JARAQUI DISCUTE DECISÃO DO GOVERNO DE
CONTRATAR MÉDICOS ESTRANGEIROS
O debate promete ampla
repercussão porque além de abordar a questão da contratação dos médicos
estrangeiros deverá se discutir também a qualidade do serviço prestado a
população do Amazonas visto que tanto na capital como nos demais municípios do
estado a grita é geral por melhorias no serviço de saúde seja em atenção às
condições de internamento, como também quanto às atrocidades ocorridas no
processo de intervenção médica.
A tribuna popular do Jaraqui
instalada todos os sábados das 10 às 12h, na Praça Heliodoro Balbi, na
República Livre do Pina, no Centro Histórico de Manaus, pautou para este sábado
(15) uma ampla discussão sobre a decisão do Ministério da Saúde de contratar 6
mil médicos estrangeiros – da Espanha, de Cuba e de Portugal – para trabalhar
no interior do Brasil, desconsiderando o processo de Revalidação dos Diplomas
Médicos expedidos pelas Universidade estrangeiras (Revalida).
A Revalidação requer que os médicos
façam uma prova para avaliar os conteúdos curriculares que foram apreendidos no
curso de sua formação. O Revalida é aplicado tanto para os estrangeiros como
também para os brasileiros que se formam no exterior. Segundo a proposta do
governo federal, os médicos contratados teriam atuação restrita ao interior do País
e contariam com um registro provisório de 3 anos, podendo depois realizar a
validação do diploma ou voltar para os seus países de origem.
A discussão é nacional. Contudo,
pode-se comprovar que no interior do Amazonas e em alguns hospitais
particulares de Manaus a presença de médicos estrangeiros clinicando já virou
rotina. O debate promete ampla repercussão porque além de abordar a questão da
contratação dos médicos estrangeiros deverá se discutir também a qualidade do
serviço prestado a população do Amazonas visto que tanto na capital como nos
demais municípios do estado a grita é geral por melhorias no serviço de saúde
seja em atenção às condições de internamento, como também quanto às atrocidades
ocorridas no processo de intervenção médica.
A indignação é grande e desmedida
por parte da população que depende unicamente do Sistema Único de Saúde. Para a
minoria, os mais abastados, segundo eles, o melhor remédio é pegar um avião e
buscar atenção em outras paragens, bem longe do Amazonas porque “por aqui
conta-se mais com sorte do que com o dever do Estado.”
Foram convidados para os debates
o Sindicado dos Médicos do Amazonas, o Conselho Regional de Medicina, os
representante dos trabalhadores da saúde, os centros acadêmicos das
universidades públicas e privadas, diretores e professores das Faculdades de
Medicina do Estado, parlamentares e demais lideranças sócias.
Ainda recentemente, o Ministério
da Saúde informou que para ter um número adequado de médicos por habitante
equivalente a 2,7 médicos para grupo de mil pessoas, o Brasil precisa de 164
mil profissionais. Tratando-se da
interiorização, o Conselho Federal de Medicina defende que adoção de uma
carreira de estado para a categoria, matéria que já vem sendo discutida a
partir da Proposta de Emenda Constitucional (PEC 454/09). Defende também o
Conselho, a realização de concurso público imediato para o preenchimento dessas
vagas que o Ministério quer completar com médicos estrangeiros. Visto que: “Quando
o mercado não leva o médico, o governo tem que fazer um investimento público
para que ele possa atender a população. É isso que nós estamos propondo: que
haja uma solução emergencial e que após seja consolidada a carreira de Estado
para o médico do Brasil.”
A discussão esta posta, com a
palavra os indignados na perspectiva de formular novas políticas de saúde, em
respeito à população do nosso Amazonas.
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