terça-feira, 3 de novembro de 2009

VAMOS À LUTA: A JUVENTUDO DO NORTE CONTINUA EXCLUÍDA

A UNESCO e a Cátedra Educação, Juventude e Sociedade da Universidade Católica de Brasília (UCB) realizam no dia 9 de novembro, no auditório da universidade (Campus Asa Norte), o Seminário "Juventude, possibilidades e limites". O encontro contará com a presença de acadêmicos, especialistas, pesquisadores e jovens que apresentarão e debaterão tópicos relacionados à temática da juventude, como inclusão social, educação, violência, educação profissional e velocidade da informação.

Além da troca de ideias, o seminário tem por objetivo trazer novas perspectivas para o tema da juventude e proporcionar um debate aprofundado que proponha soluções concretas a serem futuramente compiladas em uma publicação. O encontro também subsidiará a consulta e a discussão sobre a estratégia regional de juventude da UNESCO, prevista para acontecer em novembro, no Rio de Janeiro.

Participarão do seminário, entre outros, o reitor da UCB, Romualdo Degasperi; o coordenador da Cátedra Educação, Juventude e Sociedade da universidade, Cândido Gomes; o Representante da UNESCO no Brasil, Vincent Defourny; e o coordenador de Comunicação e Informação da Organização, Guilherme Canela.

A realização do encontro na UCB é vinculada ao Programa MOST (Management of Social Transformations), da UNESCO. O programa tem, entre suas metas, reforçar os vínculos entre a pesquisa e a formulação de políticas públicas.

O NCPAM registra a importância da iniciativa da UNESCO quanto à realização do Seminário. Entretanto, lamenta publicamente, a prática seguida pela instituição de centralizar suas ações numa determinada unidade da federação, excluindo a participação das lideranças de outros estados no processo de discussão das formulações de políticas em atenção à juventude, principalmente no que diz respeito ao Norte, onde, segundo o IBGE, concentra-se a maior população dos jovens brasileiros marcados pela pobreza e exclusão social.

HANSENÍASE É UM GRAVE PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL


Dados do governo brasileiro registram que no final de 2005 um coeficiente de prevalência de hanseníase de 1,48 casos/10.000 habitantes (27.313 casos em curso de tratamento em dezembro de 2005) e um coeficiente de detecção de casos novos de 2,09/10.000 habitantes (38.410 casos novos em dezembro de 2005).

Apesar da redução na taxa de prevalência observada no período compreendido entre 1985 e 2005 de 19 para 1,48 doentes em cada 10.000 habitantes, a hanseníase ainda constitui um problema de saúde pública no Brasil, o que exige um plano de aceleração e de intensificação das ações de eliminação e de vigilância resolutiva e contínua.

Ainda que o País registre um importante decréscimo nas taxas de prevalência e de detecção de casos novos de hanseníase, os níveis de magnitude da doença, segundo as regiões geográficas, demonstram a necessidade de se dar continuidade à execução de atividades que impactem a transmissão da doença, de modo a atingir taxas inferiores a 1 caso/10.000 habitantes em cada município.

A Região Norte continua com parâmetro hiperendêmico assim como o Centro-Oeste. Os dados de 2005 revelam a necessidade de focalizar e agilizar o diagnóstico de hanseníase em menores de 15 anos que podem ser os contactantes de casos ainda não assistidos e não-identificados pelo sistema de saúde, portanto, essa é uma ação da maior significância para as estratégias subseqüentes.

O que se sabe é que os índices do Ministério da Saúde no Brasil ainda apresentam uma alta magnitude da endemia de hanseníase em menores de 15 anos, com um coeficiente de detecção de 0,6 em cada 10.000 habitantes. Embora o maior número absoluto de crianças detectadas com hanseníase tenha sido na Região Nordeste, o maior coeficiente de detecção em menores de 15 anos foi na Região Norte, com 1,62 casos em cada 10.000 habitantes, demonstrando a manutenção da endemia em nossa região.

Exigindo do Estado políticas públicas qualificadas para combater a endemia, oferecendo a nossa população assistência preventiva e curativa em formato de um Programa Sócio-educativo eficiente, contando com a participação efetiva do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase, seguida de uma prática responsável que contribua diretamente para transformação desse quadro.

AS MANIFESTAÇÕES DA DOENÇA

O Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase, em seus informativos, faz questão de esclarecer a todos (as) as manifestações da doença, que em termos técnicos pode ser tipificada como paucibacilar e multibacilar. A primeira se manifesta em duas formas, a hanseníase indeterminada, com lesões iniciais planas, esbranquiçadas ou avermelhadas e sempre acompanhadas de dormência, e a hanseníase tuberculóide, com manchas avermelhadas, bem delimitadas e dormência.

A multibacilar aparece em dois outros tipos: a hanseníase virchowiana (em alusão ao patologista que a identificou, o alemão Rodolf Virchow), na qual as manchas são mal delimitadas, de colorido vermelho-vinhoso ou acastanhado, com nódulos e caroços; e a hanseníase diforma, muito semelhante à virchowiana e a tuberculóide.

Apenas a forma multibacilar pode ser transmitida, devido à produção de grande quantidade de bacilos de hansen no organismo, e o risco de transmissão cessa assim que iniciado o tratamento. A forma paucibacilar não permite a transmissão porque o organismo produz pequeno número de bacilos, devido à imunidade natural.

O importante é saber que hanseníase tem tratamento e cura. O risco de contágio é restrito e as deformidades são evitáveis se a doença for diagnosticada cedo.


Fonte: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/situacao_hansen_2007.pdf

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

CONJUNTO AMINE LINDOSO INAUGURADO PELO GOVERNO DO AMAZONAS


No dia 04 de novembro de 2003, os hansenianos da Colônia Antonio Aleixo, da Zona Leste de Manaus, eram sorteados pelo Governador Eduardo Braga (PMDB), através da Superintendência de Habitação do Estado (SUHAB), com 66 casas do conjunto Amine Lindoso, localizado numa das áreas mais belas de Manaus à margem do lago do Aleixo.

Os imóveis, segundo Agência de Comunicação do Governo (AGECOM) tinham sido construídos especialmente para os portadores do bacilo de Hansen, adaptado para atender as necessidades dos hansenianos. Para o lazer dos moradores, o conjunto Amine Lindoso conta ainda com uma área de convivência ampla, com jardim e praça e com uma Estação de Tratamento de Esgoto Ecológica que servirá de modelo para outros conjuntos habitacionais do governo do estado.

Tudo conversa fiada. No dia de ontem (1), quando o NCPAM participava do trabalho de campo junto com as lideranças do Movimento S.O.S Encontro das Águas, na Colônia Antonio Aleixo, foi convidado por dona Maria do Carmo, militante do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (MORHAN), para conferir de perto as condições em que vivem os moradores do conjunto Amine Lindoso. Na oportunidade visitamos o senhor Jacinto Nunes da Silva (foto), conhecido como Formiga, que foi um dos agraciados pelo governador para morar no conjunto e, segundo ele, “o presidente Lula também já esteve aqui me visitando”.

A casa do senhor Jacinto é a de n° 2 do conjunto, ainda com escada na entrada porque, como ele explica, “não tive dinheiro para fazer a rampa, como os outros fizeram e assim estou aqui quase sete anos dentro de casa, morando sozinho, eu e o meu gato branco”. Ele nos convidou para conhecer a casa, quando mostrou a dificuldade que tem para se locomover no banheiro. O senhor Jacinto é Amazonense de Lábrea, do rio Purus, e veio para Manaus deportado, com seis anos de idade, para o leprosário de Paricatuba enfrente de Manaus e depois transferido para a Colônia Antonio Aleixo em regime de confinamento.

Não tendo cadeira de rodas, o senhor Jacinto mandou fazer um assento com rodas de rolamento, o que possibilita se locomover pela casa toda. Na visita ele fez questão de nos mostrar as rachaduras da casa, mas com muito orgulho pediu para que nós visitássemos os arredores da casa que ele havia terminado de cimentar para proteger da umidade.

Na saída, fez questão de reclamar do mau cheiro que exala da tal “estação de tratamento de esgoto ecológica”, que fica bem enfrente de sua casa. A dita estação cedeu há muito tempo e todo dejeto corre a céu aberto direto para o Lago do Aleixo, provocando um cheiro insuportável. Reclama também o senhor Jacinto, que não recebe a visita do auxiliar de enfermagem para fazer os curativos e tem que pagar alguém para fazer o serviço. O sonho dele é ser contemplado com outra moradia para se livrar dos maus tratos que vem vivendo.

O FILHO DA COBRA


José Ribamar Bessa Freire (*)

Parece até conto de fadas. Pelo menos, o início da história. Ele nasceu num castelo, na Itália, em 8 de dezembro de 1852. Era conde, jovem, rico, aventureiro, viajou para o Amazonas, onde viveu mais de 43 anos. Com recursos próprios, percorreu florestas, rios e igarapés, aprendeu a falar o nheengatu e se apaixonou pelas histórias que os índios contavam. Coletou e registrou mitos. No final, contraiu lepra. Com o corpo deformado pelas chagas, foi enxotado de hotéis, de pensões e até mesmo de hospitais. Morreu, solitário e pobre, na periferia de Manaus, num casebre improvisado em leprosário.

O conde Ermanno Stradelli foi enterrado no cemitério de Paricatuba, no dia 24 de março de 1926. Sua vida daria uma mini-série global. Aliás, já deu um belo documentário - “Il figlio del serpente incantato”, dirigido pelo jornalista italiano Andrea Palladino, que vasculhou os lugares da memória do Conde na Itália e no Amazonas, onde entrevistou muita gente boa, incluindo Narciso Lobo, homenageado na IV Mostra Amazônica do Filme Etnográfico, que encerrou ontem em Manaus.

“Já consegui editar 80% do documentário. Até dezembro a versão final deve estar pronta. Foi um filme muito difícil, não queria fazer algo apenas didático, mas usar o tempero da vida e da emoção” – me conta Andrea. Ele mostrou a primeira versão, no ano passado, ao Narciso Lobo, que aprovou o estilo e adorou o que viu. A ele, Narciso, falecido recentemente, o documentário é dedicado.

Em busca do Conde

Quem começou a se interessar pela vida do conde Stradelli foi Câmara Cascudo, em 1930, quando viu três cadernos volumosos com milhares de verbetes escritos à mão. Era o dicionário Nheengatu-Português, Português-Nheengatu. Impressionado com a obra e com a vida trágica do autor, Cascudo decidiu correr atrás de mais dados.

Acontece que o Amazonas tem memória fraca, não cuida dela, apaga tudo, como um criminoso competente, que não deixa impressões digitais e nem qualquer vestígio daquilo que fez. Numa carta ao então governador do Amazonas, Álvaro Maia, Câmara Cascudo se queixa da cortina de silêncio e da inexistência de documentos. Sobre o seu biografado, ele encontrou apenas dois artigos mixurucas publicados, um no Diário Oficial do Amazonas, e outro em O Jornal de Manaus, além de breves notas em quatro livros.

“Quase nada se sabia dele. Morrera em 1926 e seu nome se diluíra na sombra, como uma inutilidade. Raras citações. Raríssimos informadores. Percentagem altíssima em erros, enganos, omissões” - escreve Cascudo, que pesquisou a vida do Conde. Não encontrando documentos fidedignos, resolveu criá-los. Escreveu oitenta cartas a familiares e amigos de Stradelli: professores, jornalistas, viajantes, padres, bispos, embaixadores.

Muita gente respondeu com depoimentos, entre os quais o do padre jesuíta Alfonso Stradelli, o caçula, que lembra as cartas mensais enviadas pelo irmão mais velho à sua mãe, com notícias detalhadas das viagens pela Amazônia e histórias contadas pelos índios. Embora o arquivo particular da família não tivesse sido consultado, o material coletado permitiu traçar um perfil do personagem.

A infância de Stradelli no castelo de Borgotaro – residência senhorial da família, os estudos na Universidade de Pisa, os primeiros versos, o encantamento com os índios, as rotas e a cronologia das viagens pelos rios da Amazônia – tudo isso ganha contorno mais nítido no livro de Cascudo.

Concluída a biografia, seu autor convenceu o Governo do Estado do Amazonas a editá-la em 1936, com o sugestivo título – Em Memória de Stradelli. Esse livro teve o cuidado de revelar como é que o Conde fazia quando queria conhecer algum aspecto da vida da Amazônia: o trabalho de campo. Ele mergulhava na realidade e ia ver de perto, conversar com as pessoas, anotando e fotografando tudo.

Trabalho de campo

Décadas antes de Malinowski sistematizar suas reflexões sobre a observação participante, Stradelli intuiu que o pesquisador decidido a conhecer uma sociedade que lhe é estranha, devia partir do interior dela, impregnando-se da mentalidade de seus integrantes e esforçando-se para pensar na língua deles. Para entender um ritual onde rolava o caxiri, Stradelli deixou que os índios pintassem o seu corpo e dançou convictamente com eles na maloca de Miriti-Cachoeira, “bebendo repetidas cuias de capy entontecedor”.

Essa adaptação, completa e absorvente, à vida dos índios, lhe permitiu coletar rico material de pesquisa. Entrava nas aldeias com sua farmácia portátil, equipamentos topográficos, caixas para recolher material ornitológico e entomológico, máquinas fotográficas, microscópios e outros aparelhos que, inicialmente, assustavam os índios. Ele, então, levava cada um deles para ver os instrumentos, tocar neles e verificar como funcionavam. Dessa forma, o tuxaua Mandu descobriu que “a máquina fotográfica servia também para matar formigas”, quando viu os ácidos fixadores caídos em cima de um formigueiro agirem como um poderoso formicida.

Stradelli aprendeu as línguas indigenas e viveu com os Tukano e Tariana, observando e registrando suas tradições. Realizou em 1882 viagens com a Comissão Brasileira de Limites com a Venezuela e auxiliou o botânico Barbosa Rodrigues na organização do Museu Botânico de Manaus em 1883, acompanhando-o no primeiro contato pacífico realizado em 1884 com os Waimiri-Atroari, na época conhecidos como Crichanás ou Jauaperis. Com eles, comeu paca moqueada, beiju, quinhapira e “molhou os lábios no molho estonteante das pimentas”.

O resultado foi a publicação de textos dispersos por jornais e revistas especializadas da Itália e do Brasil, um poema sobre Ajuricaba, um vocabulário em língua Tukano, o dicionário clássico de Nheengatu, mapas geográficos do Amazonas, e versões variadas de mitos indígenas. Stradelli revelou que Jurupari era um herói civilizador, criador dos usos, leis e preceitos transmitidos pela tradição oral, retirando dele a imagem do diabo criada por missionários.

Com o documentarista Andréa Paladdino, no ano passado, visitei o Colégio Romano, onde Stradelli deu palestras sobre o Amazonas em 1901. Consultamos ainda na Sociedade Geográfica Italiana, em Roma, escritos e fotos de autoria de Stradelli. Numa delas, com a legenda feita pelo Conde – Como se acende um fósforo – aparece Barbosa Rodrigues, vestido de paletó e gravata, no meio do mato, entre os índios Waimiri. O filho da cobra encantada tinha muito humor. Esperamos que documentário sobre ele possa ser exibido na V Mostra Amazônica do Filme Etnográfico, no próximo ano, organizado pela Selda Valle.

(*) É Professor, Historiador e articulista do jornal Diário do Amazonas
www.taquiprati.com.br/home/apresenta-cronica.php?cronica=cronica01-11-2009

domingo, 1 de novembro de 2009

CONSTRUÇÃO DA ADUTORA DE AGUA DA ZONA LESTE DE MANAUS


Nesse momento, a Zona Leste de Manaus é a principal área de expansão da capital do Estado do Amazonas. No entanto, sua população sofre diariamente graves problemas sociais decorrentes das ausências de políticas públicas. Um desses problemas tão reclamados por essa população é a falta de saneamento urbano conjugado com a distribuição de água potável. Por exemplo, na Colônia Antonio Aleixo e demais comunidades do Lago, com uma população de mais 60 mil pessoas, toda distribuição de água ainda é feita pelo Centro Social da Igreja Católica extraída de poços artesianos e gerenciada pelos próprios comunitários. O governo do Amazonas por falta de investimento social nessas áreas condenou essa imensa população ao abandono e flagelo, desqualificando essa gente quanto à sua cidadania. Depois de muitas manifestações populares apoiadas pelo Ministério Público Estadual, o atual governo do Amazonas, Eduardo Braga (PMDB), municiado pelo governo federal resolveu iniciar a construção de uma Adutora de Água (foto) nas imediações do complexo das Lajes. A obra faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), contando com um montante de 250 milhões repassados pelo governo federal ao Estado do Amazonas.
Com aproximação das eleições de 2010, quando o governador do Estado, imperativamente deverá se afastar em março para concorrer ao senador federal, a obra ganhou pulso e estendeu os seus pilares Rio Negro adentro. No entanto, o governador Eduardo Braga, acendendo uma vela pra Deus e outro pro Diabo, resolveu referendar também a construção do Porto das Lajes na vizinhança da adutora, com menos de 500 metros da captação das águas, que serão distribuídas para a população da Zona Leste e Norte de Manaus. A previsão é de 280 milhões de litros de água tratada por dia para atender 105 mil famílias, comprometendo severamente a qualidade dessa água se realmente o Terminal privado das Lajes for efetivado, botando por terra um dos principais projetos do PAC no Amazonas. A prestação desse serviço, segundo o governador tem propalado pela mídia, ganhará um reforço de 70 metros de rede de distribuição a serem conectadas com a Ponta de Ismael - única captadora de água de Manaus sob a direção da empresa privada Águas do Amazonas -, rasgando a cidade de ponto a ponta para se construir essa nova rede de distribuição de água, sob ameaça de contaminação das águas de lastro dos navios cargueiros internacionais se a construção do Porto das Lajes vier a prosperar.

Fotos: NCPAM

UM DIA DE CAMPO COM AS LIDERANÇAS COMUNITÁRIAS DO ALEIXO

Nesse domingo (1), o NCPAM, que integra o Movimento S.O.S Encontro das Águas, realizou mais um dia de campo, participando das discussões junto às lideranças comunitárias do Lago do Aleixo.
Na oportunidade, procuramos levantar os problemas e pontuar questões a merecer uma análise de fundo seguido das definições de novas estratégias capazes de conter a depredação em curso originada pelas madeireiras e indústrias alocadas às margens do Lago do Aleixo, na Zona Leste, resultantante da expansão do Distrito Industrial sob a coordenação da Superintendência da Zona Franca de Manaus.
As liderenças manifestaram-se mais uma vez contra o projeto de construção do Porto das Lajes e fizeram questão de afirmar que o movimento está articulado para novos enfrentamentos se por acaso for necessário, contando com a força do Ministério Público e outros atores sociais comprometidos com a integridade ambiental da nossa Amazônia. O dia de campo foi oportuno para verificar de perto a depredação do Lago do Aleixo e a situação em que se encontra no momento da vazante do Rio Amazonas, comprometendo o seu curso, bem como a qualidade de vida dos comunitários que muito dependem do Lago para a sustentabilidade de suas famílias. Ainda hoje estaremos publicando novas imagens do trabalho de campo que fizemos junto a Colônia Antônio Aleixo e as demais comunidades do Lago situadas à Zona Leste de Manaus.

PARTICIPE DA CONFERÊNCIA DE COMUNICAÇÃO DO AMAZONAS

Na próxima terça-feira (3), a partir das 11h, na Assembléia Legislativa do Amazonas será realizada uma sessão especial para se discutir a 1ª Conferência Estadual de Comunicação (CONFECOM). O requerimento de solicitação do Ato foi feito pelo deputado Luiz Castro (PPS), merecendo aprovação dos seus pares.

A Comissão Estadual Pró-Conferência de Comunicação convida as lideranças sociais e demais atores para participarem do processo de discussão que encerra intenso debate sobre a formulação de políticas públicas de comunicação, contemplando mudanças estruturais nas grades de programação, bem como a universalização do acesso a internet, regulamentação da profissão de jornalista com exigência do diploma, mudança da legislação e financiamento para as rádios e Tv’s comunitárias, enfim, a democratização do segmento assegurando a voz ativa das representações do movimento social.

A CONFECOM do Amazonas está marcada para acontecer nos dias 17 e 18 de novembro. Da Conferência Estadual sairão os delegados e representantes para a Conferência Nacional marcada para os dias 14 a 17 de dezembro em Brasília. A mobilização tem sido tensa porque tanto as corporações privadas e o governo estadual e municipal pressionam para eleger o maior número de representantes, que irão votar em Brasília as propostas que lhes são convenientes financeiramente e politicamente.

No Estado do Acre, segundo o Blog do Altino, a Conferência Estadual de Comunicação realizada nos dias 30 e 31 passados repudia veementemente os critérios estabelecidos de forma draconiana e antidemocrática pela Comissão Organizadora da Conferência Nacional de Comunicação, pois ferem o princípio constitucional da igualdade dos entes federados, impedindo que as deliberações da Conferência Estadual ocorressem de forma soberana.

A Comissão Organizadora da Conferência Nacional de Comunicação autorizou a imposição de conteúdo não aprovado pelos Grupos de Trabalho da Conferência de Comunicação do Estado do Acre.

Isto aconteceu com o claro objetivo de favorecer os grupos empresariais que não estão dispostos ao diálogo transparente e democrático e que não representam plenamente a vontade da sociedade acreana.

Os grupos empresariais vão usar a Conferência Nacional de Comunicação para consolidar a sua hegemonia e seus interesses em detrimento da maioria da população brasileira.

Neste sentido, esclarecemos que as propostas apresentadas como divergentes no relatório final da Conferência Estadual de Comunicação do Acre, na verdade foram propostas rejeitadas pela maioria dos Grupos de Trabalho.

Por isso, A Conferência de Comunicação do Acre repudia categoricamente que a I Conferência Nacional de Comunicação deste País, que poderia marcar o início do processo de democratização das mídias, sirva apenas para legitimar a triste condição da comunicação brasileira.