EM DISCUSSÃO A QUALIDADE DOS PROJETOS
DO LEGISLATIVO
Qualquer semelhança é mera coincidência, não dá pra aceitar tamanha
enganação e o pior de tudo, a minha ou a sua indiferença contribui diretamente
para esse estado de coisa.
Ademir Ramos (*)
É lugar comum se discutir a qualidade
dos Projetos aprovados nas Casas Legislativas seguido da conduta do parlamentar
que às vezes no Congresso Nacional comporta-se como político de paróquia, assim
como também Deputados Estaduais que concorrem com vereadores rebatendo
temáticas restritas ao cotidiano do Município, enquanto deveriam formular
questões e elaborar proposituras em atenção às demandas estaduais alterando ou
afirmando políticas públicas referentes à saúde, educação, segurança,
transporte, cultura, ciência, empregabilidade com zelo e proteção a coisa
pública.
Em se tratando de vereadores, alguns
agem como se fosse agentes comunitários, focando somente para os seus, e de sua
Igreja, perdendo a dimensão municipal e caráter republicano do seu ato, quando não
se transformam em “carneirinhos” do poder executivo, fazendo tudo o que o chefe
mandar. Esses ainda sonham e por isso, passam a ser chamado de “passarinhos”
porque quer mudar pelo menos a sua comunidade, outros ao contrário se colocam a
serviço dos empresários e dos poderosos formulando projetos que venham ampliar
o latifúndio, a especulação e outras mamatas junto ao poder executivo, são os
“morcegos”, assim designados. .
Nesse caso, o mandato está a serviço
de grupos econômicos e o interesse público foi para as cucuias. Mas, longe de mim
fazer qualquer pré-julgamento, mas vamos aos fatos, tomemos como exemplo a
qualidade dos Projetos aprovados e examinemos a sua eficácia quanto à
consecução dos interesses sociais e políticos. Os Vereadores e até mesmo os
Deputados fazem muita firula com os requerimentos parlamentares homenageando
fulano e sicrano, formulando projetos para alterar nome de rua e outras
bravatas similares, como o dia da sogra, desqualificando cada vez mais o
parlamento.
Enfim, alguns transformam as
Comissões Técnicas em verdadeiros currais de cabos eleitorais, o que enfraquece
o legislativo como um todo e em particular a atuação parlamentar do eleito,
gerando total indignação nas ruas e descrédito do ofício. Qualquer semelhança é
mera coincidência, não dá pra aceitar tamanha enganação e o pior de tudo, a
minha ou a sua indiferença contribui diretamente para esse estado de coisa. E
assim sendo tornamo-nos responsáveis pelo embuste, pela corrupção e os demais vícios
que resulta de nosso descaso. É hora de mudar.
(*) Professor, antropólogo e
coordenador do NCPAM/UFAM e do Projeto Jaraqui.
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