sexta-feira, 14 de julho de 2017



OS CANDIDATOS E AS EXPECTATIVAS E ATITUDES DOS ELEITORES
 
 
Ademir Ramos (*)

As campanhas eleitorais atualmente orientam-se por pesquisas quantitativa e qualitativa potencializando os candidatos a falar o que o eleitor quer ouvir. Resta saber se o eleitor se deixa seduzir por estas falas e o melhor ainda é saber o que credencia os candidatos junto ao seu eleitorado chegando ao ponto do cidadão (ã) cravar na urna o seu nome. Esta cumplicidade entre o candidato e o eleitor é que pretendemos compreender, tomando como referência as expectativas e atitudes dos eleitores. Por outro lado, é importante se debruçar especificamente sobre o perfil dos candidatos, seu caráter, sua conduta, sua ficha corrida na polícia e na política, seu compromisso e sua capacidade operacional frente aos problemas. Neste caso, alguns candidatos procuram se destacar mostrando o que são capazes de fazer por meio de propostas e projetos enquanto outros, com maior capital eleitoral, apresentam-se mostrando suas realizações por já ter sido mais de uma vez governador do Estado.  O mais grave ainda é saber que a eleição em curso para governador e vice-governador do Estado é de caráter suplementar significa dizer que se estende apenas por 12 meses aproximadamente, exigindo dos eleitos saber fazer com competência e habilidade respondendo de forma certeira questões relativas à economia, segurança, educação, saúde, empregabilidade e satisfação quanto ao futuro. Nesta hora é importante apostar no certo do que no duvidoso.

QUESTÃO SOCIAL: O fato é que a crise é estruturante resulta do jeito de governar dos petistas e dos pmdebistas que transformaram a corrupção num instrumento de governo, arrolando em sua maioria os partidos da base aliada. O crime contaminou, particularmente, o executivo e o legislativo reduzindo o Estado aos interesses de grandes corporações privadas, que através das eleições se apropriaram do orçamento do Estado oferecendo aos parlamentares, governadores e até mesmo ao presidente da república eleito, conforme denúncia da operação Lava Jato, propinas milionárias pagas a estes mandatários, quando não, estas corporações do grande capital investiam nas eleições através de caixa 2 favorecendo diretamente o enriquecimento ilícito destes políticos corruptos. Todo este bilionário assalto ao cofre publico além de precarizar as políticas de governo enfraquece as instituições democráticas negando os direitos sociais a nossa gente. Não bastasse isto, a corrupção na política atinge de cheio a questão social impactando diretamente as condições de trabalho, gerando o desemprego em massa e, por conseguinte a miséria social a se manifestar na perversa forma de desigualdade social que alastra por todo o Brasil.

INTERESSE DO ELEITOR: A crise instalada no Brasil nivela por baixo, sobretudo, a classe média que direta ou indiretamente no Amazonas depende do Estado para dar amparo a sua expectativa de ascensão social. Sua pauperização desbanca sua pose e empurra seus agentes para a lista dos excluídos disputando lugar nas fileiras do sistema público de saúde, nas escolas públicas e nas ofertas de serviço do comércio e indústria, que nesta hora é cada vez mais raro. O quadro bem que poderia ser outro quanto às políticas de reivindicações sociais. O fato é que na miséria na há unidade, cada um luta do seu jeito e com armas próprias. Cabe a política e, sobretudo, ao candidato defender esta unidade junto ao povo, o que representa um grande desafio assentado na confiança, no reconhecimento e reciprocidade. Na Democracia, o modo de garantir este respeito junto ao eleitor não será no grito, na prepotência e na arrogância. Ao contrário, requer sentimento, compromisso, cuidado e muito amor pela causa pública a se traduzir em ação.  

(*) É professor, antropólogo, coordenador do NCPAM/UFAM e do projeto Jaraqui. E-mail: ademiramos@hotmail.com

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