Ademir Ramos (*)
Estou em permanente diálogo com educadores socais e líderes
comunitários participando de rodas de conversa sobre conjuntura política
nacional e local. As discussões tem sido tensas porque alguns atores estão
movidos pelo calor da paixão e da fortuna do que pela racionalidade dos meios
articulados com fins objetivos. Destas discussões podem-se aferir
comportamentos às vezes com ar de vingança, desejando a morte do outro por
contrariar interesses de determinadas corporações empresariais, familiares ou
de partidos políticos. Estes atores exalam vingança e ódio, encontram-se
comprometidos com a desordem e o atraso afrontando as instituições democráticas
e o reordenamento da economia política da Nação e do nosso Amazonas. Para eles,
a paixão enquanto faculdade converteu-se em vingança, ódio, vício e toda forma
de corrupção a violentar a racionalidade e o regramento da ordem democrática.
Contudo, faz-se necessário dar solução aos problemas, não pelo antagonismo de força
da paixão versus razão, mas, pela unidade dos contrários a sustentar a
governabilidade dos aparelhos de Estado amparada pela ética da responsabilidade,
operando os processos de organização quanto à gestão, participação, controle e
definição das prioridades, em respeito às demandas populares comprometidas com
a qualidade das políticas públicas sabendo que governar é abrir portas e
conectar forças sinérgicas a promover o bem-estar da população, gerando
trabalho, emprego e renda com participação e autonomia respeitando à soberania
popular.
ABRINDO PORTAS: O Amazonas, em particular, além de
sofrer os desmandos das políticas do governo federal, com graves danos nas
contas públicas do Estado seja na saúde, educação, segurança e demais serviços
prestados a população, sofre também de imediato um grave estrangulamento
governamental por razões da cassação do mandato do ex-governador José Melo
(PROS) e seu vice, Henrique Oliveira (SD), condenados por crime eleitoral. Em
assim sendo, o Tribunal Superior Eleitoral determinou a realização de eleição
suplementar para o governo do Estado, o que já está em curso com o registro de
oito chapas a serem submetidas às urnas no dia 06 de agosto próximo, havendo
segundo turno, os eleitores do Amazonas são convocados a votar no dia 27 -
último domingo de agosto. Para este fim requer que pautemos uma ampla discussão
sobre a situação em que se contra a economia política do Estado de forma que
possamos analisar e avaliar a situação presente numa perspectiva de se
resgatar, não só a legitimidade do processo como também a capacidade de agregar
novos investimentos em parceria com as corporações empresariais nos termos da
legalidade, considerando ainda a capacidade do governante de catalisar tanto
para a capital como para interior do Estado novos investimentos gerador de
trabalho e renda de forma permanente em benefício a nossa gente.
COMPETÊNCIA E
HABILIDADE: O governador
a ser eleito terá 14 meses para colocar a casa em ordem, agindo com rapidez e
eficácia para assegurar o controle das contas públicas. O trabalho requer
competência e habilidade, com experiência reflexiva, amparada por um arco de
aliança tanto na Assembleia como no Congresso Nacional. O desafio é enorme a exigir do governador
inteligência estratégica orientada por uma prática articulada à economia
nacional e transnacional, com domínio de tecnologia da informação, em atenção à
questão ambiental, direitos humanos, segurança pública, educação, saúde,
ciência, cultura e trabalho, agregando força e valor republicano, no formato de
cooperação internacional e ação conjunta junto aos entes operadores, abrindo portas
para o desenvolvimento capitaneado pela SUFRAMA nos moldes dos novos arranjos produtivos
a serem criados no interior, diversificando a nossa economia a partir da vocação
local com ressonância nos mercados consumidores.
(*) É professor, antropólogo, coordenador do NCPAM/UFAM e
coordenador do projeto jaraqui. E-mail: ademiramos@hotmail.com
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