Este final de semana foi de muita festa folclórica em vários bairros de Manaus, principalmente na comunidade da Avenida Tarumã no centro da cidade, onde se festejou o 28° Festival Folclórico (apesar dos comunitários afirmarem ter mais de 30 anos de festa), e o NCPAM se fez presente defendo a cultura popular de rua e prestigiou a tradição da comunidade neste mês de julho.
Foram duas noites, sexta e sábado de muita cultura popular de rua, sobretudo de muitas danças, comidas típicas, brinquedos para criançada. A comunidade marcou presença prestigiando o festival, que teve o seu diferencial por ser duas noites de muita sedução com os ritmos, gestos e cores mostrado por muitos grupos brincantes oriundos de outros bairros, a exemplo da Ciranda do Lírio do Vale que se apresentou no primeiro dia contagiando a alegria do povo, especialmente dos olhares masculinos focado na vestimenta feminina, nos trajes minuciosos, detalhados das roupas coloridas e de pernas desnudas, como também as crianças atônitas com a surpresa da presença do pássaro negro Carão que corria no palco do espetáculo amedrontando os pequenos, soltando risos dos pais e do público que acompanhava a evolução da ciranda. Nesta noite outros grupos se apresentaram arrancando do público muitos aplausos e risos, assim aconteceu com o grupo Cangaceira de Thianguar do bairro de Santa Luzia, com a Folia na Roça que trouxe ao palco de rua o tema Amazônia e aquecimento global
O segunda noite, foi a noite dos grupos folclóricos concorrentes da Liga Independente dos Grupos Folclóricos de Manaus (LIGFM), na qual se encontra o grupo de Quadrilha Cômica Pedro & Pedrita do bairro de Petrópolis que foi a primeira se apresenta, abrindo o festival da segunda noite, com uma apresentação magnífica e debochada, uma apresentação GLS, onde rainhas do deserto e Drags-queen faziam o grande espetáculo, integrando pais e crianças, comunitários e curiosos a participarem dessa irreverência, dessa brincadeira que contagia com humor o palco que é sagrado e ao mesmo tempo é profano, é o casamento que está sendo realizado, é o deboche das gaiolas da loucas e ausência de celulites que invejam as mulheres.
Na mesma noite, outros grupos como a Ciranda da Visconde do bairro da Praça 14 de janeiro que demonstrou com qualidade as cores e o gingado da dança de roda; outro novidade seria a quadrilha Alternativa Funk na Roça que mostrou originalidade e inovação, tradição e modernidade, quadrilha e hip-hop, luz e escuridão, lema temático movido pelas técnicas corporais inspirados dos guetos americanos; outro grupo chamado Rir Pra Não Chorar do bairro de São Francisco, concorrente de Pedro & Pedrita, arrasou com sua capacidade de transportar risos, trazendo de seus brincantes de maioria crianças, vestidas de Mickey, Branca-de-Neve, Super-Homem, Elvis Presley, Vitor-e-Vitória e até a Morte do filme Pânico estava presente; fechando a noite, outras duas concorrentes, Caipira na Roça e Minha Deusa na Roça, ambas do bairro da Alvorada e campeãs do festival folclórico do amazonas na categoria de quadrilha.
Sendo que a primeira expôs a tradição de uma quadrilha tradicional adicionando inovação de uma dança campeã que trazia elementos novos, puxado por seu apresentador que vez e outra cutucava a concorrente que estava presente; a concorrente não se deixou a bater, afirmando que eles eram os verdadeiros campões, soltando aplausos do público.
Contudo, o 28° Festival Folclórico da Tarumã-centro comprovou mais uma vez carisma e alegria, superando todas as dificuldades, provando que a cultura popular de rua é tradição e deve ser preservada não apenas por comunitários, mas principalmente por parte das autoridades públicas do Município e do Estado para não deixar morrer estes exemplos de manifestações culturais que fazem e compõem a história dos bairros e da cidade de Manaus. Este é um dos exemplos de vitalidade festiva, de democracia e de cidadania.
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