AÇÃO
INDUTORA DE ARTUR NETO AO SECRETARIADO DA PMM
Ademir
Ramos (*)
Parto
do princípio que o senhor prefeito de Manaus Artur Neto (PSDB) quer o melhor
para nossa cidade, disso tenho certeza. Contudo não basta querer é preciso
definir as melhores ferramentas para operar, como também os agentes
qualificados capazes de cuidar da cidade com competência e habilidade.
O seu esforço tem sido
notado, servindo como ação indutora para todo o secretariado da Prefeitura
Municipal de Manaus (PMM). No entanto, é preciso pensar o todo - a organização
da cidade -, a partir da especificidade de cada secretaria.
Para esse fim é necessário
dar resposta imediatas e mediatas, mostrando o que deve ser feito logo e o que se
planeja a médio e ao longo prazo. É fazer fazendo na perspectiva de qualificar
muito mais ainda a gestão municipal imprimindo uma marca ao seu governo.
Esta exigência deve ser
seguida de novas atitudes, buscando formular políticas públicas, não mais como
bombeiro ou mestre de obra, mas como planejamento municipal seguido de um
cronograma de trabalho integrado em direção às garantias das qualidades do
serviço prestado a população de Manaus.
Desse jeito é importante
promover o diálogo com os senhores secretários, exigindo deles um planejamento
de quatro anos acompanhado com os instrumentos de avaliação, com os cronogramas
de execução e as parcerias.
Conforme foi anunciado é necessário se trabalhar em regime de colaboração entre os entes federativos, bem como com as corporações privadas, nos termos da Lei, sendo de forma transparente e participativa.
O meu recorte específico
volta-se para a Cultura e Educação integrada nos processos das políticas
municipais numa rede de trabalho que seja orgânica, crítica e eficiente. Dessa
maneira, é preciso conhecer quais são os projetos e metas já definidas por essas
secretarias e o que já estão fazendo para garantir o pleno funcionamento dos
seus objetivos. Os entraves devem ser identificados e de pronto buscar
superá-los em direção à boa gestão e o cumprimento dos valores republicanos.
Na Cultura concordo que
era necessário repensar a estrutura de gestão, mas não estou convencido que a
redução da Secretária numa Agência seja o melhor modelo para operacionalizar
tanto a cultura como o turismo. Mas, o tempo dirá e espero que se tenha
capacidade de avaliar os resultados e se for preciso em curto prazo refazer a natureza
jurídica da instituição e com determinação articular com os artistas,
produtores e agentes culturais o melhor para Manaus.
Na educação me parece que
a coisa está travada. É bem verdade que o Secretário não é do ramo, mas isso
não impede que domine tecnicamente a matéria e reúna um GT capaz de formular as
políticas de educação e discutir imediatamente com a categoria numa perspectiva
de Estado.
Esta conduta é tão
importante para o prefeito Artur Neto se quiser se perpetuar na história como
um Estadista, buscando se for necessário enviar equipe para conhecer em
outras paragens no Brasil e no exterior novas práticas educacionais em
articulação com as culturas, ciência, arte, centrada na área do ecodesenvolvimento
como gradiente do desenvolvimento local.
Senhor prefeito acabo de ler
a entrevista do secretário Pauderney Avelino (Diário do Amazonas, 13 de janeiro,
p.6/política), afirmando categoricamente que “nossa meta é que os estudantes
tirem média acima da exigência do Ideb”. Louvável manifestação, mas como o
senhor é sabedor eu só posso conferir metas quando tenho definido o projeto
político educacional como um todo.
Ainda mais, também não
estou convencido que o cancelamento das licitações para a construção das 55
creches é o melhor caminho. Como se sabe este processo é cheio de catimba e de
múltiplos interesses. Será que não seria melhor o prefeito chamar para si esta
discussão e conhecer os reais motivos que orientam esta conduta tanto em
atenção às famílias como pela transparência que o processo exige, refutando
qualquer especulação leviana e maldosa que venha ser feita.
Digo isso, sem nenhuma
pretensão de ensinar “padre nosso a vigário”. Penso unicamente na eficiência do
processo movido pela ética da responsabilidade e no exercício do controle
social que tenho feito.
(*) É professor,
antropólogo e coordenador do Jaraqui e do NCPAM/UFAM.
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