CARTA ABERTA AOS VEREADORES DE MANANUS
Senhoras
e senhores vereadores de Manaus, a cidade reclama providencias imediatas quanto
à educação, saúde, mobilidade urbana, infraestrutura, segurança, moradia,
cultura, saneamento, gestão, enfim, políticas sociais em respeito às demandas
populares.
A
consecução dessas políticas depende não só da competência e habilidade do Poder
Executivo, mas também, da participação efetiva do Poder Legislativo Municipal
como instrumento de controle externo, atuando no processo de fiscalização
pública de forma propositiva e autônoma em cumprimento ao mandamento
Constitucional Republicano.
É dever
de ofício desta Casa Legislativa Municipal representar os interesses dos
munícipes e viabilizar plataformas legais e condições políticas favoráveis para
garantir políticas públicas eficientes que promovam o ordenamento da cidade e a
plena cidadania de nossa gente.
Saibam
senhoras e senhores que a representatividade é o instituto legal e político que
fundamenta a Democracia, aqui definida pelo imperativo do voto, como expressão
da soberania popular. Os Eleitos, em breve, serão diplomados pela Justiça
Eleitoral e quando entronizados nesta Casa devem jurar obediência ao povo, aos
valores republicanos, colocando-se acima de qualquer outro interesse,
garantindo dessa feita, os Direitos Coletivos, dando voz aos excluídos e as
minorias definidas por lei.
Ademais,
os vereadores são invioláveis por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos
no exercício do mandato.
A inviolabilidade
do mandato do vereador ou da vereadora está para a defesa dos interesses
populares assim como a mãe está para o filho. É uma relação indissociável sem a
qual o Poder Legislativo, a Democracia, não próspera e nem tampouco viceja os
Direitos Sociais e as salvaguardas individuais.
A
corrupção e os seus tentáculos resultam quase sempre da quebra desse mandato,
alimentando partidos e outras frentes na perspectiva de se afirmar um projeto
de poder assentado no crime, na chantagem, na propina, enfim, no assalto ao
cofre público drenando dessa forma o Erário para fins particulares e
corporativos.
Mas,
como se sabe, não há crime perfeito. E a impunidade combate-se com a Justiça, a
moralidade das instituições e de seus Agentes Públicos para o fortalecimento do
sistema Democrático, justo e social.
O
Projeto Jaraqui, doravante Comuna Jaraqui, recorre a este instrumento para
afirmar a defesa das práticas Democráticas Participativas visando o
fortalecimento desta Casa Legislativa. No entanto, como bem disse o ministro
Ayres Britto, em recente pronunciamento a frente do STF, no julgamento da Ação
Penal 470 (sessão do dia 12 de novembro), não existe só o “eleitor de
cabresto”, mas também o “político de cabresto”, com ressalvas é claro. Estes,
por sua vez, depois de eleitos abdicam do seu mandato parlamentar para servir
ao Poder Executivo à frente de determinadas Secretarias e Autarquias
municipais.
O ato
se consumado for, não deixa de ser uma afronta ao povo, pode-se até afirmar que
é um estelionato eleitoral, onde o povo é lesado em sua vontade e no seu
Direito. Pois, quando votamos, vota-se no titular e não no suplente de fato.
Além de contrariar a vontade da maioria, aquele que abdica do seu Mandato
provoca também a desmoralização desta Casa, acelerando o enfraquecimento do
Parlamento Municipal.
Vozes
dirão que é permitido por lei. Mas nem tudo que é legal é legítimo. E se
quisermos fortalecer esta Casa deve-se garantir sua plena autonomia a começar
pela composição da Mesa Diretora. Para tanto, é necessário definir novas
tratativas com o Poder Executivo pautado não mais nos favores, mas, na
autonomia e respeito mútuo dos poderes.
A
qualidade da Câmara Municipal não depende só da direção da Mesa Diretora, mas
da competência dos seus pares em formular proposituras que catalisem a vontade
popular. Para esse fim, é importante que
as Comissões Técnicas funcionem devidamente aparelhadas com os meios necessários
para operar o trabalho parlamentar com competência e habilidade técnica.
A
Comuna Jaraqui neste ato saúda os eleitos, bem como a todos e todas que
disputaram as eleições de 2012, com sucesso ou não, relevando o espírito
público e o profundo respeito à Democracia. O nosso dever como Movimento Social
é a defesa do Poder Legislativo atuante, autônomo e soberano, acima de qualquer
questiúncula paroquial e pessoal. Para tanto, gostaríamos de afirmar nosso
propósito e ampliar nossa relação com este poder valendo-se dos valores e
princípios da transparência, participação e reciprocidade no trato da coisa
pública. Com esta determinação é que encaminhamos o documento em pauta
propugnando pelo “Saneamento e Moralização do processo político e
administrativo do município de Manaus”, do qual somos também signatários.
Nosso
muito obrigado e, vivas aos manauaras que cumpriram com o seu dever e agora
estão na torcida para que os eleitos, os titulares cumpram com o seu mandamento
constitucional fazendo jus ao diploma popular, honrando com trabalho o voto recebido
nas urnas. Ao contrário, talvez não tenham paz e muito menos respeito do povo e
por isso serão punidos pela grita popular a ecoar nas ruas e praças contra
todos e todas que afrontarem a vontade e os interesses de nossa gente.
Era o
que tínhamos a dizer e nosso muito obrigado.
Plenário
da Câmara Municipal de Manaus
21 de
novembro de 2012
Militantes
do Projeto Jaraqui
Nota da Redação: O documento será lido no dia 21 (quarta-feira),
na Tribuna Popular da Câmara Municipal de Manaus, o requerimento é de autoria
do vereador Mario Frota (PSDB). A
manifestação no Plenário da Câmara inicia-se às 8h30 com término previsto para
9h30.
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