A
POÉTICA DA DEMOCRACIA
Aproveito
a oportunidade e presto minha homenagem ao ministro Dr. Almino Afonso, que
muito nos animou nesta luta que agora compartilho com as amigas e amigos por
meio desta nossa página porque, segundo, Milton Nascimento “E há que se cuidar
do broto/ Pra que a vida nos dê flor e fruto”.
Ademir
Ramos (*)
Entendo
que o jardim seja a morada das flores, orquídeas, cravos, rosas e outras
belezuras que atiçam nas pessoas paixões, sentimentos e valores estéticos quanto
ao equilíbrio de suas ralações políticas com a natureza, sociedade e cultura
formadora do desenvolvimento humano.
Este
espaço é pensado, concebida e semeada com propósito de se deixar encantar pela
beleza exuberante que nos invade. Mas é preciso plantar e cuidar a cada dia
combatendo os agressores que chegam às vezes sorrateiros, quando não, no grito,
possessos de uma força delegada que julgam possuir como se fosse um salvo
conduto para matar a vida, as flores, destruindo o verde, poluindo o ar e as
águas.
O
desencanto é geral porque eles querem porque querem recriar o mundo a sua
imagem e semelhança de forma insípida, horripilante, sem perfume e sem o sopro
da vida, regido não mais pela diversidade do pensamento, do belo, das cores, da
vida, da ciência e dos saberes, mas, pela estupidez e ignorância que manda a
política autoritária pisoteando o jardim e todo verde que embeleza a ordem
democrática de forma peripatética, como bem exaltava o mestre Aristóteles,
ensinando aos seus discípulos que “a democracia entre as formas de governo é a
melhor das más”.
A
defesa deste nosso jardim faz-se necessária. O zelo e o cuidado devem ser
constantes para que as ervas daninhas da estupidez, ignorância e da truculência
não mate o verde e muito menos pisoteiem nossas flores proibindo a livre
manifestação do pensamento e da dignidade da pessoa humana.
O
verde ganhou forma no imperativo constitucional, o perfume das flores assim
como também o hálito das florestas espalharam-se pelos campos e cidades. Mas,
saibam todos que somente os sonhadores, poetas, pensadores e ambientalistas não
são suficientes para proteger e conservar o belo é preciso despertar no coração
do povo a responsabilidade do voto consciente qualificando sua opção e
direcionando sua vontade no presente e no futuro da democracia com verdejante
participação popular inebriado pelo perfume da política com p maiúsculo movido
pela força do direito que opera e faz Justiça Social.
(*)
É professor, antropólogo, coordenador do projeto jaraqui e do núcleo de cultura
política do Amazonas vinculado ao Dpto. de Ciências Sociais da UFAM.
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