*Anibal Beça ©
Toda palavra guarda uma cilada
Torquato Neto
Toda palavra voa nebulosa
até chegar latente ao nosso chão.
Pousa sem pressa ou prece em mansa prosa
caída chuva breve de verão.
até chegar latente ao nosso chão.
Pousa sem pressa ou prece em mansa prosa
caída chuva breve de verão.
Toda palavra se abre generosa
para abrigar segredos num porão
lá onde sobram sombras sinuosas
levantando a poeira no perdão
Toda palavra veste-se vistosa
para fazer afagos na paixão
uma pantera em paz, porém tinhosa.
Toda palavra enfim é explosão
que o mundo só é mundo por osmose
pois há um outro ser no coração
para abrigar segredos num porão
lá onde sobram sombras sinuosas
levantando a poeira no perdão
Toda palavra veste-se vistosa
para fazer afagos na paixão
uma pantera em paz, porém tinhosa.
Toda palavra enfim é explosão
que o mundo só é mundo por osmose
pois há um outro ser no coração
Apenas uma palavra é capaz de salvação. Seja no amor, no dia-a-dia, na solidariedade com os esquecidos do mundo. Uma palavra basta para salvar aquele à beira do penhasco. Doe-se em palavra, salve e salve-se.
* Poeta amazonense, membro da academia amazonense de letras e presidente do conselho municipal de política cultural de Manaus.
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