QUANDO O TINHOSO É AFETADO
PELA SÍNDROME DO CAVALO
Ademir Ramos (*)
Na
literatura de cordel nos deparamos com vários enredos que registram a presença
de político no reino do Capiroto. No Amazonas, este domínio e poder orienta-se
pela tradição medieval baseada na narrativa popular de São Cipriano, a exigir
dos devotos do Capiroto a entrega total de sua alma e em troca o Tinhosa
acumula poder e gloria. Ungidos deste espírito, os políticos picaretas batem no
peito e falam com orgulho de suas práticas ardilosas, fazendo o povo acreditar
na sua inocência, a merecer desta gente a confiança que precisavam para
assaltar o Estado, metendo a mão no orçamento publico, instrumentalizando o
governo para fins familiares ou de facções corruptas e criminosas. Deste modo,
enriquecem da noite paro o dia deixando o nosso povo cada vez mais pobre, vivendo
na miséria social e moral. Nesta circunstância, a Delação Premiado, como
instrumento de justiça, é sem dúvida um excelente estatuto legal para conhecer
e denunciar estes políticos corruptos, que por força do capital acumulado
através da corrupção estruturante de Estado, acham-se acima do bem e do mal,
alegando inocência perante o povo enquanto as investigações da Operação Lava
Jato, no Supremo Tribunal Federal (STF), acusam estes políticos dos crimes de corrupção
passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e há também
descrições referentes à formação de cartel como também de fraude a licitações.
O Tinhoso, como é conhecido o lambanceiro dos Igarapés de Manaus, está mais
sujo que pau de galinheiro, vivendo um grande dilema porque no próximo ano
teremos eleição para o senado federal, onde duas vagas estarão em disputas.
Neste caso, as eleições suplementares de 2017 são sem dúvida condição
necessárias para assegurar a sobrevivência eleitoral deste lambanceiro das
ribeiras que, em sendo eleito terá a garantia de um julgamento especial no STF nos
termos do instituto do foro privilegiado ao contrário cairá para os tribunais
comuns perdendo a prerrogativas que o mandato popular lhe confere correndo
risco de ser condenado e execrado publicamente pelo povo do Amazonas.
CUSPINDO FOGO: A esta altura do campeonato
eleitoral o Tinhoso deve está cuspindo fogo por ter sido afetado pela “síndrome
do cavalo” caracterizada pelo crescimento pra baixo na forma da calda do equino
e por ser alongada e avantajada atrai para si determinados epítetos
depreciativos a denunciar seu comportamento bestial marcado pelo coice como
reza a fabula de La Fontaine. Ademais, com aproximação das eleições agendadas
para o dia 06 de agosto a tensão aumenta cada dia e o Tinhoso além de soltar
fogo pelas ventas passa a instrumentalizar o seu vice para difamar, caluniar e
injuriar os adversários, sobretudo, o candidato do PDT, Amazonino Mendes. Mas,
pelo crescimento pra cima da candidata do PP, Rebeca Garcia, turbinada pela maquina
do governo Tampinha, deverá praguejar na mídia contra a candidata do PP por
estar ameaçando o seu lugar no pódio das eleições para segundo turno.
NATUREZA E MERCADO: Os pensadores de forma recorrente
tentam de toda forma interpretar e compreender as relações sociais quanto à sua
racionalidade. Determinados segmentos buscam respostas na natureza,
considerando que tal comportamento social decorre de forma arbitrária outros
constroem mediações fundamentadas nas culturas, formações socioeconômicas de
cada nação e nos mercados na perspectiva de respostas objetivas para explicar a
conduta moral e política de determinados homens endominiados pelo poder
acumulando riqueza e gloria à custa da miséria do seu povo. Estes políticos
possessos da inveja, da arrogância e da bestialidade humana, não tem escrúpulo
são capazes de instituir a barbárie valendo-se do medo e do crime para dominar
e controlar as instituições democráticas e com isto perpetuar-se no governo por
meio da corrupção afrontando os valores republicanos e o Estado Democrático de
Direito. Cabe ao povo do Amazonas julgar nas urnas, condenando estas aberrações
para o fundo do inferno, que o nosso povo acostumou a chamar de Balatal, vaza
Tinhoso.
(*)
É professor, antropólogo, coordenador do NCPAM/UFAM e do projeto jaraqui.
E-mail: ademiramos@hotmail.com
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