domingo, 4 de maio de 2014

Dom Tomás, o eterno militante da causa indígena


 Dom Tomás Balduíno, em 2011, quando participava da XIX Assembleia Geral do Conselho Indigenista Missionário.

No Amazonas, com a recriação do CIMI, em 1978, convivemos fraternalmente com Dom Tomás, com quem discutíamos as estratégias de resistência dos povos indígenas enfrentando todo tipo de ameaça vindo de variadas frentes, inclusive da Arquidiocese de Manaus e Congregações Religiosas, que tudo faziam para obliterar o trabalho dos missionários comprometidos com a defesa e garantia das terras indígenas, sua cultura, sua espiritualidade, educação e, sobretudo, o fortalecimento de suas organizações contra o esbulho da Ditadura, que contava com apoio dos latifundiários, das mineradoras e dos megaprojetos financiados pela SUDAM à época.  Dom Tomás foi e continuará sendo para todos nós a resistência e a esperanças, no avanço dos Direitos Humanos e na afirmação de um Brasil livre e soberano. Com o seu encantamento aumenta ainda mais a nossa determinação de lutar pela garantia dos Direitos dos Povos Indígenas, por Terra para todos e pela efetivação de uma Justiça Agrária no Brasil, contemplando a realização da Reforma e Política Agrária centrada na produção familiar, na liberdade e no desenvolvimento humano.      

nota do CIMI dá conta, que no dia 02 (sábado) de maio, às 23h30, veio a falecer o incansável guerrilheiro das grandes causas da humanidade. Profeta e conselheiro, estrategista e sonhador, Dom Tomás foi um homem de muitas causas. Enquanto mensageiro do Evangelho, nunca se deixou limitar pelas fronteiras, ultrapassou todas elas para defender a vida. Nessa sua missão transfronteiriça assumiu as lutas dos povos indígenas como uma das suas prioridades. Por essa razão, percorreu todo o Brasil para apoiar as justas reivindicações dos povos originários em defesa de seus territórios tradicionais e de suas formas próprias de vida. Depois de ter participado da fundação do Cimi e ter exercido a função de vice-presidente e presidente, tornou-se padrinho honorário da entidade. Sua partida deixa a todos nós saudade provocada pelo sentimento de perda, mas nossa certeza na ressureição nos consola e nos torna conscientes de que seu compromisso com a causa dos indígenas, assim como com a causa de todos os povos agora será eterno.

Informações sobre a celebração de despedida:

O Corpo foi velado na Igreja São Judas Tadeu, no Setor Coimbra, em Goiânia, até às 10 horas de domingo (03) momento em que será concelebrada a Eucaristia, e logo em seguida será transladado para a cidade de Goiás, onde será velado na Catedral até às 9 horas da 2ª feira, dia 4, e logo em seguida será sepultado na própria Catedral.

Os amigos e companheiros de luta podem manifestar o seu pesar e dor aos amigos de caminhada de Dom Tomás Balduíno:

Telefones para Contato com Frei José Fernandes ou Vilma: 62 9611 12 13, 62 9636 9418, 62 8103 0324.

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