SE ARREPENDIMENTO
MATASSE EDUARDO BRAGA ESTARIA MORTO
Ademir Ramos (*)
Depois da lavada que o
senador Eduardo Braga (PMDB), conhecido entre os seus adversários como Tinhoso,
levou do candidato do PDT, Amazonino Mendes, aliançado com o deputado Bosco
Saraiva (PSDB), no primeiro turno destas eleições suplementares para o governo
do Amazonas, o cabra ficou tão deprimido que foi preciso injetar no candidato
algumas ampolas de ânimo para que o Tinhoso voltasse a campo e disputasse o
segundo turno que finda no último domingo (27) de agosto e com isso cumprisse o
regulamento do certame em respeito aos seus eleitores. Segundo seus
considerados, o Tinhoso ficou tão descontrolado que botava fogo pelas ventas
mostrando-se arrependido da aliança ajeitada com o ex-deputado Marcelo Ramos
(PP), que embora seja jovem nas aparências, alimenta uma prática política endiabrada,
descontextualizada, marcada pelo denuncismo vazio e inconsequente não
contribuindo para agregar quantitativamente votos nas urnas. O bicho é pé frio, levando o Tinhoso para as
profundezas do inferno. Mas, é claro que não acreditamos nesta narrativa, o
fato é notório, o arranjo político do Tinhoso com o Endiabrado foi pros quintos
dos infernos e se arrependimento matasse Eduardo estaria morto.
A crítica mais ferina
partiu da direção do aguerrido PC do B, que colocou seus militantes nas ruas
fazendo campanha para o Tinhoso e o Endiabrado. Naturalmente, com aval de
algumas lideranças do partido encheram a bola do Endiabrado para rifá-lo deste
e por conseguinte do próximo pleito, limpando o campo para futuras disputas
eleitorais na aba de Eduardo Braga, quem sabe contando antecipadamente com o
apoio do Tinhoso em favor da Vanessa para deputado Federal. O jogo é pesado e a
hipótese em questão me parece que não deva ser descartada. O que se sabe é que
os candidatos à frente do processo destas eleições, atuando na capital ou no
interior, estão sem dúvida alguma pavimentando caminhos e veredas para afirmação
de suas candidaturas no próximo pleito. O que aconteceu é que o Eduardo passou
a dar atenção para o interior e deixou o Marcelo mais na capital, ficando com
certa liberdade de atuação, surfando na onda de que por ser jovem era capaz de
bater o Negão Amazonino12 em Manaus por ter um perfil de oposição. O tiro saiu
pela culatra, o resultado foi deprimente, Eduardo Braga levou uma surra de
votos do Negão e do Zé do PT, que com um discurso paroquial arrebatou mais
votos em Manaus do que Eduardo e Marcelo, a pisa foi feia e eles parecem
acreditar que ajeitando o PT com o PMDB vão conseguir reverter este quadro, o
buraco é mais baixo.
Tudo isso é relativo
quando a força do querer manifesta votar em Amazonino12. Contudo, sem depreciar
a candidatura do senador Eduardo Braga, sabe-se que ele vai tentar contrapor
suas propostas a de Amazonino Mendes, não mais desqualificando o “velho”, mas
tentando buscar certa identidade com o povo ampliando sua candidatura tanto na
capital como no interior no estilo “paz e amor”. Marcelo, o Endiabrado, talvez
não aceite a condição de sujeito oculto e comesse a estrebuchar provocando
fissura na campanha dando tiro pra todo lado. Se esta análise corresponder aos
fatos passo a concordar com assertiva de que “se arrependimento matasse Eduardo
Braga já estaria morto.” No entanto, como guerreiro que é talvez queira morrer
em combate dignificando a disputa e a vitória de Amazonino Mendes e Bosco
Saraiva par o governo do Amazonas.
(*) É professor,
antropólogo e analista político.
Nenhum comentário:
Postar um comentário