domingo, 16 de dezembro de 2012


O PROJETO POLÍTICO DA UNIVERSIDADE LIVRE DO JARAQUI

Ademir Ramos (*)

A Universidade Livre do Jaraqui, na Praça Heliodoro Balbi, no Centro Histórico de Manaus, tem sido um ponto de convergência aos militantes, agitadores, agentes, promotores sociais, políticos profissionais, formuladores de políticas públicas e promotores das políticas corporativas de responsabilidade social. O encontro desses atores ocorre todos os sábados das 10 às 12h, movidos por calorosos debates pautados em demandas sociais sob a orientação de uma prática interdisciplinar dialógica, contemplando variados campos da economia, filosofia, cultura, política, história, meio ambiente, sob o foco do planejamento estratégico participativo visando à eficiência da ação governamental, controle cidadão da coisa pública e o cumprimento da ética da responsabilidade por agentes públicos e privados.

Esses postulados tem agregado força na prática política pedagógica do Jaraqui, que tem sido uma Universidade Aberta, definida mais pela função do que pela forma positivista de ser. A universidade enquanto instituto de Ensino, Pesquisa e Extensão deve ser repensada numa perspectiva participativa sob o controle dos contribuintes cidadãos que reclamam das Universidades e dos Institutos de Pesquisa respostas operacionais que sejam indutoras do desenvolvimento local. Estas e outras respostas devem ser expressão do humanismo civilizatório contra a intolerância, preconceito, discriminação e o obscurantismo que reduz o desenvolvimento cognitivo da pessoa.

A inovação dessas instituições é condição necessária para que a democracia venha prosperar de forma circular e participativa inseridas num sistema integrado de formação escolar, acadêmico e de pesquisa, como determinação de uma política promotora da soberania, que nada mais é do que a autodeterminação dos povos, sem a qual nenhuma Nação do planeta é capaz de se afirmar no cenário das humanidades, qualificado pela diversidade e pela capacidade de produzir conhecimento, agregando valor as empresas e empoderando o cidadão para que assegure os seus direitos fundamentais no embate das lutas sociais.

A estratégia pedagógica do Jaraqui é a prática dialógica assentada na rua e em Praça Pública. Os trabalhos foram retomados a partir do dia 28 de abril deste ano, resgatando o projeto iniciado em 1978 e paralisado em 1982.  Neste ano de 2012, sob a nossa coordenação, com a participação de organizações afins, buscamos dar um perfil aberto e popular intensificando as relações com os movimentos sociais e com os agentes públicos, informando e analisando os fatos com propósito de compreender as motivações que justificam as ações de governo, conferindo esses atos, com as prioridades postas pela sociedade organizada.  No sábado, dia 22, a Universidade Livre do Jaraqui estará encerrando suas atividades por este ano, celebrando com sua Confraria a fraternidade, a solidariedade, a participação como processo e a Republica como valor.

(*) É professor, antropólogo, coordenador do Jaraqui e do NCPAM/UFAM.      

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