Rafael Barros (*)
O Estado do Amazonas assim como a
Federação Brasileira, passam por difíceis momentos onde não existem espaços
para a omissão. Vivemos uma crise
de legitimidade do modelo político, por não corresponder às necessidades de participação
e de mudança da sociedade civil, vivemos uma crise de representatividade dos
partidos políticos tradicionais. Mas antes da crise econômica ou política,
vivemos no Brasil uma profunda crise moral e, entre outras razões, decorrentes
da fragilidade da nossa formação. A esperança de enriquecer fácil junto com a
certeza da impunidade é muito maior do que o medo de ser pego, razão pela qual
os corruptos justificam que vale a pena arriscar.
Os
recentes episódios ocorridos no parlamento brasileiro e fartamente expostos
pela mídia demonstram a total falta de compromisso com interesses coletivos e
cristaliza a crise moral. Nossos representantes no parlamento parecem
preocupar-se tão somente com a própria manutenção no poder e obtenção de
vantagens pessoais, conduzindo-se por uma inclinação devassa que chega a
enojar. Enfim, toda essa sorte de mazelas que parece demonstrar que o povo brasileiro
vive num enorme festival de bandalheiras, numa incessante orgia de falcatruas
que se repetem com frequência tal que, cerca de dois ou três meses do último escândalo,
já não se tem mais lembrança dos detalhes dos primeiros.
Para os jovens de
hoje, esta é a primeira grande crise econômica e política vivida na pele. Até
então, o que se sabia de aperto financeiro vinha de casos contados pelos pais
ou lidos em livros de história do Brasil. É nesse contexto que as armadilhas
aparecem e o Amazonas será testado já no mês de agosto com a eleição
suplementar advinda da cassação do governador José Melo (PROS), por abuso de
poder econômico em sua campanha eleitoral.
Estamos
em meio a um emaranhado de articulações, conchavos, costuras que antecedem um
momento decisivo para os grupos políticos do Amazonas. Qual o peso que terá
essa eleição? Qual a importância da participação do jovem? O analfabeto
político é aquele, que simplesmente ignora a política. Para ele, a política é
“um saco” e nenhum candidato presta, já que são todos iguais, segundo ele.
Diante disso, muitas vezes acaba extremando pela anulação do voto, como forma
de “dar o troco”. Mal sabe ele que esse tipo de postura só favorece o político
atolado ou envolvido com a corrupção, que acaba pego em manobras escusas para
se manter no poder pelo poder. Não se pode tirar toda a razão dada ao desânimo
causado por percalços políticos brasileiros que se dobram a essa prática, mas a
mudança só será possível se esse tipo de atitude mudar.
Há 100 anos nascia John F. Kennedy, um dos presidentes mais
populares dos Estados Unidos e um dos principais líderes do Século XX. Envolto
pelo ar aristocrático, escândalos e teorias conspiratórias, Kennedy foi um dos
grandes pais dos Direitos Civis nos EUA e isso, além de tê-lo levado a morte, o
fez transcender as décadas até os dias atuais. A luta pela Liberdade sempre será atual e a
vigilância por tempos de Paz sempre será algo pelo qual se vale a pena lutar.
”Não pergunte o que o seu país pode fazer por
você, pergunte o que você pode fazer pelo seu país” A frase citada foi há muito
tempo, em um país completamente diferente. Nunca deixou de ser atual,
principalmente em tempos de crises nessa nossa terra varonil, particularmente no
Amazonas. Então, em tom de indagação perguntemos e respondemos com atos e fatos
na perspectiva de assegurar o combate à corrupção e da impunidade, em defesa da
paz, justiça e bem-estar do nosso povo.
(*) É presidente da JS PDT Manaus, acadêmico de
direito, membro da rede de ação política pela sustentabilidade e autor do
projeto “democratizando nas escolas”.
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