quarta-feira, 20 de maio de 2020

DA FAUNA POLÍTICA DO AMAZONAS


Ademir Ramos (*)

Qualquer semelhança é mera coincidência. Os especialistas por dever de ofício fizeram várias tipificações dessas espécies às vezes primando mais pela forma do que pelos instintos com objetivo de distinguir os indivíduos em si ou em grupos para melhor compreender sua natureza. O esforço não foi em vão. Mas, o arguto Maquiavel recorreu muito mais aos instintos, aos impulsos naturais, para tipificar o homem em suas relações de poder extensiva a moral e a política.





Sabe-se também que quanto à forma a diversidade se multiplica. Por essa razão nos prendemos mais a natureza comportamental para melhor observar e classificar essas espécies da fauna política do Amazonas, considerando ainda a especificidade da cultura política circunscrita e este território.

A CULTURA COMO DIFERENCIAL. Quanto à natureza os homens em tese são iguais. Em tese porque cada indivíduo diferencia-se por seu código genético. Uns mais violentos e afoitos outros mais rastejantes e traiçoeiros. Ambos, pelo regramento da cultura se tornam mais social do que as abelhas. Estes homens quando ajustados em determinada arena política ganham a força do Leão para amedrontar seus oponentes ou se disfarçam de raposão para seduzir os incautos gerando cumplicidade na lida pelo poder, quando consumado pela força e pela sedução o domínio político e o controle ideológico flui como água.

DA NOSSA FAUNA POLÍTICA: De imediato os desavisados começam atirar pedra nos políticos como se fossem eles os responsáveis de todos os males. Imputam a estes atores responsabilidade que na verdade originam-se da vontade do eleitor consumada nas urnas. É fato também que há uma grande lacuna entre o eleitor em si e a representação parlamentar, não permitindo que haja estreita relação entre as partes interessadas. Isto não é por acaso, o próprio sistema eleitoral contribui para tal absurdo cuspindo o eleitor depois das eleições. Somado a este quadro encontra-se também a perversa desigualdade social que se multiplica na capital e no interior do nosso Estado excluindo o eleitor dos processos de decisão.

Da nossa variada fauna política até o presente temos mais espécie rastejante e traiçoeira originada de uma cepa ou estirpe viral similar aos males da Covid-19 que tem matado muito mais do que salvo. Contudo, é importante registrar e definir os mecanismos institucionais dos órgãos de controle constitucional que combate os impulsos dos corruptos, dos viciados, dos alucinados pelo poder que querem porque querem reduzir o Estado aos interesses familiares ou de corporações particulares privando a nação e o povo de seus Direitos Fundamentais tangidos pelo crime de responsabilidade do que pela ordem Constitucional.

(*) É professor, antropólogo, coordenador do projeto jaraqui e do Núcleo de Cultura Política do Amazonas. ademiramos@hotmail.com




Nenhum comentário: