domingo, 18 de junho de 2017

AS ELEIÇÕES SUPLEMENTARES E O APELO AS MUDANÇAS


Rafael Barros (*)

O Estado do Amazonas assim como a Federação Brasileira, passam por difíceis momentos onde não existem espaços para a omissão. Vivemos uma crise de legitimidade do modelo político, por não corresponder às necessidades de participação e de mudança da sociedade civil, vivemos uma crise de representatividade dos partidos políticos tradicionais. Mas antes da crise econômica ou política, vivemos no Brasil uma profunda crise moral e, entre outras razões, decorrentes da fragilidade da nossa formação. A esperança de enriquecer fácil junto com a certeza da impunidade é muito maior do que o medo de ser pego, razão pela qual os corruptos justificam que vale a pena arriscar.

Os recentes episódios ocorridos no parlamento brasileiro e fartamente expostos pela mídia demonstram a total falta de compromisso com interesses coletivos e cristaliza a crise moral. Nossos representantes no parlamento parecem preocupar-se tão somente com a própria manutenção no poder e obtenção de vantagens pessoais, conduzindo-se por uma inclinação devassa que chega a enojar. Enfim, toda essa sorte de mazelas que parece demonstrar que o povo brasileiro vive num enorme festival de bandalheiras, numa incessante orgia de falcatruas que se repetem com frequência tal que, cerca de dois ou três meses do último escândalo, já não se tem mais lembrança dos detalhes dos primeiros.

Para os jovens de hoje, esta é a primeira grande crise econômica e política vivida na pele. Até então, o que se sabia de aperto financeiro vinha de casos contados pelos pais ou lidos em livros de história do Brasil. É nesse contexto que as armadilhas aparecem e o Amazonas será testado já no mês de agosto com a eleição suplementar advinda da cassação do governador José Melo (PROS), por abuso de poder econômico em sua campanha eleitoral.

Estamos em meio a um emaranhado de articulações, conchavos, costuras que antecedem um momento decisivo para os grupos políticos do Amazonas. Qual o peso que terá essa eleição? Qual a importância da participação do jovem? O analfabeto político é aquele, que simplesmente ignora a política. Para ele, a política é “um saco” e nenhum candidato presta, já que são todos iguais, segundo ele. Diante disso, muitas vezes acaba extremando pela anulação do voto, como forma de “dar o troco”. Mal sabe ele que esse tipo de postura só favorece o político atolado ou envolvido com a corrupção, que acaba pego em manobras escusas para se manter no poder pelo poder. Não se pode tirar toda a razão dada ao desânimo causado por percalços políticos brasileiros que se dobram a essa prática, mas a mudança só será possível se esse tipo de atitude mudar.

Há 100 anos nascia John F. Kennedy, um dos presidentes mais populares dos Estados Unidos e um dos principais líderes do Século XX. Envolto pelo ar aristocrático, escândalos e teorias conspiratórias, Kennedy foi um dos grandes pais dos Direitos Civis nos EUA e isso, além de tê-lo levado a morte, o fez transcender as décadas até os dias atuais. A luta pela Liberdade sempre será atual e a vigilância por tempos de Paz sempre será algo pelo qual se vale a pena lutar.

”Não pergunte o que o seu país pode fazer por você, pergunte o que você pode fazer pelo seu país” A frase citada foi há muito tempo, em um país completamente diferente. Nunca deixou de ser atual, principalmente em tempos de crises nessa nossa terra varonil, particularmente no Amazonas. Então, em tom de indagação perguntemos e respondemos com atos e fatos na perspectiva de assegurar o combate à corrupção e da impunidade, em defesa da paz, justiça e bem-estar do nosso povo.

(*) É presidente da JS PDT Manaus, acadêmico de direito, membro da rede de ação política pela sustentabilidade e autor do projeto “democratizando nas escolas”.

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