terça-feira, 23 de dezembro de 2008

BOLSA FLORESTA: EPIDEMIA DA DEPENDÊNCIA

Foto:Portal do governo do Amazonas

O governador do Amazonas, Eduardo Braga (PMDB), depois da pisa eleitoral sofrida nas últimas eleições, tudo tem feito para convencer o povo do interior do Estado de sua infinita bondade e justiça social. A estratégia do governador candidato é atacar todas as frentes, visando encurralar os concorrentes e, principalmente, neutralizar lideranças sociais que se manifestem contrárias ao “pensamento único” instituído no governo.

Para esse fim, o governador e seus “cabos eleitorais” ocupa todos os sábados, por duas horas, um programa de rádio, em cadeia para todo o interior do Estado. Não satisfeito, aumentou o orçamento da secretaria de comunicação de seu governo para promover a cooptação dos agentes da mídia, ampliando muito mais ainda, de forma repetitiva sua imagem junto ao povo por meio da propaganda.

Mas, a ginástica maior para agradar o “chefe”, assim qualificado pelos magistrados da Corte de Justiça do Estado, é do diretor-geral da Fundação Amazonas Sustentável, aquela criada “a toque de caixa” para justificar a privatização das Unidades de Conservação do Estado, em benefício do Bradesco e de outros agentes privatistas.

O diretor-geral da Fundação, Virgílio Viana, que se diz um dos mentores do Programa Zona Franca Verde, rascunhou um artigo, tentando convencer a Academia de Ciência e os demais leitores da revista Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP), de que o governador Eduardo Braga é um ecologista de marca maior e por isso, resolveu instituir o Bolsa Floresta para salvaguardar a saúde e qualidade de vida das populações tradicionais e indígenas do Amazonas, decretando uma compensação monetária a estes homens e mulheres para proteger a floresta em pé.

O artigo do diretor da Fundação, que tem o Bradesco como sócio, publicado na revista da USP, Estudos Avançados 64, fez parte do Dossiê Epidemias. Em seu Editorial, a revista faz questão de destacar que “o presente número de Estudos Avançados traz um dossiê sobre as epidemias que têm assolado regiões diversas do planeta e, particularmente, o Brasil [...]. O leitor não-especializado receberá deste dossiê um alto número de informações idôneas sobre dengue, Aids e várias “doenças tropicais”, como a malária, doença do sono, as esquistossomoses, as leishmanioses e as doenças de Chagas.”

Em nenhum momento, o editor da revista da USP faz referência ao Bolsa Floresta enquanto instrumento da saúde dos índios e ribeirinhos do Amazonas, como defende o diretor-geral da Fundação Amazonas Sustentável, Virgílio Viana, ao contrário, o silêncio do editor faz com que se compreenda o Bolsa Floresta como uma das pragas que assola o território do Amazonas comparado as “doenças tropicais”, o que requer determinação dos cientistas para superar, segundo o editorial, os “percalços advindos ora das empresas privadas ora da burocracia estatal”, buscando combater a dependência e o vício pactuado nos tratados, que no passado ancorava-se em situação de nosso clima tropical e hoje, governantes e outros oportunistas recorrem à proteção do meio ambiente e a saúde do planeta para acumular riqueza e voto.

5 comentários:

aldenortikuna disse...

Achei um gol de letra esta materia que trata de uma praga que vai assolando dia-após-dia os nossos irmãos ribeirinhos e demais populações tradicionais do nosso estado que é esse bolsa floresta.
É um programa que certamente foi criado com as vestes eleitoreiras do governador já candidato. Agora, o que o estado, na minha opinião precisa, é criar politicas de desenvolvimento às comunidades que "supostamente" já são beneficiárias do programa. e aí poderia também incluir a população indígena que sem dúvida nenhuma tem dado sua enorme parcela de contribuição no tocante à manutenção da floresta em pé.

Anônimo disse...

Este artigo é um absurdo e fere a dignidade dos povos da floresta, que são assistidos pelo bolsa floresta. Vocês precisam ver a felicidade no rosto dos moradores da floresta ao receber sua bolsa floresta, que escreve isso, não é sensível as necessidades e ao bem estar social e qualidade de vida dos povos da floresta.
É digno de repúdio tamanho desrespeito ao amazonas. Pessoas que editam uma matéria dessas não tem orgulho de serem amazonenses.

aldenortikuna disse...

Meu caro Washington,

Com todo respeito a sua pessoa e opinião, eu tenho sim orgulho de ser amazonense, mas não por ser assistido por politicas inexistentes, falsas. Vc e eu sabemos que ao ser levado cinquenta reais às famílias, certamente causa sim sorrisos, afinal, não se ganhava nada anteriormente, mas reflita junto comigo: neste enorme patamar financeiro que vive este programa deveriam ser canalizados projetos de desenvolvimento àquelas gentes pra que eles possam andar com as próprias pernas. afinal não é este o sonho de todos.
Volto a dizer e nós os indígenas? Por que estamos ainda de fora?
É claro que está sendo construído a nível de politica nacional algo neste sentido, mas sentimos a falta de uma estruturação em nível de Estado para nós.

Um abraço

Aldenor tikuna

Anônimo disse...

A bolsa não representa a redenção social e muito menos o assistencialismo amorfo das repúblicas das bananas. Não apostaria nesta dicotomia limitada. As políticas de bolsas devem dar as condições objetivas e subjetivas para a inserção social dos cidadãos. A bolsa deve ser acompanhada pelas políticas públicas estruturais, como educação, saúde, lazer e infra-estrutura..., associada ao delta positivo do orçamento das famílias Sem esta ação coordenada e impactante, temos apenas a repro dução do dinheiro-pelo-dinheiro, escolhas coletivas e resultados trágicos.

Anônimo disse...

Eu tenho orgulho de ser Amazonense mais não de ter este PARAENSE SAFADO COMO GOVERNADOR DO MEU ESTADO!

Quer fazer o que bem entende com o ENCONTRO DAS ÁGUAS com seus projetos,mirabolantes,faraonicos e eleitoreiros e alienodores como o BOLSA FLORESTA!que ele vá mexer lá no PARÁ que e terra de LADRÃO DE ONDE ELE VEIO.