domingo, 11 de junho de 2017

O PRAGMATISMO POLÍTICO NA ELEIÇÃO SUPLEMENTAR DE 2017



Jorge Hugo Almeida (*)

Vivemos uma crise política no Brasil, mais acentuada no Amazonas. Após a passagem do Melo (PROS), o cenário volta-se para a recuperação econômica do Estado. A SUFRAMA sofre com o governo de coalisão de Temer (PMDB) vide a troca na Superintendência, sai Rebeca Garcia e entra Appio Tolentino, claramente um agrado a Omar Aziz (PSD), por seu voto a respeito da reforma trabalhista. Percebe-se o clima volátil, justamente pela falta de liderança e representatividade no Executivo. Sendo assim qual prognostico podemos fazer? A cada pesquisa que surge, a disputa parece cada vez mais polarizar-se entre Amazonino Mendes (PDT) e Eduardo Braga (PMDB), por que? Ambos destacam-se pelo pragmatismo político ao longo de suas trajetórias na vida pública. Pragmatismo político é basicamente objetividade e praticidade na composição do poder político, ou seja, saber negociar algo para conseguir a aliança política necessária para obter os resultados em questão. A prova da relevância do pragmatismo político nesta eleição é o ressurgimento de Amazonino, que não disputou a reeleição da prefeitura de Manaus por não construir em tempo hábil uma forte aliança ao fim de sua gestão e a sobrevida de Braga após a derrota para Melo nas últimas eleições, fenômenos permitidos pela crise e a necessidade de estabilidade política.

CENÁRIOS: Nesta eleição não haverá tempo para construção de uma campanha política como estamos habituados a ver. Portanto, alianças políticas tornam-se primordiais na corrida até o Palácio da Compensa, por isso os dois citados acima se destacam diante dos demais, justamente por saber criar conjunturas políticas a seu favor, fazendo as alianças necessárias. Analisando a cena política amazonense, vemos que o pedetista está à frente, pois provavelmente terá o apoio de David Almeida, atual governador, se o senador Omar Aziz (PSD) assim quiser, ainda sabendo que a qualquer momento, Eduardo pode ser bombardeado pela Lava-Jato e provavelmente, talvez, quem sabe, contará com o apoio de Arthur Neto (PSDB), prefeito de Manaus. Apesar do prefeito, ter seus índices de popularidade em baixa, ainda assim seria um aliado importante para Eduardo na disputa com Amazonino. Marcelo Ramos (PR), que tende a se isolar politicamente por possíveis divergências com o diretório do partido, é uma aliança em disputa. Amazonino, usaria sua relação com Alfredo Nascimento para captá-lo. Rebeca Garcia (PP) também é uma aliada poderosa em disputa, tendendo a coligar-se com PMDB, visto que, outrora foi candidata à vice-governadora na chapa do Senador. Silas Câmara, franco atirador, não deixar de ser uma possibilidade, uma aliança em disputa para o segundo turno, nota-se também que talvez a intenção do Deputado Federal do PRB é conquistar uma das vagas de Senador em 2018, manter seu nome quente na boca do povo amazonense é uma estratégia inteligente para atingir tal objetivo, assim como ele outros políticos seguem esta estratégia também. Zé Ricardo (PT) e Luiz Castro (Rede) tendem a ser a terceira via, sendo assim o escape do eleitor que busca renovação e encontra-se descontente com nossos políticos tradicionais. A conquista do interior também é uma estratégia chave da eleição, portanto engajar aliados em praças importantes, também será fator decisivo para a escolha do futuro governador, visto que há mais de um milhão de votos no interior.  O cenário está montado, como população é nosso dever fiscalizar os candidatos e também exercer com honradez o dever de expressar nossa opinião através do voto e acreditar que o estado passará por esta turbulência e respirará novos e melhores ares.

(*) Acadêmico de Administração da Universidade Federal do Amazonas e membro do NCPAM/UFAM, participante efetivo do Projeto Jaraqui.

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