domingo, 10 de fevereiro de 2013


SUFRAMA FALA DO FATURAMENTO DO PIM E O IBGE APONTA QUEDA EM 2012


As empresas incentivadas do Polo Industrial de Manaus (PIM) fecharam o ano de 2012 com faturamento de R$ 73.448.393.473. O número está 6,39% acima do faturamento de 2011, com destaque para bens de Informática, que cresceram 26% entre os dois períodos, representando, sozinhos, 11,6% de todo o faturamento do modelo. O saldo de empregos foi de 116.950 postos de trabalho diretos em dezembro, com média anual de 120.056.

O comunicado está na página da Suframa http://www.suframa.gov.br/suf_pub_noticias.cfm?id=13954, merecendo dos analistas e dos formuladores de políticas públicas toda atenção devida. Sem muito malabarismo linguístico pode-se constatar que a lógica do modelo é concentrador, primando pela acumulação da riqueza nas mãos de poucos enquanto os postos de trabalho continuam no mesmo patamar, com perdas significativas, não só quanto aos números de empregos diretos, como também nos salários dos trabalhadores do PIM, contribuindo diretamente para a perversa desigualdade instalada na cidade de Manaus.

Para melhor entender esse processo recorremos a Unidade Estadual do IBGE no Amazonas, que de pronto nos atendeu repassando dados que podem sustentar outras leituras quanto à exaustão do Modelo Zona Franca de Manaus.

Saldo Negativo: Em dezembro de 2012, a produção industrial do Amazonas ajustada sazonalmente mostrou decréscimo de 0,5% frente ao mês imediatamente anterior, após registrar crescimento de 4,1% em novembro último. O índice de média móvel trimestral apontou variação negativa de 0,3% entre os trimestres encerrados em novembro e dezembro, reduzindo a intensidade de queda verificada no mês anterior (-1,0%). Ainda na série com ajuste sazonal, no índice trimestre contra trimestre imediatamente anterior, a indústria do Amazonas assinalou queda de 0,7% no quarto trimestre de 2012, eliminando parte do avanço de 2,4% registrado no terceiro trimestre do ano.

Na comparação com igual mês do ano anterior, o setor industrial do Amazonas registrou queda de 6,0% em dezembro de 2012. No fechamento do quarto trimestre de 2012, o setor industrial reduziu a produção em 7,2% frente a igual período do ano anterior. O índice acumulado em 2012 fechou em -7,0%, revertendo a expansão de 4,0% assinalada em 2011. A taxa anualizada, índice acumulado nos últimos doze meses, recuou 7,0% em dezembro de 2012, e permaneceu com a trajetória descendente iniciada em março último (4,1%).

Redução na Produção do PIM: A produção industrial do Amazonas recuou 6,0% em dezembro de 2012 frente a igual mês do ano anterior, nono resultado negativo consecutivo nesse tipo de comparação. Entre as onze atividades pesquisadas, seis atividades apresentaram redução na produção, com outros equipamentos de transporte (-38,8%) apontando o principal impacto negativo sobre a média global, pressionado em grande parte pela menor fabricação de motocicletas e suas peças. Vale citar também as influências negativas vindas de refino de petróleo e produção de álcool (-19,3%), material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (-6,8%), borracha e plástico (-26,0%) e edição, impressão e reprodução de gravações (-9,2%), pressionados principalmente pela menor produção de gasolina automotiva, óleo diesel e outros óleos combustíveis, no primeiro ramo, telefones celulares e televisores, no segundo, peças e acessórios de plástico para indústria eletrônica e garrafões, garrafas e frascos de plástico, no terceiro, e discos de DVDs e CDs, na última. Por outro lado, a contribuição positiva mais relevante no total da indústria ficou com o setor de máquinas e equipamentos (10,0%) impulsionado, principalmente, pelo avanço na produção de aparelhos de ar condicionado.

No corte trimestral, observa-se que a indústria amazonense, ao recuar 7,2% no quarto trimestre de 2012, diminuiu ligeiramente o ritmo de queda rente aos resultados do segundo (-10,3%) e terceiro (-8,2%) trimestres do ano, todas as comparações contra igual período do ano anterior. O ganho de dinamismo verificado na passagem do terceiro para o quarto trimestre do ano foi observado em sete dos onze ramos pesquisados, com destaque para material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações, que passou de -12,8% para -1,8%, máquinas e equipamentos (de -2,1% para 15,5%) e equipamentos de instrumentação médico-hospitalar, ópticos e outros (de -5,4% para 8,4%). Por outro lado, a principal perda entre os dois períodos foi verificada no setor de alimentos e bebidas (de 13,3% para -5,6%).


Exaustão: O índice acumulado para o ano de 2012 assinalou recuo de 7,0% frente a igual período do ano anterior, com perfil generalizado de taxas negativas, já que nove das onze atividades pesquisadas apontaram queda na produção. A indústria de outros equipamentos de transporte (-21,4%) exerceu a maior influência negativa no resultado global, vindo a seguir os impactos registrados por material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (-6,6%), refino de petróleo e produção de álcool (-17,0%), máquinas e equipamentos (-8,5%), edição, impressão e reprodução de gravações (-7,4%) e equipamentos de instrumentação médico-hospitalar, ópticos e outros (-5,6%). Nessas atividades sobressaíram, respectivamente, os recuos na produção de motocicletas e suas peças; telefones celulares; gasolina automotiva, óleo diesel e outros óleos combustíveis; fornos microondas; discos de DVDs; e relógios de pulso. Por outro lado, os dois ramos que apontaram crescimento na produção foram: alimentos e bebidas (2,8%) e produtos químicos (9,3%), impulsionados pela maior fabricação de refrigerantes e preparações em xarope e em pó para elaboração de bebidas, no primeiro setor, e de oxigênio no segundo.

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