GOVERNO
DE COALIZÃO SOB A BATUTA DE ARTUR NETO
O
governo de coalizão minimiza o valor ideológico dos partidos e investe na
governabilidade como processo de garantia da eficácia de políticas públicas em
atenção aos gritantes problemas que a população sofre no município
Ademir
Ramos (*)
Prometido
e feito, o prefeito eleito de Manaus Artur Neto (PSDB) anunciou o seu time para
governar a capital do Estado do Amazonas, tendo pela frente os desafios de uma
cidade saqueada pelo desgoverno. A composição do secretariado tem cara de
coalizão centrada nos partidos aliançados, em sintonia com o patronato dos
interesses oligárquicos eleitorais, visando não só os meios necessários para
governabilidade como também o processo sucessório estadual.
O governo de coalizão
minimiza o valor ideológico dos partidos e investe na governabilidade como
processo de garantia da eficácia de políticas públicas em atenção aos gritantes
problemas que a população sofre no município.
Mesmo sendo amplo e heterogêneo, o governo de coalizão, no contexto
pluripartidário, nunca satisfaz a todos, criando zonas de tensão, que bem administrada
podem ser trabalhadas no curso dos quatro anos, instituindo dessa feita,
gestão, controle e disciplina com vantagens eleitorais e satisfação ideológica.
Isso só será possível
se o prefeito Artur Neto instituir uma cultura do planejamento, o que não tem
sido tão comum nas políticas públicas nacionais e muito menos local. Pois, não
basta somente o controle do orçamento é preciso o cumprimento de metas orientadas
pelas diretrizes em respeito à realização das prioridades de governo. É claro que
algumas secretarias deverão agir de pronto, fazendo ações de sua natureza tais
como: tapa-buraco, limpeza das ruas e praças, fiscalização das feiras e mercados,
aberturas das escolas e clínicas, controle do trânsito, da ocupação do espaço
urbano e do meio ambiente, entre outros, mas não basta.
Planejamento é
racionalidade exigindo definições claras dos formuladores de políticas
públicas, em particular do prefeito Artur Neto, quanto à realização de obras,
programas, projetos e ações. Em
princípio, o prefeito de Manaus deverá se referenciar nas propostas
apresentadas em seu plano de governo, delegando aos seus auxiliares diretos a
realização de fazer acontecer o que foi prometido. Para esse fim, faz necessário
criar condições favoráveis para que a ordem seja cumprida com competência e
habilidade.
O governo de coalizão
assenta-se numa maioria parlamentar devendo se fazer notar na Mesa Diretora da
Câmara e em suas decisões de plenário às vezes de forma propositivo ou não,
contanto que promova o diálogo baseado na confiança e credibilidade mútua como
requer a política republicana às vezes menos do que gostaríamos que fosse.
Nesta circunstância,
recorro aos ensinamentos do professor Fernando Henrique Cardoso: “Carta a um
Político – para construir um país melhor” (2006). Afirma o professor que: “os fins não podem justificar
os meios. Se as alianças forem feitas por causa de interesses momentâneos, pela
possibilidade de ganho imediato, para resolver um problema localizado, o que se
fará será apenas um arranjo mal arranjado” (p.156).
Sem julgamento prévio é
importante que se veja além das aparências e monitore o comportamento político
do governo Artur Neto a frente da Prefeitura de Manaus, que para ser
competitivo requer liderança e respeito junto aos seus pares sob a ordem de um
planejamento participativo visando construir um movimento político e social
apta a combater a corrupção e o clientelismo de Estado tão aceito nas práticas
políticas paroquiais, minimizando os valores democráticos e exaltando a prática
do “rouba, mas faz” identificados com os políticos feitores de obras faraônicas
vinculados as grandes construtoras e aos planos de mídias, fazendo com que o
povo não saiba o assalto que fez aos cofres público provocando graves males a
saúde, educação, segurança e a bem-estar a Manaus e ao povo do Amazonas.
Artur Neto tem pela
frente um grande desafio e se quiser ser um Estadista terá de fazer muito bem o
que o povo de Manaus lhe confiou, com pé no presente e visão de futuro,
lembrando somente que negociação é fato na política, barganha e chantagem é crime.
(*) É professor,
antropólogo, coordenador da Comuna Jaraqui e do NCPAM/UFAM.
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