sexta-feira, 29 de maio de 2020

SAÚDE, VIDA E TRABALHO



Ademir Ramos (*)


Temos andado vagante como se tivéssemos perdido o chão e fosse parar no fundo de um poço levados pelo medo e pelas forças operantes das indeterminações do acaso que surpreende a todos provocando dor e lágrimas no peito daqueles que amam.


Perdas irreparáveis e vidas ceifadas com famílias mutiladas gerando mutismo e a macabra solidão latejante causando tormenta no campo existencial. O doído e sofrido desse quadro é a negação de si pelo triunfo do medo marcado pela letalidade do novo Coronavírus.


O VALOR DA CIÊNCIA: Dor e lágrima tem sido o mantra dessa pandemia. Mas, os males que operam contra a humanidade e seu meio ambiente afrontam à vida na totalidade recorrendo às plataformas de ciência das universidades e dos institutos de pesquisa focadas na prospecção das análises clínicas e no desenvolvimento da pesquisa básica centradas no combate à Convid-19 com avanço no tratamento desta pandemia em direção à vacina de forma em definitiva.

Nesta trajetória finalística o sumo bem é a defesa da vida. Por essa razão todo esforço objetivo da política e de seus agentes, bem como toda ação particular subjetiva deve necessariamente recorrer à seguridade da saúde, vida e trabalho. Especificamente, qualquer programa, atitude e ação de governo nesta circunstância devem contribuir diretamente para estes objetivos e fins, em proteção à vida no campo existencial assentada na nova economia política.


NOVA ORDEM ECONÔMICA: Contrária à ciência e a vida governos, agentes públicos e as corporações empresariais identificam-se muito mais com a morte, o genocídio dos povos, do que com a ciência e a vida, afrontando, dessa feita, a nova ordem econômica regida pela unidade estruturante da saúde, vida e trabalho.

Romper esta unidade sustentável em nome do lucro fácil, do capital cumulativo e de determinado projeto de poder é desconsiderar a realidade objetiva da nova economia local e mundial igualando-se a barbárie do processo de acumulação primitiva do capital marcado pelo saque, expropriação e genocídio dos povos. É muito mais retrocesso do que avanço no processo civilizatório.
           

(*) É professor, antropólogo e coordenador do Núcleo de Cultura Política do Amazonas do Dpto. de Ciências Sociais da Ufam. E-mail: ademiramos@hotmail.com

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