quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

AOS BEM-AVENTURADOS!!!

Imagem: Rohden Franz Von Gerburt

Os homens eternizam sonho e esperança quando simbolizam suas representações numa determinada forma material. Seguido a este comportamento específico, celebram em comunhão o tempo forte de sua existência, recorrendo à força da tradição ou da própria história para reencontrar consigo mesmo, no cantinho do seu mundo social representado nas relações de parentesco ou afins.

A liturgia natalina promove o milagre da parição do Menino-Jesus, filho de Maria e José, no cocho dos animais, em Belém da Judéia, Cidade de Davi, conforme consta nos editos dos Evangelhos. A mensagem do nascimento do Menino-Deus é anunciada nos céus do Oriente, agregando homens, riqueza e poder.

Esta manifestação natalina, personalizada na encarnação do filho de Deus, desestabiliza o poder dominante provocando a ira dos poderosos, que buscam satisfazê-la a todo custo, com a morte do Anunciado, vingando desta feita, a mentira, o crime, a corrupção, a injustiça. No entanto, o Verbo que se fez Carne, promove a comunhão dos homens sustentada na reciprocidade do amor, exaltando a prática do Direito como se fosse à alegria dos jovens.

Nessa perspectiva, o poder dos governantes corruptos, libertinos e mentirosos passa a ser denunciado pelos males causados ao povo. Entretanto, pedagogicamente, a mensagem libertária do Cristo Jesus, ganha corpo na luta social para redimir o pecado do mundo, semeando nos corações e mentes, a possibilidade de se construir aqui e agora a justiça distributiva manifesta na atitude dos magos do Oriente, que “abriram seus cofres e ofereceram-lhe presentes: ouro, incenso e mirra”.

O gesto em foco significa muito mais do que os minutos da propaganda governamental, que pretende nos transformar em vaca de presépio, fazendo crer que tudo está bem, quanto à efetividade dos nossos direitos fundamentais à moradia, educação, saúde, trabalho, segurança, cultura, entre outros. Portanto, enquanto os magos, abrindo os cofres, promovem a gratuidade e a justiça. No Amazonas, o Governo do Estado concentra cada vez mais a riqueza e poder nas mãos de poucos, gerando desigualdade, exclusão social e a destruição de nossas florestas.

O cenário nos faz refletir sobre a profecia de Jeremias, em denunciar que: “sobre as montanhas, eu elevo gemidos e prantos; sobre as pastagens da estepe, um canto de lamentação. Porque elas estão queimadas, ninguém passa por ali, e não ouvem o grito dos rebanhos. (9,9)”.

Neste Natal, o NCPAM quer fazer ouvir os gritos das famílias excluídas do Amazonas e, assim como o Menino-Deus, pretende também agregar novos parceiros para juntos construirmos caminhos que fortaleçam as organizações sociais, banindo da política as ervas daninhas, que muitos males fazem ao povo do Amazonas. Assim sendo, desejamos aos Bem-aventurados desta causa, justiça e Paz para todos.

FELIZ NATAL E UM PRÓSPERO 2009!!!

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