sábado, 3 de novembro de 2012


A CIÊNCIA DE GOVERNAR E A NOMEAÇÃO DOS SECRETÁRIOS PARA PREFEITURA DE MANAUS

Ademir Ramos (*)

“O conhecimento, isto é, a competência instituída e institucional não é um risco, pois é arma para um fantástico projeto de dominação e de intimidação social e política”. Marilena Chauí

O enunciado é provocador. Faz pensar sobre o projeto de dominação engendrado por um determinado governante que instrumentaliza os aparelhos de Estado para intimidar as manifestações sociais desqualificando as forças da sociedade civil. Esse “fantástico projeto” é alimentado pela massificação das mídias sociais marcado por um discurso instituído com carimbo de competência, aparentando ser mais eficiente e eficaz na execução das ações governamentais.

A Cultura da Democracia (1989), segundo Chauí, fundamenta-se no processo de burocratização de todas as esferas da vida social oferecendo dificuldade e vendendo facilidade para assim garantir o controle das estruturas de poder sob o mando do discurso da organização, do desenvolvimento e da sustentabilidade como cacoete do presente.

A ciência de governar exige dos eleitos não só densidade política eleitoral, mas, sobretudo, preparo técnico científico e capacidade de conhecer, saber e discernir os fatos relativos aos ofícios da ciência do planejamento. Além desses predicativos agregados é sumamente importante que o eleito saiba escolher os novos Secretários Municipais valendo-se não só da intuição, mas certamente de valores e princípios que norteiam a conduta dos Agentes Públicos como atores qualificados, aptos para operar a máquina administrativa do Estado com responsabilidade, inovação, tecnologia e cognição (RITC), em Regime de Colaboração com as entidades e organizações sociais. 

A RITC está acima dos interesses particulares, de grupos familiares, empresariais ou partidários, funda-se nos valores republicanos a exigir dos agentes públicos a ética da responsabilidade. A confiança reclamada nessas relações de poder orienta-se não pela subserviência instituída da hierarquia de mando a reduz o sujeito em capacho da vontade do mandatário ou do superior imediato.

Portanto, para efeito da engenharia de governo em cumprimento aos fluxos das demandas sociais da cidade e da sociedade, no que tange à qualidade das políticas públicas, bem como aos demais serviços prestados aos cidadãos, é justo e necessário que os Secretários e demais Agentes a serem nomeados pelo novo Prefeito de Manaus sejam orientados não por relações afetivas ou familiares, mas, por critérios objetivos que denunciem responsabilidade, inovação, como capacidade criativa de investir nas práticas sociais visando a obter resultados operantes para o melhoramento da vida em sociedade; também requer desses Servidores Públicos não só a força e o prestígio, mas o domínio de tecnologia, habilidade no manejo das ferramentas para efetivação das políticas publicas normativas e sociais em atenção às prioridades definidas pelo mandatário.

Como afirmamos no início desta exposição despretensiosa tanto o ato de governar como também a participação do cidadão nesse processo provoca não só o repensar das práticas políticas instituídas, mas a inovação de se promover a transversalidade dos campos afins na perspectiva de se inaugurar um novo processo de cognição na política de governo da Prefeitura de Manaus sob a direção política, moral e ética de Artur/Hissa (PSDB-PPS) legitimados pelo presente e quem sabe credenciados para um futuro próspero a merecer do povo de Manaus e do Amazonas respeito e reconhecimento público pelo trabalho prestado a frente da Prefeitura de Manaus.

(*) É professor, antropólogo, coordenador do Projeto Jaraqui e do NCPAM/UFAM.               

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