DEMOCRATIZANDO OS
PARTIDOS POLÍTICOS COM
TRANSPARÊNCIA E RESPONSABILIDADE
Ademir Ramos (*)
No Brasil temos mais de
30 partidos políticos com representação no congresso nacional. Estas
organizações são todas bancadas por recurso público com intuito de assegurar
sua autonomia no julgamento das matérias, afastando em tese a rendição dessas
instituições aos interesses das corporações empresariais. Os fatos investigados
pela Operação Lava Jato denunciam ao contrário. Mas mesmo assim, os partidos
políticos continuam sendo a sustentação da democracia quanto à instituição da
representatividade popular devendo ser cada vez mais aprimorada talvez por meio
de uma Reforma Política, o mais breve possível, permitindo a inauguração de um
novo sistema que estreite cada vez mais o fosso entre o representante e o
representado, ou seja, entre o congresso e o povo.
O MANDONISMO NOS
PARTIDOS: O professor Boaventura de Souza chamou-nos a atenção da importância
dos partidos, devendo ser mais analisado quanto ao seu processo
democrático. Vejamos, eles primam pelas
eleições, mas, internamente, em sua maioria, são dirigidos pelo mandonismo de uma
direção nacional que quase sempre está centrada numa oligarquia familiar que
reproduz pelos estados.
QUALIDADE DOS SEUS
ATORES: Sua organização funcional, em síntese, está fincada em três categorias
de atores: Os tarefeiros, os militantes e os adesistas. Os tarefeiros são
profissionais do partido são atores que foram cooptados pela direção e estão
pronto para qualquer embate. Eles são cumpridores de tarefas às vezes
remuneradas, quando não, primam pelo status de ter acesso ao partido o que lhes
permitem pleitear algum cargo no governo direto ou indiretamente. Os tarefeiros
muitas vezes agem como milícias partidárias. São legalistas sem ser
programático, não têm base eleitoral fazem do partido a sua morada. São os
olhos e ouvidos da direção e quase sempre estão disponíveis para as
manifestações de massa. Os militantes
diferenciam-se dos tarefeiros porque buscam ampliar cada vez sua participação
nos núcleos, segmentos, grupos, comunidades e nos movimentos sociais.
Eles se
afirmam enquanto sujeitos operantes discutindo e analisando as questões sociais
junto aos partidos, não como fim mais como meio que possam da voz as propostas
e quem sabe encaminhar as demandas junto ao Executivo ou através do Legislativo
a depender das articulações da direção estadual ou municipal. Os militantes são
programáticos gostariam e muito que os partidos fossem catalisadores de suas
demandas deslocando sua direção para o foco dos problemas como verdadeira
plataforma de apoio atuando como vanguarda que lhes dessem suporte necessário
às articulações e mobilizações junto às lideranças sociais. Mas, quase sempre é
travado o que prejudica e muito a credibilidade do militante e do seu partido. Os adesistas são
bajuladores e oportunistas estão mais para os tarefeiros do que para os
militantes. Fazem tudo para “aparecer na foto” são agentes úteis no projeto
mandonista da direção partidária.
PELA UNIDADE
PROGRAMÁTICA: Por estas razões faz-se necessário a democratização dos partidos
com responsabilidade e transparência focada na Unidade Programática da sigla
pautada na sua reorganização com propósito de investir nas representações
populares catalisando suas demandas sociais visando os embates eleitorais
porque como se sabe um partido sem voto é como peixe fora d’água está morto e
sua direção deposta por inoperância.
(*)
É professor, antropólogo, coordenador do projeto jaraqui e do núcleo de cultura
política do Amazonas vinculado ao Dpto. de Ciências Sociais da UFAM. E-MAIL:
ademiramos@hotmail.com
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