Ademir Ramos (*)
Na praça aparentemente somos todos iguais. No sábado (10), o
ex-governador Amazonino Mendes (PDT) apareceu na praça da polícia com pinta de
candidato. Na oportunidade, o Projeto Jaraqui discutia em sua Tribuna as
eleições suplementares no Amazonas depois da cassação do mandato do
ex-governador José Melo (PROS) e do seu vice Henrique Oliveira (SD). O Negão,
como Amazonino é conhecido pelo povo, chegou de mansinho e de imediata foi
ovacionado pelos frequentadores da Praça, sendo abraçado por uns e puxado por
outros seguidos de self pra todos os lados. O Negão falava, discutia e do jeito
dele dizia que isto vai mudar, referindo-se a crise que se instalou no Estado,
principalmente, quando conversou com os policiais que estavam a serviço na
Praça. A cena marcante foi quando um pai que passava com a filha no colo
resolveu coloca-la nos braços do ex-governador para o devido registro. O quadro
é típico, remonta ao passado e moldura com clareza a situação política local e
nacional, provocando a ira daqueles que ignoram a história e até mesmo o bom
senso, visto que, como bem disse um dos presentes quando indagado se votava no
Negão. Parou e balançando a cabeça respondeu: “rapaz, nestas horas, é melhor um
porto seguro do que uma canoa furada”.
O PESADELO: O certo é que nós brasileiros e, principalmente,
o povo do Amazonas vive um pesadelo horrível, doido pra sair desta crise
institucional e política. Enganado pelo Melo que passou pelo governo do
Amazonino, Eduardo Braga (PMDB) e Omar Aziz (PSD) e por esta razão, bem que poderia
fazer diferente, fincando as bases do seu governo na educação como matriz de
desenvolvimento articulado com trabalho, saúde e segurança. Ao contrário,
comportou-se como dono de mercearia que se dava satisfeito em abrir as portas as
oito e fechava as seis, quando não, trabalhava pra burro sem delegar poderes,
contando os tostões arrecadados para repartir entre os seus. A mesmice e a
visão provinciana do governo Melo, seguidos de uma prática do arrocho, levou o
nosso povo ao desencanto. Como se sabe mandar todo mundo manda liderar é outra
coisa requer legitimidade, competência, criatividade e, sobretudo, espírito
público. E pra completar, o Melo reduziu o seu governo a uma extensão da
família, misturando o público com privado. Foi tão insignificante que mediante
a sua cassação pelo Tribunal Superior Eleitoral, o povo simplesmente calou-se.
O SONHO: Frente à crise instalada pelo governo petista no
Brasil mais ainda a irresponsabilidade do governo Melo é justo que o povo do
Amazonas acorde deste pesadelo e comece a sonhar com a resolução do presente e
futuro do Estado, escolhendo nas urnas o melhor para conduzir a nossa gente
orientada, não mais pela aventura desmedida de um político fanfarrão e
truculento, que se encontra sob a alça de mira da polícia federal por ordem da
operação Lava Jato, muito menos por gente afoita que se valendo do vigor jovial
acredita e só acredita que a força e o grito sejam a melhor resposta para a
cura dos nossos problemas e assim sendo, entre erros e acertos exerçam o
governo do Amazonas de forma vacilante e dúbio. Nada disso nos alegra e muito
menos nos anima é preciso defenestrar estes políticos “salvadores da pátria”, e
escolher nas urnas aqueles que se pautaram e pautam-se pelo respeito à vontade
popular movido pela experiência reflexiva de saber fazer aptos a vencer a crise,
agregando muito mais do que dividindo e juntos possamos sonhar justamente pelo
bem de todos
.
(*) É professor, antropólogo, coordenador do NCPAM/UFAM e do
projeto jaraqui. E-mail: ademiramos@hotmail.com
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