Contadores
de história participam do festival de Maués
Começa hoje a noite o festival. A primeira
eliminatória será no dia 11 de maio e os melhores serão escolhidos no dia 22 de
junho, como parte das ações do III FLIFLORESTA.
O Festival de Narrativas, em sua terceira edição, é uma promoção
da Secretaria de Cultura e Turismo de Maués destinado aos estudantes,
professores, escolas e a população em geral. A iniciativa é original porque contempla
também os narradores Sateré-Mawé, que há mais de quatro séculos habitam e vivem
neste território. Os contadores de história da floresta irão se encontrar em
Maués às margens do rio Maués Açu para pitar lendas e mitos.
O evento tem por objetivo principal, integrar
as pessoas através de atividades culturais, que valorizem a oralidade como
forma de saber e como processo de comunicação dos povos tradicionais, seguido
das representações populares dentro de nossa diversidade cultural. Pois, muito
antes da escrita, o verbo já era vivido nas celebrações dos povos em forma de
canto e história. Em nossa casa quantas vezes nos sentamos para ouvir histórias
de nossos pais, avós ou conhecidos, que muitas vezes nem letrados eram.
Hoje existe a televisão, rádio,
jornal, internet e toda a mídia social, mas a boa mesmo é contada nas esquinas,
nos botecos ou em encontros casuais. A graça esta na espontaneidade e no modo
de segredar o “causo” que pode ser em verso, prosa ou engatado numa atrás da
outra, apelando para o testemunho de vivos e mortos. Dessa feita, pode-se
perder o amigo, mas o “causo” jamais.
Vamos manter a tradição viva,
vamos contar nossa história, seja o que era o que é ou o que parece ser. Vale
tudo. Pois o que parece mentira se faz
verdade e o que é real se torna obscuro. Saiba que o verbo tem força, que fala
é capaz de cortar e costurar relações, inventando palavras que futuramente,
quem sabe, irá enriquecer o vernáculo e universo cultural do nosso povo. O contador
por dever de ofício é pávulo e com muito banzeiro para prender o público senão
irá sofrer a retumbante rejeição do público.
Ao contar a história tudo é
válido, o amor, o pecado, o vício e as vontades proibidas. Na narrativa, os
ouvidos e a mira não estão voltados para as normas gramaticais e muito menos
para o politicamente correto. Vale tudo, poder fazer chorar, rir e vazar de
prazer. É o público que decide. E tem mais, o mesmo enredo pode ser contado
várias vezes porque o que vale é a interpretação do narrador em contar o conto
e acrescentar o seu ponto com pinta de artista.
Como podem ver, estamos
oferecendo oportunidade única para aqueles que têm algo para nos contar... ah
sim, antes que esqueça, os inscritos terão a oportunidade de participar com
destaque do FLIFLORESTA 2012 – o terceiro festival da floresta de Maués - o
grande encontro de autores e leitores que se realizará pela terceira vez na
terra do guaraná. E dessa forma estaremos fazendo o enlace dos narradores com
os renomados escritores do Amazonas como Thiago de Mello, Tenório Telles, Elson Farias, entre outros.
As inscrições estão sendo feitas
junto a Secretaria de Cultura Municipal de Turismo de Maués e no próprio local
do evento - contato: xicogruber@yahoo.com.br
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