terça-feira, 18 de julho de 2017



BAND FAZ DEBATE E REBECA VIRA SACO DE PANCADA
Ademir Ramos (*)

A Band Amazonas promoveu na segunda-feira (17) à noite o primeiro debate com os candidatos para o governo do Amazonas, em cumprimento ao calendário das eleições suplementares 2017.  Amazonino Mendes (PDT) e Eduardo Braga (PMDB) não compareceram, provocando em alguns candidatos certo descontentamento por estarem movidos por uma “vontade canina”, como bem definiu um dos telespectadores que assistia o debate no boteco da Loura, explicando que eles queriam sangue, bem no estilo do “toma lá da cá”, na tentativa de ganhar o eleitor não pelo convencimento de suas propostas, mas, pelo jogo sujo da difamação, calúnia e outras táticas dos pugilistas do MMA, acreditando que esta velha prática de campanha ainda seja capaz de conquistar a confiança dos eleitores no Amazonas. A ausência dos candidatos no debate resulta das avaliações que fizeram quanto à aceitação de suas propostas por seus eleitores, tratando-se, quem sabe, de uma atitude tática relativa ao processo eleitoral, que direta ou indiretamente repercutirá nas urnas de forma positiva ou negativa. O fato é que os caninos queriam sangue e não tendo em que bater partiram para atacar a candidata Rebeca Garcia (PP), que por ser marinheira de primeira viagem não se saiu muito bem no confronto com o petista José Ricardo, que exalava ódio contra o governo Temer (PMDB) e de tabela imputava a Rebeca a responsabilidade do desemprego em massa no Polo Industrial de Manaus por ter sido ela superintendente da SUFRAMA, inclusive nomeada pelo governo petista de Dilma Rousseff. Mas, o ódio cega e o tal Zé, no estilo de político diluviano, descartava a participação do PT no processo de desmonte do Estado, transferindo responsabilidade tão somente ao governo Temer, pela sangria que sofre a nação brasileira resultante da trama criminosa inaugurada pelo PT a partir do governo Lula, como bem tipifica a operação Lava Jato no curso do processo de investigação a resultar na condenação da direção nacional do partido do José Ricardo, que por aqui, acredite se quiser, fala em transparência e auditória nas contas públicas.  
      
INEXPERIÊNCIA DA REBECA: No debate da Band fica estampada a necessidade de se investir na formação e capacitação das mulheres na política. Entre os candidatos ao governo do Estado, nesta eleição suplementar 2017, registram-se apenas duas mulheres entre os setes homens, o que denuncia o quanto as mulheres são desprezadas e ainda invisíveis nas agremiações partidária. Ademais, tanto Rebeca Garcia (PP) como Liliane Araújo (PPS) carecem de uma prática política estruturante nos moldes dos movimentos populares, estudantis e de organizações sociais capazes de imprimir nos agentes a combatividade, competência e habilidade no trato das políticas partidárias quanto às múltiplas formas de participação da mulher neste processo, não por força das políticas de cotas ou da obrigatoriedade legal, mas, pelo imperativo de suas qualidades construídas nas lutas sociais e pela afirmação dos Direitos Sociais no conjunto das correlações de forças que regem as estruturas de poder oriundas dos interesses de classes que dominam o Estado e controlam a Sociedade. Nestes termos, não basta ser mulher é preciso dar prova de sua capacidade e força no enfrentamento das questões sociais e de Estado numa perspectiva catalisadora capaz de agregar novas formas de participação institucional ou instituivel numa perspectiva republicana assentada na prática da Democracia Direta em respeito à soberania popular e o aparelhamento do Estado a favor das políticas públicas como forma de distribuição de renda, bem como também comprometidas com as políticas de incentivo aos segmentos econômicos alocados no campo e na cidade. Em assim sendo, os partidos se renovam e a Democracia se reinventa neste processo.         
 
(*) Professor, antropólogo, coordenador do NCPAM/UFAM e do projeto jaraqui. Email: ademiramos@hotmail.com      

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