O PROJETO POLÍTICO DA UNIVERSIDADE LIVRE DO JARAQUI
Ademir Ramos (*)
A Universidade Livre do Jaraqui, na Praça Heliodoro Balbi, no Centro
Histórico de Manaus, tem sido um ponto de convergência aos militantes,
agitadores, agentes, promotores sociais, políticos profissionais, formuladores
de políticas públicas e promotores das políticas corporativas de
responsabilidade social. O encontro desses atores ocorre todos os sábados das
10 às 12h, movidos por calorosos debates pautados em demandas sociais sob a
orientação de uma prática interdisciplinar dialógica, contemplando variados
campos da economia, filosofia, cultura, política, história, meio ambiente, sob
o foco do planejamento estratégico participativo visando à eficiência da ação
governamental, controle cidadão da coisa pública e o cumprimento da ética da
responsabilidade por agentes públicos e privados.
Esses postulados tem agregado força
na prática política pedagógica do Jaraqui, que tem sido uma Universidade
Aberta, definida mais pela função do que pela forma positivista de ser. A
universidade enquanto instituto de Ensino, Pesquisa e Extensão deve ser
repensada numa perspectiva participativa sob o controle dos contribuintes
cidadãos que reclamam das Universidades e dos Institutos de Pesquisa respostas
operacionais que sejam indutoras do desenvolvimento local. Estas e outras
respostas devem ser expressão do humanismo civilizatório contra a intolerância,
preconceito, discriminação e o obscurantismo que reduz o desenvolvimento cognitivo
da pessoa.
A inovação dessas instituições é condição
necessária para que a democracia venha prosperar de forma circular e
participativa inseridas num sistema integrado de formação escolar, acadêmico e
de pesquisa, como determinação de uma política promotora da soberania, que nada
mais é do que a autodeterminação dos povos, sem a qual nenhuma Nação do planeta
é capaz de se afirmar no cenário das humanidades, qualificado pela diversidade
e pela capacidade de produzir conhecimento, agregando valor as empresas e empoderando
o cidadão para que assegure os seus direitos fundamentais no embate das lutas
sociais.
A estratégia pedagógica do Jaraqui é
a prática dialógica assentada na rua e em Praça Pública. Os trabalhos foram
retomados a partir do dia 28 de abril deste ano, resgatando o projeto iniciado em
1978 e paralisado em 1982. Neste ano de
2012, sob a nossa coordenação, com a participação de organizações afins,
buscamos dar um perfil aberto e popular intensificando as relações com os
movimentos sociais e com os agentes públicos, informando e analisando os fatos
com propósito de compreender as motivações que justificam as ações de governo,
conferindo esses atos, com as prioridades postas pela sociedade organizada. No sábado, dia 22, a Universidade Livre do
Jaraqui estará encerrando suas atividades por este ano, celebrando com sua Confraria
a fraternidade, a solidariedade, a participação como processo e a Republica
como valor.
(*) É professor, antropólogo,
coordenador do Jaraqui e do NCPAM/UFAM.
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