NOTA SOBRE A POLÍTICA
DE PREÇOS DA PETROBRAS, SAIBA O QUE ESTÁ POR TRÁS DESTA JOGADA BILIONÁRIA
Associação dos
Engenheiros da Petrobras (AEPET) reafirma o que foi expresso no Editorial
"Política de preços de Temer e Parente é 'America First!' ", de
dezembro de 2017. Confira a estratégia de mercado da Petrobras que afronta os
interesses nacionais priorizando a importação de diesel dos Estados Unidos da
América.
A Petrobras
adotou nova política de preços dos combustíveis, desde outubro de 2016, a
partir de então foram praticados preços mais altos que viabilizaram a
importação por concorrentes. A estatal perdeu mercado e a ociosidade de suas
refinarias chegou a um quarto da capacidade instalada. A exportação de petróleo
cru disparou, enquanto a importação de derivados bateu recordes. A importação
de diesel se multiplicou por 1,8 desde 2015, dos EUA por 3,6. O diesel
importado dos EUA que em 2015 respondia por 41% do total, em 2017 superou 80%
do total importado pelo Brasil.
Ganharam os produtores norte-americanos, os “traders”
multinacionais, os importadores e distribuidores de capital privado no Brasil.
Perderam os consumidores brasileiros, a Petrobrás, a União e os estados
federados com os impactos recessivos e na arrecadação. Batizamos essa política
de “America first! ”, “Os Estados Unidos primeiro!”.
Diante da greve dos caminhoneiros assistimos, lemos e
ouvimos, repetidamente na “grande mídia”, a falácia de que a mudança da
política de preços da Petrobrás ameaçaria sua capacidade empresarial.
Esclarecemos à sociedade que a mudança na política de preços, com a redução dos
preços no mercado interno, tem o potencial de melhorar o desempenho
corporativo, ou de ser neutra, caso a redução dos preços nas refinarias seja
significativa, na medida em que a Petrobrás pode recuperar o mercado entregue
aos concorrentes por meio da atual política de preços. Além da recuperação do
mercado perdido, o tamanho do mercado tende a se expandir porque a demanda se
aquece com preços mais baixos.
A atual direção da Petrobras divulgou que foram realizados
ajustes na política de preços com o objetivo de recuperar mercado, mas até aqui
não foram efetivos. A própria companhia reconhece nos seus balanços trimestrais
o prejuízo na geração de caixa decorrente da política adotada.
Outra falácia repetida 24 horas por dia diz respeito a
suposta “quebra da Petrobras” em consequência dos subsídios concedidos entre
2011 e 2014. A verdade é que a geração de caixa da companhia neste período foi
pujante, sempre superior aos US$ 25 bilhões, e compatível ao desempenho
empresarial histórico.
Geração operacional de caixa, US$ bilhões
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
33,03 27,04 26,03 26,60 25,90 26,10 27,11
A Petrobras é uma empresa estatal e existe para contribuir
com o desenvolvimento do país e para abastecer nosso mercado aos menores custos
possíveis. A maioria da população quer que a Petrobrás atue em favor dos seus
legítimos interesses, enquanto especuladores do mercado querem maximizar seus
lucros de curto prazo.
Nossa Associação se solidariza aos consumidores brasileiros e
afirma que é perfeitamente compatível ter a Petrobras forte, a serviço do
Brasil e preços dos combustíveis mais baixos e condizentes com a capacidade de
compra dos brasileiros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário