sexta-feira, 27 de setembro de 2013

MUITO PARTIDO E POUCA REPRESENTATIVIDADE

Ademir Ramos (*)

O colapso dos partidos resulta da pouca representação que encerra no conjunto das mediações sociais junto ao poder de Estado. Mesmo assim criam-se novos partidos, não para ampliar a participação popular, mas para facilitar os “pulos” dos candidatos visando barganhar espaço nas alianças de poder assegurando ganhos imediatos. Então, será que nesse momento, não se faz um partido para responder a indignação popular e sirva como instrumento para afirmação da cidadania, alterando a rota do luluismo? - Uma boa pergunta. 

Mas, saiba que na conjuntura, a criação dos novos partidos é mais um arranjo eleitoral do que um concerto no sistema político nacional e tudo isso é feito de acordo com a vontade dominante. Ainda mais, um novo partido não altera o sistema e quem se fizer de rogado estará enganando a si e os tolos que o seguirem. 

O pluripartidarismo no Brasil encontra-se divorciado do pluralismo político porque maximizou os interesses privados e o carreirismo eleitoral, em detrimento dos projetos políticos programáticos fundamentados na representatividade como poder delegado. A criação dos novos partidos e a adesão dos candidatos de plantão é mais uma cartada a contrariar a vontade das ruas e a satisfazer a volúpia do poder temperado pelo gosto de quero mais.

(*) É professor, coordenador do Jaraqui e do NCPAM/UFAM.

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