sábado, 2 de fevereiro de 2013


EDUCAÇÃO NÃO É “ACHISMO”

Exige-se da Secretaria de Educação de Manaus que formule as propostas vitoriosas do prefeito Artur Neto (PSDB), em forma de projetos e programas definindo com objetividade os meios e os fins, quantificando suas metas amparadas em planos com cronogramas de execução e mecanismo de avaliação longe do “achismo”.

Ademir Ramos (*)

Os formuladores de políticas públicas, principalmente os mandatários, deveriam saber que a política assim como o futebol não é só marketing requer competência e habilidade dos agentes operantes quanto à consecução dos seus fins. Para isso, faz-se necessário não só informação, mas a constituição de uma equipe capaz de conhecer a ciências das práticas pedagógicas em articulação com as demais formas de saber, rompendo com o passado patrimonialista que delegava cargos e funções aos acólitos referenciados no DNA da família, pautando suas práticas no “achismo” e no acaso.

Assim agiam as oligarquias regionais orientando suas condutas pela consanguinidade e pelo voto de cabresto que esses ofereciam aos candidatos. Hoje, alguns eleitos ainda recorrem aos mesmos expedientes do passado para a composição dos seus secretariados, transformando a gestão pública numa estratégia eleitoreira, favorecendo muito mais os fornecedores e empreiteiros do que a população.

A educação, nesse contexto, é uma das pastas mais cobiçadas pelos mercantilistas porque detém uma conta bancária gorda com múltiplas oportunidades de investimentos e com retorno imediato. Para isso, plantam na secretaria os seus agentes na expectativa de consumar seus interesses não republicanos.

E a educação, a escola e o processo de aprendizagem, como ficam? – Ora, eles falam e mostram o que querem, dando satisfação ao povo pela mídia. A família, por sua vez, silenciada encontra-se em estado de necessidade sem alternativa de reivindicar além daquilo que é oferecido. Os parlamentares, que deveriam se pronunciar com clareza e determinação parece que estão também no bloco dos favorecidos; os trabalhadores da educação que julgamos ser uma das categorias mais esclarecidas estão desorganizados, quando não cooptados pela situação com braços e pernas atados junto aos governantes.

Resta-nos talvez apostar no movimento estudantil senão tivesse dominado pela viseira do partidarismo da base aliada. Desse modo, se aposta na fissura interna da política trazendo à luz os desmandos e as falcatruas dos oponentes, pondo gasolina no fogo para clarear veredas e caminhos a serem trilhados na perspectiva de se efetivar a educação que queremos comprometida com o desenvolvimento cognitivo das crianças e jovens de Manaus e do Amazonas.

Dessa feita, exige-se d a Secretaria de Educação de Manaus que formule as propostas vitoriosas do prefeito Artur Neto (PSDB), em forma de projetos e programas definindo com objetividade os meios e os fins, quantificando suas metas amparadas em planos com cronogramas de execução e mecanismo de avaliação longe do “achismo”. Ao contrário, os ratos tomarão o navio e o timoneiro será jogado ao mar no ostracismo dos corações mentes do povo do Amazonas.

(*) É professor, antropólogo e coordenador do Jaraqui e do NCPAM/UFAM.        

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