo e coordenador do NCPAM/UFAM e do Projeto Jaraqui.      

Nenhum comentário: