domingo, 7 de fevereiro de 2021

A INDÚSTRIA DA PANDEMIA E A CORRUPÇÃO NO AMAZONAS

A miséria social não é vontade de Deus é muito mais vontade do diabo desses governantes e políticos irresponsáveis que enriquecem a custa da cheia, seca e agora da Covid-19.

Ademir Ramos (*)

Uma somatória de fatores contribui diretamente para disseminar a pandemia provocando dor e morte no coração desta brava gente que tanto luta por dignidade e respeito. Quando vem a enchente perde o pouco que tinha, na seca fica no abandono a mercê dos favores eleitoreiros dos políticos e governantes corruptos que se aproveitam do “estado de calamidade” para superfaturar cesta básica e outros serviços prestados a população do nosso Amazonas.

Na cidade vive “nas quebradas” sem condições dignas de moradia, sem água e nenhuma estrutura sanitária. Estas pessoas são empurradas pelo Estado, digo pelos governantes e políticos, para o antro do narcotráfico que assim como a pandemia espalhou-se como praga nas cidades e no interior da Amazônia.

A miséria social não é vontade de Deus é muito mais vontade do diabo desses governantes e políticos irresponsáveis que enriquecem a custa da cheia, seca e agora da Covid-19.

Esses carniceiros que fingem governar como Messias ou salvador da pátria, que roubam merenda escolar, que superfaturam remédios e equipamentos são mais do que corruptos, são na verdade “assassinos” como bem disse o ministro da Suprema Corte Luís Roberto Barroso.

A indústria da Covid-19 no norte do Brasil é um quadro lastimável afronta a Justiça e a dignidade do povo da Amazônia. Saiba que os governantes dos dois maiores Estados da Federação, o Pará e o Amazonas, estão sob investigação da Polícia Federal por suspeita de desvio de recurso da saúde para as contas bancárias destes agentes públicos e de seus comparsas.

A responsabilidade recai também nos órgãos de controle e fiscalização. No caso específico compromete diretamente o poder legislativo estadual e municipal que por prevaricação ou cumplicidade deixaram de cumprir com o seu dever constitucional merecendo ser cassado ou negado nas urnas.

O cinismo e a imoralidade desses políticos carniceiros passaram dos limites. Na propaganda oficial difundem que estamos em guerra e com isso a terrorizam a população apostando no “quanto pior melhor” para mostrar que eles estão no comando.

Os fatos denunciam que os amazonenses estão à deriva e que seus governantes não conseguem definir um planejamento mínimo para garantir oxigênio aos pacientes quanto mais assegurar respeito à fila da vacinação em cumprimento às determinações da ordem do Ministério da Saúde, em não fazendo resolveram promover nomeações à alfaiate para justificar a vacinação dos seus apaniguados, patrocinadores, parentes e afins. Mas nem todo mal dura para sempre, assim que chegarmos a terra firme com oxigênio e saúde, não nos esqueçamos de mandar esta gente para o cafundó dos infernos reprovando nas ruas e nas urnas. 

 (*) É professor, antropólogo, coordenador projeto jaraqui e do núcleo de cultura política do Amazonas do Dpto. de Ciências Sociais da UFAM.

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