Khemerson Macedo*
(Karl Marx dizia que toda sociedade pré-estabelecida, a partir de suas contradições internas, tenderia necessariamente a alcançar uma nova realidade social, ou seja, tese – antítese – síntese. Tomarei emprestada essa premissa para aplicá-la ao artigo abaixo sobre o pensamento, mas já vou avisando: não procurem coerência, não é este o meu propósito!).
I. A tese: “penso, logo existo” (Descartes)
Pensar é um ato preponderantemente humano. Temos capacidade de dialogar com o nosso meio a partir de nossas experiências individuais e/ou coletivas; criamos, assim, inteligibilidade acerca das coisas que nos cercam, dando sentido à nossa existência. Definimos-nos a partir daquilo que construímos em sociedade. Neste processo, nos discernirmos também entre nós mesmos; criamos desigualdades, classes sociais, instituições, definindo quem domina e quem é dominado.
Percebemos, dessa forma, a relação fundamental existente entre pensamento e ação, que orienta nossa inteligibilidade e a nossa existência. Quando pensamos, projetamos algo para nossa vida, seja esta para o bem ou para o mal, criando as condições para a manutenção de determinado status quo. Nesse sentido, nossa ação também orienta nosso pensamento.
A soma de todas as inteligibilidades se massifica em um pensamento único, dominante, e que prepondera em determinado período histórico, sabotando a capacidade que nós temos de criar interpretações próprias para o nosso próprio devir, nos deixando reféns da perversa lógica do capital, onde tudo é comercializável e supérfluo.
Tudo na sociedade se orienta para esta tendência: as artes, a cultura, as relações pessoais. Somos individualizados para sermos potencialmente competidores natos. Tudo é voltado para a calculabilidade; as relações pessoais são destruídas ou despersonalizadas, viramos sombras, à procura de algo para comprar!
Seguindo esta lógica, como fazer para dela fugir?
II. A antítese: “existo, logo penso” (?)
Bom! Vocês viram acima o que eu penso acerca do que é pensar (que trocadilho infame!), agora, proponho, a partir disso, algumas reflexões acerca de como poderíamos fugir um pouco da lógica do pensamento dominante capitalista. Agora, se você não ta nem aí pra esse artigo, recomendo outro site qualquer (a Sexy, por exemplo)!
Nada melhor do que combater as formas de ver, sentir e agir do mundo capitalista com um pouco de subversão. Mas o que isso significa? Subverter significa quebrar barreiras, revolucionar, criar outros meios. Expressa contestação, propõe mudanças radicais, ou seja, para a moral capitalista, é o mal!
O pensamento dominante se reproduz entre as “almas” que corrompe a partir da simplicidade de sua reprodução: não nos deixa pensar. Assim, não há contestação! Tal manutenção é flagrante quando: 1) as artes são orientadas para a cultura de massa: novela, sessão da tarde, forró (do tipo Lapada na Rachada!); 2) a cultura popular vira espetáculo (os mega-shows do Roberinho)! e; 3) a educação é tratada com descaso e não levam em conta as especificidades de cada região.
Dessa maneira, o pensamento predominante gera sua própria antítese: a inquietação, a revolta, a luta, a subversão. Passemos ao outro tópico!
III. A síntese: o pensamento subversivo
Pensar subversivamente é lidar o tempo todo com o novo, é ter a possibilidade de criticar tudo à sua volta, angustiando-se com o marasmo e criando tudo continuamente (poderia até reescrever este artigo, por exemplo). É a ação a serviço do pensamento limpo, sem corrupções e/ou alienações. É a tomada de consciência a partir do pensamento engajado, comprometido com a crítica contínua à sociedade (deixa-me resumir ao leitor, antes que este caia no sono, de tanto tédio: pensar subversivamente é pensar de fato, literalmente). É fugir das regras impostas e criar alternativas interessantes. Como este artigo, por exemplo, que, em vez de seguir uma linha mais acadêmica, preferiu adotar uma linha não muito ortodoxa.
Mas, afinal de contas, não é esta a idéia deste artigo?
* Coordenador de Projetos do NCPAM e Cientista Social.
(Karl Marx dizia que toda sociedade pré-estabelecida, a partir de suas contradições internas, tenderia necessariamente a alcançar uma nova realidade social, ou seja, tese – antítese – síntese. Tomarei emprestada essa premissa para aplicá-la ao artigo abaixo sobre o pensamento, mas já vou avisando: não procurem coerência, não é este o meu propósito!).
I. A tese: “penso, logo existo” (Descartes)
Pensar é um ato preponderantemente humano. Temos capacidade de dialogar com o nosso meio a partir de nossas experiências individuais e/ou coletivas; criamos, assim, inteligibilidade acerca das coisas que nos cercam, dando sentido à nossa existência. Definimos-nos a partir daquilo que construímos em sociedade. Neste processo, nos discernirmos também entre nós mesmos; criamos desigualdades, classes sociais, instituições, definindo quem domina e quem é dominado.
Percebemos, dessa forma, a relação fundamental existente entre pensamento e ação, que orienta nossa inteligibilidade e a nossa existência. Quando pensamos, projetamos algo para nossa vida, seja esta para o bem ou para o mal, criando as condições para a manutenção de determinado status quo. Nesse sentido, nossa ação também orienta nosso pensamento.
A soma de todas as inteligibilidades se massifica em um pensamento único, dominante, e que prepondera em determinado período histórico, sabotando a capacidade que nós temos de criar interpretações próprias para o nosso próprio devir, nos deixando reféns da perversa lógica do capital, onde tudo é comercializável e supérfluo.
Tudo na sociedade se orienta para esta tendência: as artes, a cultura, as relações pessoais. Somos individualizados para sermos potencialmente competidores natos. Tudo é voltado para a calculabilidade; as relações pessoais são destruídas ou despersonalizadas, viramos sombras, à procura de algo para comprar!
Seguindo esta lógica, como fazer para dela fugir?
II. A antítese: “existo, logo penso” (?)
Bom! Vocês viram acima o que eu penso acerca do que é pensar (que trocadilho infame!), agora, proponho, a partir disso, algumas reflexões acerca de como poderíamos fugir um pouco da lógica do pensamento dominante capitalista. Agora, se você não ta nem aí pra esse artigo, recomendo outro site qualquer (a Sexy, por exemplo)!
Nada melhor do que combater as formas de ver, sentir e agir do mundo capitalista com um pouco de subversão. Mas o que isso significa? Subverter significa quebrar barreiras, revolucionar, criar outros meios. Expressa contestação, propõe mudanças radicais, ou seja, para a moral capitalista, é o mal!
O pensamento dominante se reproduz entre as “almas” que corrompe a partir da simplicidade de sua reprodução: não nos deixa pensar. Assim, não há contestação! Tal manutenção é flagrante quando: 1) as artes são orientadas para a cultura de massa: novela, sessão da tarde, forró (do tipo Lapada na Rachada!); 2) a cultura popular vira espetáculo (os mega-shows do Roberinho)! e; 3) a educação é tratada com descaso e não levam em conta as especificidades de cada região.
Dessa maneira, o pensamento predominante gera sua própria antítese: a inquietação, a revolta, a luta, a subversão. Passemos ao outro tópico!
III. A síntese: o pensamento subversivo
Pensar subversivamente é lidar o tempo todo com o novo, é ter a possibilidade de criticar tudo à sua volta, angustiando-se com o marasmo e criando tudo continuamente (poderia até reescrever este artigo, por exemplo). É a ação a serviço do pensamento limpo, sem corrupções e/ou alienações. É a tomada de consciência a partir do pensamento engajado, comprometido com a crítica contínua à sociedade (deixa-me resumir ao leitor, antes que este caia no sono, de tanto tédio: pensar subversivamente é pensar de fato, literalmente). É fugir das regras impostas e criar alternativas interessantes. Como este artigo, por exemplo, que, em vez de seguir uma linha mais acadêmica, preferiu adotar uma linha não muito ortodoxa.
Mas, afinal de contas, não é esta a idéia deste artigo?
* Coordenador de Projetos do NCPAM e Cientista Social.
3 comentários:
COMO FAZ FALTA O SABER FILOSÓFICO ACADEMICO A TODOS NÓS INICIADOS. AS REGRAS DO PENSAMENTO FORAM DEFINIDAS TANTO POR ARISTÓTELES QUANTO POR HEGEL E MARX, SOB A PERSPECTIVA DE UMA LÓGICA FORMAL E DIALÉTICA RESPECTIVAMENTE. A NÀO COERENCIA É FORMA, MAS A RETÓRICA VACILANTE DO AUTOR RESIDE NO AFORISMO QUE NÃO É SOCRÁTICO MAS CARTESIANO, NÃO SEI SE É UMA PEGADINHA, MAS, A BEM DA VERDADE HISTÓRICA, DEVE SER IMEDIATAMENTE ESCLARECIDO. ESTA DIFERANÇA DENUNCIA O QUANTO A TRANSVERSALIDADE FAZ FALTA EM NOSSA FORMAÇÃO....CONHEÇA A FILOSOFIA E SEJA UM DOS AMANTES É A RECEITA DO FILÓSOFO MATRINXÀ.
Um pensamento tão profundo, digno de grandes filosófos de eras muito remotas.
Você caro escritor expoe profundamente nossos anseios e desejos subversivos.
Nestes meandros da inteligencia impar, vc mostrou o quanto sua capacidade e sensibilidade estão afloradas para as questões da sociosofia (sociologia+filosofia).
Meus Parabéns, o mundo só tem a ganhar com mentes como a sua, que não se contentam com o óbvio, com o sensacionalismo barato dos domingos com o fausto de merda, que infelizmente usa o nome do grande Fausto( o verdadeiro FAustão)....
Sinceramente, não entendi o filósofo matrinxã, este sujeito subterrâneo, com premissas e conclusões que desafiam a imaginação e a boa lógica. A premissa do caro filósofo matrinxã é falsa porque sequer introduz uma reflexão (crítica oa não) preliminar acerca da discussão do Khemerson, e suas conclusões perdem-se ao meio de palavras soltas, autores que nunca leu, fora do tempo-espaço, que não contribui e muito mesmo critica a idéia de Khemerson. Pelo visto nosso filosofo vai ter que fazer outra graduação em filosofia, e passar pelas aulas de lógica I e II para aprender a criticar e parar de tentar escrever estas escrecencias. Aquele abraço
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