domingo, 22 de junho de 2008

MIRANTE DO COTIDIANO - O FOLCLORE É DO POVO


* Ademir Ramos


Momento próprio para se falar das diversas manifestações populares vivas da cultura do nosso Amazonas. São cantigas de rodas, provérbios, costumes, lendas, jogos, superstições, danças, culinária, versos, contos, músicas, artesanato, brincadeira de boi-bumbá. É só festa e alegria a povoar o nosso imaginário poético.

O fato folclórico é marcado pelo verbo no passado, a se dizer – antigamente, era uma vez -, que persiste por força de uma tradição oral comunicada de geração a geração sem se preocupar com a identificação de autoria. No entanto, o registro desses saberes tem sido feito de várias formas e em linguagem diferenciadas por meio do cinema, teatro, da literatura, da música popular e das artes plásticas.

Por sinal, muitos autores têm buscado no repertório popular fonte para suas produções, tais como: Villa-Lobos, Teixeira de Manaus, Mário de Andrade, Márcio Souza, Florestan Fernandes, Mário Ypiranga Monteiro, Moacir Andrade, entre outros.

Quanto às danças é importante lembrar o majestoso Festival Folclórico de Manaus que neste ano completou cinqüenta e dois anos (52°) de representação popular, continua sendo brincado no Centro Cultural dos Povos da Amazônia, a antiga bola da Suframa. A lembrança do festival no curso da história mereceu registro no Roteiro Histórico e Sentimental da Cidade do Rio Negro, obra de autoria de Luiz de Miranda Corrêa.

Para o autor do Roteiro..., reportando-se aos anos sessenta, quando “durante os meses de junho e julho, acontece em Manaus, uma espécie de carnaval, no que ele representa como movimento de massa, mas voltado inteiramente para o lado folclórico. Pelas ruas da cidade é comum ver-se desfilar tribos de índios, como os Andirás, o boi-bumbá e as quadrilhas, dirigindo-se a clubes, casas particulares e, acima de tudo, ao Estádio General Osório, onde se realizava o tradicional Festival Folclórico do Amazonas”.

A verdade é que, não se pode estudar, compreender e explicar as manifestações folclóricas fora do contexto histórico. Isto porque, as mudanças desse é que regulam a estabilidade e a continuidade da herança cultural tradicional de nossa gente.

Nessa perspectiva, o professor Mário Ypiranga, em Aspectos da Cultura Amazônica, chega afirmar, em 1986, que: “Manaus é hoje uma cidade hostil, uma cidade que se afasta visivelmente da bucólica quietude das noites, enluaradas, do verde novo dos quintais povoados de fruteiras e de flores (...) das comidas e bebidas regionais, porque a Zona Franca adquiriu a sensibilidade do mito aurígeno de Midas. (...) Há um sentido de pressa em tudo, uma pressa vinculada ao desassossego econômico”.

Contudo, inauguram-se outras práticas, que se afirmam nesse universo cultural, contribuindo diretamente para a sustentação de novas estruturas sociais no curso da história. Esta dinâmica da cultura transforma valores, costumes, ditos e eventos em regras morais ou manifestações de resistência frente à expansão e a dominação cultural.

O folclore como espírito de um povo é definido pelo modo de ser e viver de sua gente, teimando dizer que “não há nada como um dia atrás do outro”, bem como “no rio que tem piranha, jacaré nada de costa”. Ainda mais, “gato escaldado tem medo de água fria” e que “a mentira tem perna curta”. Portanto, “quem viver verá”.

Os provérbios são muitos, assim como as brincadeiras de rua também, entre elas destacam-se - barra-bandeira (esconde-esconde), boca de forno, cemitério, pular macaca, brincadeira de roda, pular corda, perna de pau, empinar papagaio, jogar peteca, jogar pião e tantas outras que recordamos nessa data social significativa.

O conjunto desses valores representa a vitalidade da cultura popular, despertando nos participantes aptidões e habilidades, que podem resultar na prática literária, no artesanato, na música e nas demais linguagens artísticas geminada com a educação. Saibam todos, que nesse meio a única coisa proibida é não brincar.

* Coordenador Geral do NCPAM, antropólogo e professor da Universidade Federal do Amazonas - UFAM.

3 comentários:

Anônimo disse...

Boi não é cultura e vagabundagem e não ter o que fazer, e desviar a atenção do povo para o analfabetismo-cultural, e ludibriar a população em abafar os casos de corrupção com o dinheiro público com os adail's da vida e tantos outros,mensaleiros do governo petista, boi e comercio de diversos tipos,do turismo sexual em parintins a manutenção de ditos artitistas de boi, vagabundos e exploradores da juventude manauara carênte de educação de verdade!
Sou a favor que o atual desgoverno BRAGA reduza ao máximo verbas para tal evento, mais isso e um sonho meu, pois o que alimenta tal govenador corrupto como seus iguais e a filosofia da cabeça vazia e barriga cheia do Rei o famoso BOLSA ESMOLA!invista em saúde falso governador, invista em educação, em emprego,reforma de nossa rede estadual de saúde que passa por crises sem fim, invista no saneamento básico no amazonas, na defesa dos indigenas,ao Serafim que come na panela de braga e lula, pare com seus viadutos de merda, pois o problema seu indiota esta na quantidade de carros que o transito de manaus não comporta mais e de pessoas oriundas de outros estados do pais, estes viadutos eram para serem feiros antes a 20-anos atras agora e besteira, pare de roubar a população com a sua aguas do amazonas e se manque seu SARAFA que você aqui em MANAUS não ganha nem do BURRO!E MAIS FACIL A GALINHA CRIAR DENTE DO QUE O SERAFIM SER REELEITO!

Anônimo disse...

Vagabundagem????? Ta, agora vc vai me dize que cultura é nao ter o que fazer!! PÔ, cultura é a marca de um povo que sabe viver, que sabe ser feliz, sabe crescer e comemorar a vida! Vagabundagem é esse povo que critica e critica, mas na verdade não mexe um dedo pra ajudar os outros, acha isso ruim? Levanta da cadeira e vai começar a fazer a diferença no mundo, e, por favor, vai pesquisa o significado da palavra vagabundagem, pq pelo jeito vc nao sabe o que quer dizer! Ta, governo é corrupto, mas nao é criticando a cultura de um povo tão original que você vai conseguir mudar isso... nao acha?????

Anônimo disse...

é claro que cultura é importante, mas prestar atenção na corrupção mais ainda! Claro que cultura é cultura, mas temos SIM que ficar de olho nos nossos políticos, porque ver corrupção e nao fazer nada é como se estivesse-mos apoiando, e isso nós NÃO queremos!!! Estamos TODOS contra a corrupção, o governo que se cuide!!!!!!!