O REPENSAR DOS
MOVIMENTOS SOCIAIS
E A DEFESA DO NOSSO ENCONTRO DAS ÁGUAS
ADEMIR RAMOS (*)
A temática em questão
faz parte dos conteúdos programáticos do campo das ciências sócias. Com o
avanço da covid-19 definindo o isolamento social como estratégia de política
sanitária para salvar vidas, a desmobilização dos Movimentos Sociais (MS) nas
ruas e praças mundo afora é uma realidade desafiadora para estes militantes que
são instrumento de protesto, reivindicação e validação dos direitos sociais,
ambientais e humanos numa perspectiva democrática.
Frente esta realidade
factível, o repensar dos meios e modos dos MS fez-se necessário para fazer
valer as agendas de luta desses atores relativos à causa centrada nas forças de
articulação e mobilização da sociedade por meio das comunidades em rede,
qualificando, dessa feita, as ferramentas mais eficazes para despertar corações
e mentes fazendo crer a todos (as) que somos parte deste todo estruturante a
gritar por saúde, vida e trabalho com dignidade e justiça social.
Segundo Fernanda Simas
e Janaína Cesar, em reportagem especial (24/5) para O Estadão, “com o avanço da Covid-19, os coletes amarelos, na França, o movimento das sardinhas, na Itália,
os estudantes chilenos e a revolta do guarda-chuva, em Hong Kong, por exemplo,
tiveram de mesclar novas e velhas táticas de protesto, como panelaços e uso de
hashtags, para manter vivo o ímpeto das manifestações”, inclusive com
influência no Brasil.
Atualmente, no Brasil,
a única manifestação de rua que se registra quase todo o final de semana, em
Brasília, são as “camisas pardas” bolsonaristas que levantam bandeiras contra
os poderes constitucionais em favor da Ditadura sob a batuta dos apoiadores do
governo do presidente Jair Bolsonaro.
Pautado por esse
cenário de quarentena e isolamento social patológico foi que o Movimento S.O.S.
Encontro das Águas recentemente promoveu em Manaus junto aos seus pares, ampla
discussão em rede para melhor analisar, compreender e definir novos
encaminhamentos quanto à luta pela homologação do Tombamento do Encontro das
Águas dos rios Solimões e Negro formador do monumental Rio Amazonas em
território nacional, ameaçado de toda forma pela construção de um terminal
portuário flutuante chamado de Porto das Lajes.
Articulado com os MS
local, nacional e mundial, o Movimento S.O.S. Encontro das Águas pretende cada
vez mais sedimentar suas ações nas Comunidades do entorno deste bem cultural,
paisagístico, arqueológico do Amazonas, recorrendo aos instrumentos
multiplicadores para que todos (as) participem intensamente da proposta Grita
Brasil a favor da preservação e cuidado do Encontro das Águas e do seu entorno
em atenção à saúde, vida e trabalho centrado na valorização dos recursos socioambientais
capazes de agregar valor capital sustentável em benefícios destas Comunidades
articuladas com os segmentos culturais, artísticos, turísticos e ambientais
originados da floresta, dos rios e dos saberes da nossa gente.
vinculado ao Dpto. de Ciências Sociais da UFAM. E-mail: ademiramos@hotmail.com
Um comentário:
Meu apoio irrestrito ao Movimento S.O.S. Encontro das Águas!
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