COMUNICADO
AOS MILITANTES DO MOVIMENTO S.O.S ENCONTRO DAS ÁGUAS
A decisão de ontem (10),
do Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli deve ser comemorada
para que não esqueçamos a trama urdida que o governo Omar Aziz armou contra o
Tombamento Definitivo do nosso Encontro das Águas, enlace dos rios Negro com
Solimões, em benefício dos interesses da Valle do Rio Doce e do grupo da coca
cola no Amazonas.
A pretensa construção de
um Terminal Portuário no Encontro das Águas é um golpe de morte a nossa
cultura, a paisagem, a vida da flora, fauna e do nosso patrimônio histórico que
respira cuidado e proteção. A decisão do governo do Estado compara-se a prática
de rapinagem dos neocolonizadores, arrivistas que tomam de assalto à economia
de uma nação para explorar suas riquezas e dominar seu povo com migalha de
favores, multiplicando a miséria e institucionalizando a desigualdade social de
forma perversa e desumana.
O Encontro das Águas é um
corpo vivo, sujeito de Direito, que deveria ser protegido pelo mandatário do
povo do Amazonas. No entanto, os desmandos governamentais têm contribuído muito
mais para sua devastação de forma quase criminosa por não combater os danos
ambientais que saltam aos olhos dos observadores mais atentos quanto à economia
dos recursos naturais que encerra este nosso patrimônio a se estender a margem
esquerda do Rio Negro, pela Zona Leste de Manaus.
A decisão do Ministro, em
atenção a Reclamação 12957 impetrada pelo Procurador-Geral da República Roberto
Gurgel, determina a suspensão da Ação Ordinária de Anulação de Processo
Administrativo de Tombamento com Pedido de Antecipação dos efeitos da Tutela,
movida pelo governo Omar Aziz, no dia 17 de janeiro de 2011, sob o nº 780-89.2011.4.01.3200,
visando unicamente “anular o processo de tombamento do Encontro das Águas do
Rio Negro e Amazonas [...]”.
A decisão do Ministro do
STF Dias Toffoli está amparada no mandamento constitucional a ordenar que: Compete ao Supremo Tribunal Federal
precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe (EC nº 3/93, EC nº 22/99,
EC nº 23/99 e EC nº 45/2004). [...] as causas e os conflitos entre a União e os
Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as
respectivas entidades da administração indireta. (CF.Art. 102, I, “f”).
A Liminar proferida restaura
a ordem jurídica e exorciza o governador Omar Aziz quanto à demoníaca vontade
de reduzir o Encontro das Águas em moeda de troca acelerando a privatização
desse bem público, o que contraria frontalmente os interesses do povo do
Amazonas e a saúde do planeta.
Mais uma vitoria que o
movimento socioambiental S.O.S Encontro das Águas registra em sua trajetória
nesses quatro anos de luta e determinação. Mas, devemos continuar vigilantes e
atentos porque temos ainda pela frente mais processo a ser disputado na Justiça
Federal do Amazonas, desta vez trata-se de uma Ação Civil Pública com Pedido de
Antecipação da Tutela, de autoria do Ministério Público Federal do Amazonas
(MPF/AM), datado de 23 de junho de 2010, tendo por objeto o reconhecimento do
poder judiciário relativo ao valor histórico, cultural, paleolítico, geológico,
estético e paisagístico do monumento natural conhecido como Encontro das Águas,
bem como inseri-lo no Regime de “Espaço especialmente Protegido”.
O processo em curso sob o
nº 10007-40.2010.4.01.3200, de autoria do MPF/AM, em cumprimento a decisão Judicial
está “concluso para decisão”, é o que expressa o espelho do processo na tela do
portal da Justiça Federal, aguardando providências operacionais para que se
cumpra o Ato Pericial determinado pelo titular da 7ª Vara da Justiça Federal do
Amazonas, Dimis da Costa Braga, por não está convencido que a construção do Porto
nas Lajes, no frontal do Encontro das Águas, irá provocar danos irreparáveis
para aquele corpo vivo que no momento grito por Justiça.
Portanto, não dormiremos
em serviço, ao contrário, revigoramos o Projeto Jaraqui, que no passado, nos
anos 80, foi uma trincheira de luta contra a ditadura, para que tenhamos um
Fórum amplo e Democrático em defesa da vida, da liberdade de expressão, dos
Direitos Fundamentais e das garantias constitucionais que asseguram ao povo
direito à saúde, educação, segurança, cultura, habitação e entre outros, um
meio ambiente ecologicamente equilibrado e socialmente justo.
Participe todos os sábados
do PROJETO JARAQUI, a partir das 10h, na Praça Heliodoro Balbi (praça da
polícia), na República Livre do Pina, no centro histórico de Manaus, e seja
mais um a comungar conosco da construção de um Amazonas livre da corrupção, das
injustiças e dos desmandos sociais e ambientais. Venha, participe e fortaleça esta
luta por um Brasil passado a limpo, justo economicamente e ambientalmente
sustentável.
Nenhum comentário:
Postar um comentário