quinta-feira, 24 de outubro de 2013

MARINA E OS CAMINHOS A TRILHAR

Cleison Fernandes (*)

Se voltarmos um breve período de tempo na história política do Brasil, mais precisamente no ano de 1994, veremos que o PSDB chegou ao poder no momento em que o Real dava seus primeiros passos. Era uma época em que a nova moeda brasileira estava forte, valorizada, e o poder de compra do cidadão brasileiro alcançava índices significativos.

O governo tucano implantou o regime de metas de inflação, e construiu os pilares macroeconômicos que seriam herdados mais à frente pelo governo petista, e que seriam utilizados nos ganhos e conquistas sociais, sob a presidência de Lula. Mas o que vemos hoje é uma economia desajustada, desacelerada, com alguns fundamentos totalmente comprometidos. Os baixos índices de crescimento e um PIB ínfimo nos mostram um panorama de pessimismo a curto prazo.

A verdade é que os problemas que dificultam um desenvolvimento sustentável residem exatamente naquilo que é público e notório: educação de baixa qualidade, problemas na infraestrutura e baixo investimento em ciência e tecnologia. Ou seja, do início do governo FHC até o presente momento já são mais de 18 anos de severas mudanças pelas quais o Brasil passou, todas em diferentes contextos, em detrimento de um debate político que continua reduzido entre o PSDB e o PT, o que faz com que a nação se desenvolva a passos lentos, e carregue a eterna sina de “país do futuro”.

E onde a ex-senadora Marina Silva se situa nesse contexto? Muitos analistas políticos se arriscam a dizer que ela será o fiel da balança nas eleições do próximo ano. A julgar seu desempenho na última eleição, onde arrebatou quase 20 milhões de votos, não precisamos ir muito longe para entender sua real importância no processo de sucessão presidencial. Estamos num tempo em que a sociedade global clama por práticas de sustentabilidade, onde o apelo por esse tema cresce a cada dia, e até o momento é a ex-senadora quem tem discutido esses temas com mais profundidade.

Somado a esse quadro podemos juntar os votos obtidos nas últimas eleições, e as recentes manifestações nas ruas, de uma população cansada do descaso da nossa classe política, da corrupção, das velhas práticas políticas que se arrastam nos corredores do Congresso Nacional, e dos constantes assaltos ao dinheiro público. Em suma, o desafio de Marina Silva é mostrar à sociedade brasileira que ela tem potencial para restaurar os fundamentos da economia brasileira tão fragilizada, propor uma nova forma de fazer política, e apresentar um plano de crescimento econômico aliado à preservação do meio ambiente.

(*) É pesquisador do NCPAM, acadêmico de Direito, formado em Pedagogia.

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