sábado, 25 de outubro de 2008

UMA REFLEXÃO SOBRE A POBREZA POLÍTICA


Marilene Fernandes de Souza*


Pobreza política “Uma tragédia histórica”... Destaca-se na visão do sociólogo Pedro Demo o termo “pobreza”, não referido a fome e escassez de comida, mas a uma pobreza que se mostra como a pior de todas, em que ser pobre é estar desprovido de sua cidadania, frente a não ruptura com a lógica dominante e de não possui consciência de sua situação, ou seja, não consegue compreender as situações que o conduziram ao estado em que se encontra.

O estado letárgico ocorre como conseqüência histórica, conservando o poder e o dinheiro, bens, que historicamente, vêm sendo mantidos nas mãos de poucos por parte daqueles que o detêm, onde a massa não consegue construir seu próprio destino, atuando apenas como ator da história alheia, devido à engrenagem que cerca a democracia.

Estamos na véspera de uma decisão, decisão que implicará no futuro que teremos para nosso município pelos próximos quatro anos. E um dos caminhos para se romper com este quadro é a educação que educa para a cidadania, que privilegia a formação de brasileiros conscientes de sua condição histórica e social, que consigam dirigir seu próprio destino, fazendo frente a imposições dos dominadores, lutando com garra contra a pobreza política, que consequentemente alimenta a pobreza causadora da fome, da miséria, do desemprego e dos muitos males sociais que perpetuam a pobreza e a desigualdade.

Porém, as mudanças sociais dependem unicamente dos homens para tornarem-se possíveis é necessário saber e querer solucionar problemas; ser o comandante do próprio destino, mostrar-se ávido por um horizonte sem submissão, onde seja possível, participar da construção social, viver democraticamente, tendo a garantia dos direitos e deveres respeitados.

A organização social, através da educação erradicando a pobreza política, pode promover a capacidade de exercer mudanças efetivas, romper as amarras dos dominadores e estabelecer movimentos sociais capazes de redemocratizar a democracia e negar o assistencialismo disfarçado pela “solidariedade”.

É imperativo sairmos da senzala e avançar para o despertar da cidadania, rejeitando andar a reboque , tornando-nos livres, cidadãos organizados!

Boa Eleição a todos!!


* Pesquisadora do NCPAM e discente de Pedagogia da Ufam.

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