sexta-feira, 23 de junho de 2017

GOVERNAR É ABRIR PORTAS



Ademir Ramos (*)

Estou em permanente diálogo com educadores socais e líderes comunitários participando de rodas de conversa sobre conjuntura política nacional e local. As discussões tem sido tensas porque alguns atores estão movidos pelo calor da paixão e da fortuna do que pela racionalidade dos meios articulados com fins objetivos. Destas discussões podem-se aferir comportamentos às vezes com ar de vingança, desejando a morte do outro por contrariar interesses de determinadas corporações empresariais, familiares ou de partidos políticos. Estes atores exalam vingança e ódio, encontram-se comprometidos com a desordem e o atraso afrontando as instituições democráticas e o reordenamento da economia política da Nação e do nosso Amazonas. Para eles, a paixão enquanto faculdade converteu-se em vingança, ódio, vício e toda forma de corrupção a violentar a racionalidade e o regramento da ordem democrática. Contudo, faz-se necessário dar solução aos problemas, não pelo antagonismo de força da paixão versus razão, mas, pela unidade dos contrários a sustentar a governabilidade dos aparelhos de Estado amparada pela ética da responsabilidade, operando os processos de organização quanto à gestão, participação, controle e definição das prioridades, em respeito às demandas populares comprometidas com a qualidade das políticas públicas sabendo que governar é abrir portas e conectar forças sinérgicas a promover o bem-estar da população, gerando trabalho, emprego e renda com participação e autonomia respeitando à soberania popular.

ABRINDO PORTAS: O Amazonas, em particular, além de sofrer os desmandos das políticas do governo federal, com graves danos nas contas públicas do Estado seja na saúde, educação, segurança e demais serviços prestados a população, sofre também de imediato um grave estrangulamento governamental por razões da cassação do mandato do ex-governador José Melo (PROS) e seu vice, Henrique Oliveira (SD), condenados por crime eleitoral. Em assim sendo, o Tribunal Superior Eleitoral determinou a realização de eleição suplementar para o governo do Estado, o que já está em curso com o registro de oito chapas a serem submetidas às urnas no dia 06 de agosto próximo, havendo segundo turno, os eleitores do Amazonas são convocados a votar no dia 27 - último domingo de agosto. Para este fim requer que pautemos uma ampla discussão sobre a situação em que se contra a economia política do Estado de forma que possamos analisar e avaliar a situação presente numa perspectiva de se resgatar, não só a legitimidade do processo como também a capacidade de agregar novos investimentos em parceria com as corporações empresariais nos termos da legalidade, considerando ainda a capacidade do governante de catalisar tanto para a capital como para interior do Estado novos investimentos gerador de trabalho e renda de forma permanente em benefício a nossa gente.

COMPETÊNCIA E HABILIDADE: O governador a ser eleito terá 14 meses para colocar a casa em ordem, agindo com rapidez e eficácia para assegurar o controle das contas públicas. O trabalho requer competência e habilidade, com experiência reflexiva, amparada por um arco de aliança tanto na Assembleia como no Congresso Nacional.  O desafio é enorme a exigir do governador inteligência estratégica orientada por uma prática articulada à economia nacional e transnacional, com domínio de tecnologia da informação, em atenção à questão ambiental, direitos humanos, segurança pública, educação, saúde, ciência, cultura e trabalho, agregando força e valor republicano, no formato de cooperação internacional e ação conjunta junto aos entes operadores, abrindo portas para o desenvolvimento capitaneado pela SUFRAMA nos moldes dos novos arranjos produtivos a serem criados no interior, diversificando a nossa economia a partir da vocação local com ressonância nos mercados consumidores.   
  
(*) É professor, antropólogo, coordenador do NCPAM/UFAM e coordenador do projeto jaraqui. E-mail: ademiramos@hotmail.com

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