Servidores Federais organizados reivindicam reajuste salarial e negociação coletiva
Representantes
de entidades sindicais de servidores públicos participaram, na terça-feira (15), de audiência pública na
Câmara Federal. Eles reivindicam reposição anual de perdas salariais, fixação
de data-base e, sobretudo, o direito à negociação coletiva.
Cerca de 20
entidades sindicais de servidores apresentaram uma série de reivindicações ao
governo federal, durante audiência pública da Comissão de Trabalho, de
Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados, na terça-feira (15).
Em comum, o funcionalismo quer reposição anual de perdas salariais, fixação de
data-base e, sobretudo, o direito à negociação coletiva.
Sem esse direito regulamentado em
lei, a greve acaba sendo o ponto de partida do funcionalismo para forçar o
diálogo com o governo. Os técnicos administrativos das universidades federais
já estão paralisados. Outras categorias - como os auditores fiscais da Receita
Federal e os funcionários do Banco Central e da Justiça Federal - aprovaram
indicativo de greve para ainda este semestre.
Reajuste:
O último reajuste foi de 15,8%, a ser pago em três parcelas anuais entre 2013 e
2015. O pagamento é feito apenas às categorias que fizeram acordo com o
governo. No entanto, mesmo quem assinou esse acordo afirma que o aumento foi
insuficiente para cobrir os 26,7% de inflação acumulados desde 2006. O
presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Ubiraci de
Oliveira, foi um dos que exigiu o pleno reajuste.
"Não dá mais para ficar usando o
argumento de que não tem dinheiro e de que a situação está ruim, porque a gente
sabe que tem [dinheiro], porque senão não pagava R$ 249 bilhões para o capital
financeiro internacional", afirmou.
O plenário da Comissão de Trabalho
estava repleto de servidores. Muitos levavam cartazes pedindo negociação. O
secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio
Mendonça, lembrou que a folha de pagamento do governo federal fechou o ano
passado em R$ 122 bilhões, 224% superior a de 2003 (R$ 37,7 bilhões). No mesmo
período, a inflação foi de 87%.
Disse ainda que a despesa com pessoal
é a segunda maior do governo, atrás apenas da previdenciária. Mendonça defendeu
o cumprimento do acordo de reajuste pelo menos até 2015 e explicou porque, em
sua opinião, ainda não avançou a proposta de regulamentação da negociação
coletiva para o funcionalismo público.
"Não avançou porque estamos
falando, no serviço público, de 11 milhões de servidores públicos, 5,6 mil
municípios e 27 estados. E posso garantir que a imensa maioria dos prefeitos e
governadores é contra a negociação coletiva no serviço público. Então, não
basta a vontade da presidenta da República”, disse.
O secretário rebateu ainda as
críticas dos sindicalistas à presidente Dilma Rousseff por suposta paralisação
nos ganhos trabalhistas assegurados no governo Lula (2003-2010). "Depois
de um ciclo de oito anos de recomposição salarial de Lula, não era possível
manter o mesmo ritmo. Por isso, tem-se buscado a manutenção das conquistas
neste período de 2011 a 2014. O governo Dilma é uma continuidade", ressaltou.
Votação:
A pauta do funcionalismo também passa pelo Parlamento. Os servidores
defenderam, por exemplo, a aprovação de proventos integrais aos servidores
aposentados por invalidez (PEC 170/12), o fim da cobrança de contribuição previdenciária
dos servidores inativos (PEC 555/06) e a regulamentação da negociação coletiva, que
poderá ser incluída na futura proposta que vai tratar do direito de greve do
funcionalismo.
O deputado Policarpo (PT-DF) quer
buscar solução para esses pontos em um encontro de trabalhadores e governo
mediado pelos parlamentares, já na próxima semana. "Acho que a gente
poderia dar um passo e trabalhar isso junto à Comissão do Trabalho, fazer uma
reunião com o presidente desta Casa, discutir com o conjunto dos servidores e
buscar o contato com o governo em torno de uma solução para estes itens”,
afirmou.
Diante da falta de diálogo com o governo, algumas
categorias - como os servidores da Justiça Federal e do Ministério Público da
União -, classificaram a audiência da Câmara, na terça, como "a luz no fim
do túnel" para ver suas reivindicações atendidas.
Em todo Brasil as entidades sindicais dos
professores federais sob a direção do Sindicato Nacional do ANDES começam a se
mobilizar para o enfrentamento com o governo Dilma. A preocupação está em
fortalecer os movimentos sociais e desmobilizar as práticas intervencionistas
que o governo vem usando nas assembleias das categorias com firme propósito de
desmobilizar e desacredita as lutas sociais. No Amazonas, a Associação dos
Docentes da Universidade Federal do Amazonas (DUA) vem catalisando as propostas
e chamando para si as representações sindicais para juntos definir os
encaminhamentos necessários em Assembleias.
Fonte:http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/TRABALHO-E-PREVIDENCIA/466197-ENTIDADES-DE-SERVIDORES-REIVINDICAM-REAJUSTE-SALARIAL-E-NEGOCIACAO-COLETIVA.html?utm_campaign=boletim&utm_source=agencia&utm_medium=email
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