sexta-feira, 21 de junho de 2013

NÃO BASTA QUERER É PRECISO FAZER ACONTECER

E assim vamos ocupar as ruas e praças porque contra a corrupção, a impunidade e as injustiças sociais elas representam a arquibancada do Brasil, vem você também no Sábado (22), das 10 às 12h, no Projeto Jaraqui, na Praça da Polícia demonstrar sua indignação, passando a limpo o Amazonas e o Brasil.

Ademir Ramos (*)
As manifestações populares que se repetem nas ruas e praças do Brasil são atos cívicos que exaltam a soberania popular e condenam as práticas ilícitas cometidas pelos governantes e políticos, beneficiando determinados grupos econômicos, empresas e a própria FIFA que, isenta de qualquer imposto investe contra o povo brasileiro controlando os estádios, seus territórios e demais bens agregados ao futebol no formato da Copa das Confederações e da Copa do Mundo de 2014. A atitude do governo brasileiro frente à vontade da FIFA deixa-nos todos (as) indignados e perplexos pela condição de subordinação que afronta os interesses populares e os valores republicanos, em particular, a autodeterminação do Estado Nacional.

Gastam-se milhões de reais nas construções de novas arenas esportivas provocando graves desequilíbrios nas contas públicas, minimizando os investimentos na saúde, educação, cultura, ciência, segurança, moradias e demais obrigações constitucionais para cumprir as exigências da FIFA e demais interesses privados escudados nas realizações das Copas. Soma-se a isso, a corrupção que assola o País, a impunidade, o desrespeito de toda ordem contra o povo mais ainda, a carestia que se apresenta com a volta da inflação e também com a não empregabilidade dos jovens no mercado de trabalho.

Para os milhões de brasileiros que se manifestam nas ruas esta responsabilidade compete aos governantes, aos parlamentares e ao próprio poder judiciário que muito fez para punir os mensaleiros, mas até agora, não efetivou a prisão de nenhum dos responsáveis com resgate do dinheiro público, o que cheira a impunidade.

No Amazonas, a grita é geral pela falta de creche, em atenção aos filhos das mulheres trabalhadoras, o que denuncia as convenções sindicais submissas aos interesses patronais, bem como também das Centrais Sindicais que muito fazem pelos Partidos que representam e pouco caso faz aos direitos dos trabalhadores. Da mesma forma cobra-se da Prefeitura a construção das creches em regime de tempo integral respeitando as demandas concentradas nas Zonas periféricas da cidade seguida de um corpo técnico qualificado capaz de cuidar das crianças como pessoas em desenvolvimento. Juntam-se a esta reivindicação a qualificação dos serviços prestados a população oferecendo os meios necessários para que o cidadão (ã) possa viver dignamente.

Grita-se também contra o superfaturamento da construção da ponte Manaus-Iranduba, da construção da Tomada de Água da Zona Leste (PROAMA), da construção da Cidade Universitária enquanto os campi da Universidade Estadual do Amazonas reclamam de suporte estrutural e acadêmico. Grita-se ainda contra os supersalários dos magistrados somado com suas múltiplas gratificações, estando acima do vencimento da Presidência da República. A venda de sentenças e outros expedientes que afrontam os pilares da Justiça, embora reconheça também que há entre eles operadores que cumprem religiosamente com seu dever constitucional.

Por tudo isso e de “saco cheio” milhões de brasileiros ocuparam as praças e ruas exigindo que se faça justiça e que os chefes dos poderes executivo, legislativo e judiciário mostrem a sua cara e cumpram com o seu dever condenando os larápios do povo e seus comparsas ao contrário serão “queimados” em praças públicas sendo execrados e esquecidos nas urnas. Mas, antes deverão se ver com os indignados que não aceitam mais ser tratado como babacas a base de políticas de “pão e circo” tão bem qualificadas na forma de bolsa.

Para isso, não basta querer é preciso participar reconhecendo que a sua força é capaz de mudar e subverter a ordem instituída que por hora está muito mais para surrupiar o dinheiro público do que para  distribuir esse bem por meio de políticas que garantam os Direitos fundamentais de nossa população. E assim vamos ocupar as ruas e praças porque contra a corrupção, a impunidade e as injustiças sociais elas representam a arquibancada do Brasil, vem você também no Sábado (22), das 10 às 12h, no Projeto Jaraqui, na Praça da Polícia demonstrar sua indignação, passando a limpo o Amazonas e o Brasil.


(*) É professor, antropólogo, coordenador do Projeto Jaraqui e do NCPAM/UFAM. 

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