SAÚDE,
VIDA E TRABALHO
Ademir
Ramos (*)
Temos andado vagante como
se tivéssemos perdido o chão e fosse parar no fundo de um poço levados pelo
medo e pelas forças operantes das indeterminações do acaso que surpreende a
todos provocando dor e lágrimas no peito daqueles que amam.
Perdas irreparáveis e
vidas ceifadas com famílias mutiladas gerando mutismo e a macabra solidão
latejante causando tormenta no campo existencial. O doído e sofrido desse
quadro é a negação de si pelo triunfo do medo marcado pela letalidade do novo
Coronavírus.
O VALOR DA CIÊNCIA: Dor e
lágrima tem sido o mantra dessa pandemia. Mas, os males que operam contra a
humanidade e seu meio ambiente afrontam à vida na totalidade recorrendo às
plataformas de ciência das universidades e dos institutos de pesquisa focadas
na prospecção das análises clínicas e no desenvolvimento da pesquisa básica
centradas no combate à Convid-19 com avanço no tratamento desta pandemia em
direção à vacina de forma em definitiva.
Nesta trajetória
finalística o sumo bem é a defesa da vida. Por essa razão todo esforço objetivo
da política e de seus agentes, bem como toda ação particular subjetiva deve
necessariamente recorrer à seguridade da saúde, vida e trabalho.
Especificamente, qualquer programa, atitude e ação de governo nesta circunstância
devem contribuir diretamente para estes objetivos e fins, em proteção à vida no
campo existencial assentada na nova economia política.
NOVA ORDEM ECONÔMICA: Contrária
à ciência e a vida governos, agentes públicos e as corporações empresariais
identificam-se muito mais com a morte, o genocídio dos povos, do que com a
ciência e a vida, afrontando, dessa feita, a nova ordem econômica regida pela unidade
estruturante da saúde, vida e trabalho.
Romper esta unidade
sustentável em nome do lucro fácil, do capital cumulativo e de determinado
projeto de poder é desconsiderar a realidade objetiva da nova economia local e
mundial igualando-se a barbárie do processo de acumulação primitiva do capital
marcado pelo saque, expropriação e genocídio dos povos. É muito mais retrocesso
do que avanço no processo civilizatório.
(*) É professor, antropólogo e coordenador do Núcleo de
Cultura Política do Amazonas do Dpto. de Ciências Sociais da Ufam. E-mail:
ademiramos@hotmail.com