sexta-feira, 6 de junho de 2014

Professor universitário Ademir Ramos é homenageado na Câmara Municipal de Manaus


 

O engajamento junto a movimentos indigenistas, sociais, educacionais, entre outros, ao longo de mais de 30 anos do antropólogo e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), José Ademir Gomes Ramos, foi reconhecido na quinta-feira (5), com a outorga da Medalha de Ouro Cidade de Manaus, na Câmara Municipal de Manaus (CMM), proposta pelo vereador Mário Frota (PSDB), por meio do Decreto Legislativo nº 301/2014.
A sessão solene, conduzida pelo presidente da Casa Legislativa, vereador Bosco Saraiva (PSDB), foi marcada pela apresentação de artistas locais, como a dupla Candinho e Inês, além de personalidades políticas, como o senador da República, Evandro Carreiras, e o secretário municipal de Educação, Humberto Michilles, que representou o prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB). Representantes de movimentos sociais, alunos, religiosos, professores universitários, entre outros também prestigiaram o evento. Na ocasião uma mensagem da magnífica reitora da Ufam ao antropólogo também foi lida pelo presidente da CMM.
Na tribuna da Câmara, o vereador Mário Frota destacou alguns dos trabalhos desenvolvidos pelo professor Ademir Ramos, como a reativação há dois anos do Projeto Jaraqui Tribuna Popular, que todos os sábados pela manhã, na Praça Heliodoro Balbi (Praça da Polícia), Centro, dá voz a qualquer cidadão que queira falar não só do tema abordado no dia, como outros assuntos. “Quem chega ao Jaraqui, um espaço democrático e importante, pode falar, pois é a tribuna popular a que todos podem ter acesso”, observou.
Em seu discurso de agradecimento, Ademir Ramos ressaltou a importância de ter atuado junto a inúmeros segmentos sociais e sindicais, auxiliando-os, como os indígenas, por exemplo, na luta pelos direitos sociais fundamentais. “Esta homenagem não é personal, mas o resultado de um engajamento nos movimentos sociais, educacionais, indígenas, de saúde, que buscam por mudanças e direitos”, salientou, além de destacar a projeção que o Projeto Jaraqui vem tendo, desde que foi reativado. Na oportunidade, ele aproveitou para convidar os presentes a participarem da próxima edição de sábado (7), cujo tema será “A nossa Copa é outra”. “Queremos ser campeões não só no futebol, mas na educação, na saúde, entre outras áreas”, pontuou.

“Se somos capazes de mudar porque não seremos capazes de optar por um novo Brasil e um novo Amazonas...”



Leia a fala do professor Ademir Ramos no plenário da Câmara Municipal de Manaus pela homenagem recebida.

Senhor Presidente, senhoras e senhores parlamentares o melhor do Amazonas é a garra de sua gente, que luta todos os dias contra as mazelas sociais que lhes afligem tanto na capital como no interior do Estado. As homenagens que ora celebramos não faz pulsar somente o coração deste professor militante, mas, sobretudo, da visibilidade as lutas sociais, culturais e étnicas que muito marcaram a minha trajetória no cenário Amazônico e em terras brasilis. Neste curso, nada, absolutamente nada, se fez acontecer que não fosse fruto do trabalho e das lutas seja junto aos movimentos sociais, bem como junto aos povos indígenas da Amazônia, organizando e fortalecendo suas reivindicações pela demarcação e salvaguarda de suas terras, como também por novos investimentos que promovam o desenvolvimento étnico desses povos secularmente expropriados de seus bens e até mesmo do Direito de viver de acordo com suas culturas e seus modos próprios de aprendizagem.

Somado a estas lutas e enfrentamentos convivi com Darcy Ribeiro, Berta Ribeiro, Cassimiro Beksta, Dom Thomas Balduíno, Pedro Casaldáliga, Dom Helder Câmara, Irmã Creusa (assassinada por latifundiário no Amazonas), Marçal Tupai (assassinado por fazendeiro no Mato Grosso), Mário Juruna, Gabriel Gentil, Jorge Terena, Raimundo Dico, Álvaro Tukano, Luis Lana, entre outras lideranças que lutaram e lutam por seus direitos fundamentais quanto à Educação, Saúde e pela afirmação de suas identidades culturais, o que vale também para os quilombolas e demais comunidades tradicionais.

Mas, havia prometido não ser iracundo nesta festa a mim devotada que compartilho com os meus familiares, meus amigos, vizinhos, alunos, sindicalistas, lideranças políticas partidárias, militantes e amantes da utopia que comungam conosco o credo na Democracia Participativa, na Igualdade Social e no efetivo respeito à Soberania Popular acima de qualquer interesse paroquial, eleitoreiro, messiânico e muito menos fisiologista, que venham afrontar a cidadania e o Direito do povo de se manifestar nas Ruas e Praças como bem fazemos no Projeto Jaraqui, todos os sábados na Republica Livre do Pina, no Centro Histórico de Manaus. Não falarei da corrupção que campeia em nosso País, do assalto ao Erário com obras faraônicas, das articulações espúrias que reduzem a política em moeda de troca, das oligarquias regionais, que ainda dominam politicamente o povo a base do cabresto e do grito, afrontando nossa gente que sofre com a perversa desigualdade social instituída a   ques,ras far Erário,aler  o sigilo das urnas ozes e formar al sofrem em fazemos no Projeto efetiva Soberania Popular alimentar a arrogância e o mandato daqueles, que assim como os abutres sustentam-se da miséria do povo e por conseqüência da ignorância que assola. Mas, a história nos ensina que este mesmo povo pode e pode mesmo transformar o fermento em pão e o limão em limonada, mandando para o balatal os seus algozes, fazendo valer o sigilo das urnas porque o voto não se vende ou troca.

Promessa é dívida e portando agradeço a presença de todos e todas, mas uma coisa é certa, gostaria muito que esse nosso encontro fosse pactuado pelo amor que temos pela nossa Amazônia, pelo Brasil e, sobretudo, pela nossa Manaus. Acreditem comigo se somos capazes de mudar porque não seremos capazes de optar por um novo Brasil e um novo Amazonas, passando a limpo a política.   Para isso é necessário fortalecer os Movimentos Sociais, as organizações populares, as comunidades estudantis, a juventude em luta, as lutas dos homens e mulheres trabalhadoras, bem como os partidos políticos comprometidos com a questão social centrado na definição de prioridades que respeitem a vontade popular pautado nos valores republicanos. Assim, sendo somos contrários aos oportunistas que assaltam o Estado para beneficiar grupos familiares assim como também seus financiadores de campanha e sócios nos empreendimentos licitatórios dirigidos. Basta, é preciso acordar e participar dando um fim a roubalheira. No entanto, na Democracia o instrumento imediato para mudança é o voto, façamos isto com clareza, com consciência e determinação por amor ao Brasil, aos nossos filhos e a nossa bela e vetusta Amazônia.

Obrigado e um beijo no coração de todos e todas por amor a Manaus e pelo resgate de nossa dignidade e cidadania. E assim sejamos campeões das lutas sociais, fazendo valer a nossa vontade, o nosso Direito e a Justiça social... Pelo bem do Brasil. 

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