domingo, 18 de junho de 2017

POR UM PORTO SEGURO



Ademir Ramos (*)

Na praça aparentemente somos todos iguais. No sábado (10), o ex-governador Amazonino Mendes (PDT) apareceu na praça da polícia com pinta de candidato. Na oportunidade, o Projeto Jaraqui discutia em sua Tribuna as eleições suplementares no Amazonas depois da cassação do mandato do ex-governador José Melo (PROS) e do seu vice Henrique Oliveira (SD). O Negão, como Amazonino é conhecido pelo povo, chegou de mansinho e de imediata foi ovacionado pelos frequentadores da Praça, sendo abraçado por uns e puxado por outros seguidos de self pra todos os lados. O Negão falava, discutia e do jeito dele dizia que isto vai mudar, referindo-se a crise que se instalou no Estado, principalmente, quando conversou com os policiais que estavam a serviço na Praça. A cena marcante foi quando um pai que passava com a filha no colo resolveu coloca-la nos braços do ex-governador para o devido registro. O quadro é típico, remonta ao passado e moldura com clareza a situação política local e nacional, provocando a ira daqueles que ignoram a história e até mesmo o bom senso, visto que, como bem disse um dos presentes quando indagado se votava no Negão. Parou e balançando a cabeça respondeu: “rapaz, nestas horas, é melhor um porto seguro do que uma canoa furada”.

O PESADELO: O certo é que nós brasileiros e, principalmente, o povo do Amazonas vive um pesadelo horrível, doido pra sair desta crise institucional e política. Enganado pelo Melo que passou pelo governo do Amazonino, Eduardo Braga (PMDB) e Omar Aziz (PSD) e por esta razão, bem que poderia fazer diferente, fincando as bases do seu governo na educação como matriz de desenvolvimento articulado com trabalho, saúde e segurança. Ao contrário, comportou-se como dono de mercearia que se dava satisfeito em abrir as portas as oito e fechava as seis, quando não, trabalhava pra burro sem delegar poderes, contando os tostões arrecadados para repartir entre os seus. A mesmice e a visão provinciana do governo Melo, seguidos de uma prática do arrocho, levou o nosso povo ao desencanto. Como se sabe mandar todo mundo manda liderar é outra coisa requer legitimidade, competência, criatividade e, sobretudo, espírito público. E pra completar, o Melo reduziu o seu governo a uma extensão da família, misturando o público com privado. Foi tão insignificante que mediante a sua cassação pelo Tribunal Superior Eleitoral, o povo simplesmente calou-se.

O SONHO: Frente à crise instalada pelo governo petista no Brasil mais ainda a irresponsabilidade do governo Melo é justo que o povo do Amazonas acorde deste pesadelo e comece a sonhar com a resolução do presente e futuro do Estado, escolhendo nas urnas o melhor para conduzir a nossa gente orientada, não mais pela aventura desmedida de um político fanfarrão e truculento, que se encontra sob a alça de mira da polícia federal por ordem da operação Lava Jato, muito menos por gente afoita que se valendo do vigor jovial acredita e só acredita que a força e o grito sejam a melhor resposta para a cura dos nossos problemas e assim sendo, entre erros e acertos exerçam o governo do Amazonas de forma vacilante e dúbio. Nada disso nos alegra e muito menos nos anima é preciso defenestrar estes políticos “salvadores da pátria”, e escolher nas urnas aqueles que se pautaram e pautam-se pelo respeito à vontade popular movido pela experiência reflexiva de saber fazer aptos a vencer a crise, agregando muito mais do que dividindo e juntos possamos sonhar justamente pelo bem de todos
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(*) É professor, antropólogo, coordenador do NCPAM/UFAM e do projeto jaraqui. E-mail: ademiramos@hotmail.com 

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