sábado, 31 de março de 2012

VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS: O QUE FAZER?

Luana Machado dos Santos (*)

A violência nas escolas é um tema que chama atenção das políticas publica com intuito de encontrar estratégias para solucionar problemas que acomete vários adolescentes no mundo inteiro, despertando preocupação no âmbito escolar. (ABRAMOVAY, 2002).

Sendo assim, é de grande interesse saber o que o poder público e os responsáveis pelas escolas estão encontrando meios para solucionar este problema. Este trabalho pretende desertar o que a política publica esta realizando para prevenção da violência nas escolas e qual pratica educativa que as escolas estão buscando para esta temática. (GRAÇAS, 1998).

Todos os dias milhares de adolescentes do mundo inteiro sofrem com violência na escola, este tipo de violência não deveria se encarada como brincadeira de criança, pois este fenômeno que acontece no mundo todo pode provocar o baixo alto estima ou levar ao suicídio. A violência nas escolas esta ligada com o convívio social que os adolescentes convivem diariamente e trazendo para o âmbito escolar comportamento inadequado. (MARIEL, Etal, 2006).

Para Chauí (1985), apud Gonçalves, Luiz o conceito de violência é bastante abrangente, ao ser utilizado na análise de instituições:

Entendemos por violência uma realização determinada das relações de forças, tanto em termos de classes sociais, quanto em termos interpessoais. Em lugar de tomarmos a violência como violação e transgressão de normas, regras e leis, preferimos considerá-la sob dois outros ângulos. Em primeiro lugar, como conversão de uma diferença e de uma assimetria numa relação hierárquica de desigualdade, com fins de dominação, de exploração e opressão. Isto é, a conversão dos diferentes em desiguais e a desigualdade em relação entre superior e inferior. Em segundo lugar, como a ação que trata um ser humano não como sujeito, mas como coisa. Esta se caracteriza pela inércia, pela passividade e pelo silêncio de modo que, quando a atividade e a fala de outrem são impedidas ou anuladas, há violência. (CHAUÍ, 1985, p. 35).

O tema em questão é um problema social que atingem vários adolescentes que se manifesta de varias formas no âmbito escolar. Os problemas sociais no Brasil é um retrato da realidade que aponta as necessidades da falta de políticas publica de prevenção a violência na escola assim, ocasionando problemas educacionais. (MARTINS, 2004).

Existem alguns aspectos que ocasiona a violência dentro das salas de aulas e fora das escolas são os atos ou ações de violência, comportamento agressivos, conflitos interpessoais que leva a atos criminosos como a marginalidade, á desvalorização dos professores de educação por parte da sociedade, a falta dos familiares nas escolas, e a ausência de políticas publica para a educação. (PONTES,2010). Aumentando assim, a violência no ambiente escolar nos ultima anos. No entanto, esses atos de violência não deveriam acontecer porque, a escola é um lugar de formação ética e moral dos indivíduos ali inseridos, sejam aluno, professores ou funcionários. Para Abramovay apud Palma:

As violências nas escolas representam um estado e não uma característica de uma ou outra escola ou de um sistema escolar, (isso) significa assumir que essa condição muda com os processos pelos quais cada estabelecimento passa em especial mudanças na administração e na relação dos alunos com diretores e professores da escola (ABRAMOVAY; RUA, 2002, p. 321).

A violência escolar é considerada um fator que ocorre nas escolas como um sistema físico que correspondem às agressões e violência dos problemas individuais, no entanto, o que contribuí para esta violência é a falta dos controles dos pais, despreparo dos professores, ausência de uma equipe multidisciplinar, jornada excessiva de trabalho dos professores e salas de aula lotadas, ocasionando sobrecarga aos professores e os mesmo perdem controle dos seus alunos na sala de aula. (GONÇALVES,SPOSITO, 2012).

O que deve ser enfatizado dentro das unidades de ensino é a cultura escolar, trazendo para as escolas um espaço sócio cultural e político tendo a necessidade de uma reflexão que auxilie na transformação social para resolver a falta de políticas. No entanto, nas escolas prevalece a lei do silencio, onde não ha confiança entre professores, pais e alunos. (GRAÇAS, 1998).

Porem é essencial rever as políticas publica inserido nas escolas com objetivo de diminuir á violência e devemos lembrar que este problema precisar ser discutido também nos segmentos sociais, ainda há muitos que se fazer para combater a violência, deveremos trabalhar os aspectos educacional, socialização, promoção da cidadania e o desenvolvimento pessoal, sendo necessária uma ação conjunta entre pais, professores e alunos para que possamos viver em harmonia numa sociedade livre de violência seja ela verbal ou física, afinal de contas a violência não escolhe vitimas. (NEGRÃO Etal, 2012).

Política Publica

A ausência de políticas publicas de combate à violência nas escolas está cada dia mais ocasionando fatos desagradáveis à escola e a sociedade, com os despreparo das escolas frente à falta de política publica para lidar com os fenômenos isolados. (MARTINS, 2004). Tendo a necessidade que se investir em políticas publica de enfrentamento a violência nas escolas. Para a autora Rua (1998) apud Palma políticas públicas são:

[...] conjunto de decisões e ações destinadas à resolução de problemas políticos. Essas decisões de ações envolvem atendimento político, compreendida esta com conjunto de procedimento formais e informais que expressam relações de poder e se destinam à resolução pacifica de conflitos quanto a bens públicos (RUA, 1998, p.731).

A política publica é uma demanda apresentada por uma intervenção do estado na sociedade no intuito de atender as necessidades sociais, onde o estado os programas são implantado a partir de projetos voltados para sociedade. A violência escolar é uma política social de responsabilidade do estado que abrangem toda a sociedade em geral. Muitas vezes, negamos e escondemos os problemas da violência nas escolas, pois não conseguimos evitar e cada vez mais se multiplica e se agrava tornado assim, um problema havendo a ausência de programas de execução que enfrente o cotidiano de violência nas escolas. Sendo uma grande dificuldade para a autoridade política e educacional para enfrenta este problema que está se tornando um efeito negativo no cotidiano de ensino e aprendizado de jovens e crianças. (THOMAZ,2012).

Portanto o combate a violência escolar requer contribuição das comunidades escolar e da sociedade, mais cabe ao poder publico realizar uma política publica para combater as praticas educativas eficazes para resgatar os valores humanos como respeito no intuito de diminuir a violência. (PRIOTTO, 2012).

Porem deveria haver uma melhor qualificação dos sistemas de ensino, desde as políticas publicas até a atuação dos professores, assim tendo a necessidade de implantar as políticas públicas de longo prazo. Para (SOUZA, 2007), o conselho tutelar sempre deveria ser acionado para que possa fazer os procedimentos necessários na proteção do aluno vitimado, tanto contra os pais ou contra o poder publico para a proteção dos direitos violados, através da implantação das ações administrativa e sociais.

No entanto, (SOUZA, 2007), quando a escola encaminha um caso que envolva criança e adolescente como vitima é necessário que conselheiro tutela e o município tenha todos os programas fixado pelo ECA esteja funcionando, sendo que na prática ainda não tem os programas legais que garanta a proteção os novos direitos infanto-juvenis e os conselheiros tutelares ficam sendo responsável pela má qualificação e insuficiência dos serviços públicos principalmente nas áreas medicas e sociais. Muitas vezes (SOUZA, 2007), o crime que ocorre no âmbito escolar não recebe a atuação das autoridades policiais por diversos fatores como desinteresse da vitima, falta de pessoas qualificada para investigar, pouca importância para com os ilícitos que acontece na escola, desinformação e é comum que vitimas não denunciam as agressões para as autoridades policiais muitas vezes são arquivados sem que as devidas providencias sejam adotadas.

Em fim, a violência na escola é um problema social que necessita de uma ação articulada do estado, comunidade e da sociedade para formular políticas publicas para atuar nas praticas educativas eficazes para resgatar os valores éticos e morais para diminuir a violência na escola e na sociedade.

REFERÊNCIAS

ABRAMOVAY, Mirian; RUA, Maria das Graças. Violências nas escolas. Brasília: UNESCO, Instituto Ayrton Senna, Unaids, Banco Mundial, Usaid, Fundação Ford, Consed, Undime, 2002.

CHAUÍ, M. Participando do debate sobre mulher e violência. In: Perspectivas antropológicas da mulher. Rio de Janeiro: Zahar, 1985. p. 25-62.

GONÇALVES, Luiz Alberto oliveira; SPOSITO, Marilia Pontes. Iniciativas Públicas de Redução da Violência Escolar no Brasil. 2002. acesso em 17 de Março de 2012. disponível em <www.scientificcircle.com/.../iniciativas-publicas-reducao-violencia-es...>.

GRAÇAS, Maria das (1998). As políticas públicas e a juventude dos anos 90. In: M. G.Rua, Jovens acontecendo na trilha das políticas públicas. 2v. Brasília: CNPD, pp. 731-752.

MARRIEL, Lucimar Câmara; ASSIS, Simone G.; AVANCI, Joviana Q.; OLIVEIRA, Raquel V. C. Violência Escolar e Auto-Estima de Adolescentes. Cadernos de Pesquisa, v. 36, n. 127, jan./abr. 2006.

MARTINS, Maria José D. Problema da Violência Escolar. Uma Classificação e Diferenciação de Vários Conceitos Relacionados . revista Portuguesa de Educação , vol. 18 numero 001. Universidade do Minho Braga, Portugal , PP. 93-115. Disponível em < redalyc.uaemex.mx/pdf/374/37418106.pdf > 2004 .

NEGRÃO , Adriane Vasti Gonçalves; GUIMARÃES, José Luiz. A Indisciplina e a Violência Escolar. Acesso em 17 de março de 2012. disponível em < www.unesp.br/prograd/PDFNE2004/artigos/eixo7/aindisciplina.pdf >

PRIOTTO, Elis Palma. Violência Escolar: Políticas Públicas e Práticas Educativas. Acesso em 17 de Março de 2012. Disponível em < www.pucpr.br/eventos/educere/educere2008/anais/pdf/108_54.pdf >.

PONTES, Reinaldo Nobre Educação inclusive e violência nas escolas / Reinaldo Nobre Pontes e Claudio Roberto Rodrigues Cruz (Organizadores) – Belém: Unama, 2010.

THOMAZ, Sueli Barbosa. Violência na Escola: Ética, Poder e Cidadania.acesso em 18 de Março de 2012. disponível em < www.nead.unama.br/site/bibdigital/pdf/artigos_revistas/24.pdf >.

SOUZA, Jadir Cirqueira de. REFÉM DA VIOLÊNCIA ESCOLAR: COMO REAGIR?. Uberlândia-MG, 2007, Disponível em < http://www.justitia.com.br/artigos/1d04db.pdf >.

(*) É aluna do SARES/Manaus cursando especialização "Ética na Política".

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