quinta-feira, 5 de junho de 2008

PARA SE GARANTIR A EDUCAÇÃO ETNO-RACIAL

Começa nesta segunda-feira (9), o curso de formação continuada de professores da rede estadual do Amazonas sob a temática da Cultura Indígena e Afro-Brasileira. A iniciativa é da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) por meio do Núcleo de Cultura Política (NCPAM) do Departamento de Ciências Sociais, contando com o patrocínio da Petrobras, Ministério da Cultura, Fundação de Apoio a Universidade Federal de São João Del-Rei, Minas Gerais, mais o apoio da Secretaria de Educação do Estado (SEDUC) e o Sebrae Amazonas.

O projeto de formação continuada foi selecionado nacionalmente pelos patrocinadores através de Edital Público, beneficiando diretamente os professores do ensino fundamental e médio da rede pública do interior do Estado.

Para o coordenador, professor e antropólogo da UFAM, Ademir Ramos, a iniciativa é original em cumprimento a Lei 11.645, de 10 de março passado, promulgada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, exigindo que se inclua no currículo da rede de ensino a temática história e cultura dos povos indígenas e afro-brasileiros.

Na segunda-feira próxima, às 14 h, o curso inicia com uma mesa redonda, discutindo e apreciando os paramentos da Educação etno-racial, tendo por referência as Diretrizes do Conselho Nacional de Educação.

Para a mesa redonda, segundo os organizadores do curso, foram convidados os representantes da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira, do Movimento Negro e o Procurador-Chefe do Ministério Público Federal no Amazonas, assim como os veículos de comunicação do Estado.

Indagado sobre a metodologia adotada, o professor Ademir Ramos explica, que “o curso será gerado em Manaus, no Centro de Mídias da SEDUC, entendimento este, acordado diretamente com o senhor secretário de Educação do Estado, bem como todo trabalho tem se dado em parceria com a gerência do ensino fundamental da Seduc, buscando dessa feita, interiorizar cada vez mais a temática nas escolas pública do Estado”.

O projeto, afirma o professor, é pioneiro no Brasil, merecendo atenção dos educadores para essas práticas pedagógicas, devendo ser discutido amplamente pelos professores, alunos e servidores, com propósito de se consolidar um novo projeto político pedagógico nas escolas, que combata o preconceito, a descriminação, o racismo e toda e qualquer forma de intolerância.

As aulas estão centradas, explica o coordenador do projeto, sob as seguintes temáticas – Brasil Indígena, Brasil Africano, Cultura Indígena e Afro-Brasileira e Oficinas pedagógicas. Para esse fim, os pesquisadores do NCPAM e os técnicos da Seduc trabalharam por mais de quatro meses na pesquisa e editoração das aulas, em forma de cartela, vídeo e outras formas de linguagens.

O NCPAM está convicto que qualquer atitude contrária às práticas afirmativas da educação etno-racial deva ser rechaçada publicamente e se recorra imediatamente ao Ministério Público Federal, para salvaguardar a Lei 11.645/2008 e garantir ações de políticas afirmativas em favor dos povos indígenas e dos afro-brasileiros.

Não fique fora dessa luta, participe manifestando suas considerações ou enviando suas mensagens aos professores em formação, que se encontram, sobretudo, em suas comunidades no interior do Estado.

8 comentários:

Anônimo disse...

A iniciativa da Ufam por meio do NCPAM é plausivel e um grande momento para se discutir com a sociedade civil sobre os processos pedagógicos que orientarão os professores em suas condutas de como lhe dar com a obrigatoriedade da lei 11.645 nas salas de aula. É um projeto de qualidade e utilidade pública, que visa o objetivo do desenvolvimento da qualidade de vida, ajudando a desconstruir o imaginário preconceituoso e intolerante perante as minorias, que tão desigual é. Acredito que este curso pode proporcionar uma maior integração e participação de professores, que desempenhados serão facilitadores em seus municípios, orientando e formando cidadãos para um país melhor, especificamente no estado Amazonas. Todos os envolvidos estão de parabens!

Anônimo disse...

É plausível, que iniciativas como estas, consigam tirar do papel o resgate da nossa tão desvalorizada cultura, como um povo multiracial, que apesar de tantas contribuições etnicas tem suas especificidades. E ainda contribui na ampliação no campo de discussão da atual didática vigente sob a perspectiva de um olhar multietnico. Coroada ainda pelo apoio da Petrobras, Sebrae, UFAM entre outras entidades de renome, num grande ânimo de fazer algo pelas etnias excluidas da história, que na atualidade reivindicam seu valor e espaço numa sociedade democrática. Sendo esta uma oportunidade atípica para professores de várias áreas aproveitarem o momento para interagirem e integrarem-se num comum objetivo de reciclar antigas histórias contadas na perpectiva eurocêntrica. Movimento merecedor do todo o reconhecimento e crédito, daqueles que acreditam que é possível fazer valer a Constituição Federal, onde diz que somos todos iguais independente de raça, credo e cor.

Anônimo disse...

Essa é uma iniciativa ímpar tanto no âmbito regional quanto nacional. a formação dos professores sobre a cultura negra e indigena, tão discutida mas pouco compreendida entre nós, deixará marcas indeléves que em muito contruirão para levar o estandare da educação do nosso estado até patameres mais dignos para o nosso povo.

Essa parceria com o Universidade, que tem se aproximado das comunidades interioranas, com a Seduc merece todo o nosso louvor.

Anônimo disse...

O projeto Cultura Indigena e Afro-brasileira é uma iniciativa pioneira, não só no Estado, mas em toda a Região Norte, no que diz respeito ao tratamento da lei 11.645/2008. Por ser pioneiro, o projeto nasceu sabendo dos riscos que poderia ocorrer, caso seus integrantes não tivessem assimilado direito seu conteúdo, o que. verdadeiramente, não é o caso. Nós do NCPAM estamos cientes que preparamos o melhor, para que o público que vai receber as aulas tenha o melhor material possível em mãos, acarretando, no final das contas, assimilação às diretrizes da lei e interação entre os atores envolvidos. Estamos certos de que quaisquer manifestações contrárias sejam execradas por todos aqueles que acreditam numa educação melhor e de qualidade para o nosso povo e o nosso Estado!!!

Anônimo disse...

A Lei 11.645/08, que determina a inclusão das temáticas "História e Cultura Afro-brasileira e Indígena" no currículo oficial da rede de ensino público, constitui o instrumento legal capaz de assegurar que as populações tradicionais e seus remanescentes tenham os seus valores culturais respeitados e valorizados, bem como a memória de seus ancestrais e da contribuição que estes deram para a formação da sociedade e do Estado brasileiro, preservados. Representa ainda a garantia da erradicação do preconceito e da intolerância mediante a educação e formação de uma geração mais consciente da pluralidade étnico racial e da importância de se valorizar as identidades formadoras do povo Brasileiro. Nesse sentido, o Núcleo de Cultura Política do Amazonas (NCPAM)juntamente com os seus parceiros (SEDUC, SEBRAE, PETROBRAS) entre outros está de parabéns, na medida em que$, através do "Projeto Cultura Afro-brasileira e Indígena: formação continuada de Professores", possibilita o resgate histórico das lutas de resistência contra a opressão do invasor colonizador, dessa vez contada na perspectiva dos vencidos ou "esquecidos da história", bem como abre mais uma frente de combate à intolerância étnico-racial,, contribuindo para a consolidação da democracia brasileira.

Aquiles Santos Pinheiro.

Anônimo disse...

PARABÉNS PELO NCPAM, PELA INICIATIVA PIONEIRA DE SE TRABALHAR A LEI N. 11.645/2008. LEVANDO EM CONSIDERAÇÃO A GRANDE DEFASAGEM QUE TEMOS NO TRATAMENTO DESTA QUESTÂO, É BASTANTE LOUVÁVEL AS AÇÕES DO NÚCLEO DE CULTURA POLÍTICA DA UFAM

Anônimo disse...

Parabéns a UFAM e principalmente ao NCPAM que teve essa bela iniciativa. Bastante árdua, na verdade, tamanha dificuldade de desenvolver o material didático e quem vai ministrar esse conteúdo. Além de termos uma vasta obra etnográfica e em defesa da causa indígena nos deixada pelo Profº Darcy Ribeiro, é muito importante a interferência de pessoas como vocês que tem conhecimento profundo do assunto e também experiência para auxiliar no desenvolvimento desse material didático, trazendo a realidade desses povos, música, dança, língua etc.
É preciso o apoio da sociedade, da imprensa na divulgação, das Secretarias de Educação e do Ministério Público na consolidação e fiscalização desta lei para que ela não seja mais uma daquelas que “não pega”.
Todos juntos nesse processo de mudança, de inclusão social, para que nossos filhos e netos, valorizem as tradições e costumes dos povos indígenas, como uma das maiores riquezas desse país.

Maria Rachel Coelho
Coordenadora do Movimento Educação Já no Rio de Janeiro

Anônimo disse...

Colegas, o que está acontecendo é inominável e merece o nosso contundente repúdio. Por tudo, recebam minha irrestrita e total solidariedade.

Geraldo Sá Peixoto Pinheiro - Departamento de História da UFAM