MUITO
PARTIDO E POUCA REPRESENTATIVIDADE
Ademir
Ramos (*)
O
colapso dos partidos resulta da pouca representação que encerra no conjunto das
mediações sociais junto ao poder de Estado. Mesmo assim criam-se novos partidos,
não para ampliar a participação popular, mas para facilitar os “pulos” dos
candidatos visando barganhar espaço nas alianças de poder assegurando ganhos
imediatos. Então, será que nesse momento, não se faz um partido para responder
a indignação popular e sirva como instrumento para afirmação da cidadania,
alterando a rota do luluismo? - Uma boa pergunta.
Mas, saiba que na conjuntura,
a criação dos novos partidos é mais um arranjo eleitoral do que um concerto no
sistema político nacional e tudo isso é feito de acordo com a vontade
dominante. Ainda mais, um novo partido não altera o sistema e quem se fizer de
rogado estará enganando a si e os tolos que o seguirem.
O pluripartidarismo no
Brasil encontra-se divorciado do pluralismo político porque maximizou os interesses
privados e o carreirismo eleitoral, em detrimento dos projetos políticos
programáticos fundamentados na representatividade como poder delegado. A
criação dos novos partidos e a adesão dos candidatos de plantão é mais uma
cartada a contrariar a vontade das ruas e a satisfazer a volúpia do poder
temperado pelo gosto de quero mais.
(*) É professor,
coordenador do Jaraqui e do NCPAM/UFAM.
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