Dom Tomás, o eterno militante da causa
indígena
Dom Tomás Balduíno, em 2011,
quando participava da XIX Assembleia Geral do Conselho Indigenista Missionário.
No Amazonas, com a recriação do CIMI, em
1978, convivemos fraternalmente com Dom Tomás, com quem discutíamos as
estratégias de resistência dos povos indígenas enfrentando todo tipo de ameaça
vindo de variadas frentes, inclusive da Arquidiocese de Manaus e Congregações Religiosas, que tudo faziam para obliterar o trabalho dos missionários
comprometidos com a defesa e garantia das terras indígenas, sua cultura, sua
espiritualidade, educação e, sobretudo, o fortalecimento de suas organizações contra o esbulho
da Ditadura, que contava com apoio dos latifundiários, das mineradoras e dos megaprojetos
financiados pela SUDAM à época. Dom Tomás foi e continuará sendo para todos nós a resistência
e a esperanças, no avanço dos Direitos Humanos e na afirmação de um Brasil
livre e soberano. Com o seu encantamento aumenta ainda mais a nossa
determinação de lutar pela garantia dos Direitos dos Povos Indígenas, por Terra
para todos e pela efetivação de uma Justiça Agrária no Brasil, contemplando a realização da Reforma e Política Agrária centrada na produção familiar, na
liberdade e no desenvolvimento humano.
A nota do CIMI dá conta, que no dia 02 (sábado) de maio, às 23h30, veio a falecer o incansável guerrilheiro das
grandes causas da humanidade. Profeta e conselheiro, estrategista e sonhador,
Dom Tomás foi um homem de muitas causas. Enquanto mensageiro do Evangelho,
nunca se deixou limitar pelas fronteiras, ultrapassou todas elas para defender
a vida. Nessa sua missão transfronteiriça assumiu as lutas dos povos indígenas
como uma das suas prioridades. Por essa razão, percorreu todo o Brasil para
apoiar as justas reivindicações dos povos originários em defesa de seus territórios
tradicionais e de suas formas próprias de vida. Depois de ter participado da
fundação do Cimi e ter exercido a função de vice-presidente e presidente,
tornou-se padrinho honorário da entidade. Sua partida deixa a todos nós saudade
provocada pelo sentimento de perda, mas nossa certeza na ressureição nos
consola e nos torna conscientes de que seu compromisso com a causa dos
indígenas, assim como com a causa de todos os povos agora será eterno.
Informações sobre a celebração de
despedida:
O
Corpo foi velado na Igreja São Judas Tadeu, no Setor Coimbra, em Goiânia, até
às 10 horas de domingo (03) momento em que será concelebrada a Eucaristia, e
logo em seguida será transladado para a cidade de Goiás, onde será velado na
Catedral até às 9 horas da 2ª feira, dia 4, e logo em seguida será sepultado na
própria Catedral.
Os
amigos e companheiros de luta podem manifestar o seu pesar e dor aos amigos de
caminhada de Dom Tomás Balduíno:
Telefones para Contato com Frei José
Fernandes ou Vilma: 62 9611 12 13, 62 9636 9418, 62 8103 0324.
Nenhum comentário:
Postar um comentário