“Não sou contra o ativismo de sofá”, afirma o filósofo francês Pierre
Lévy
SÃO PAULO - Idealizador do termo "inteligência coletiva" e autor de
livros sobre cibercultura desde a década de 90, o filósofo francês Pierre Lévy
afirmou, em entrevista ao Estadão nesta segunda-feira, 11, que
os abaixo-assinados
pela internet são expressões legítimas da vontade dos
cidadãos. Ele nega que esse tipo de mobilização seja menos legítima do que as
manifestações tradicionais, como protestos na rua, e afirma ser necessário
investir em alfabetização digital para elevar o nível de debate na internet.
Apesar do crescente controle da rede, tanto por governos autoritários como pelos democráticos, o professor da Universidade de Ottawa, no Canadá, acredita haver mais liberdade de expressão com a internet do que sem ela. Lévy também prevê que o poder de reunir dados e analisá-los vai desempenhar um papel fundamental na vida política do futuro.
Confira abaixo a íntegra da entrevista, concedida pelo Twitter. Em suas
respostas, Lévy indicou links para outros documentos que embasam suas ideias,
reproduzidos abaixo.
Qual a relevância dos
abaixo-assinados online para pressionar os parlamentares?
Eu penso que seja tão relevante como os abaixo-assinados escritos. Uma
petição é uma petição. Uma petição online só é mais fácil de organizar!
Sendo mais fácil, o sr. não acha que
há um risco de promover o "ativismo de sofá" nesse tipo de campanha?
Eu não sou contra o ativismo de sofá. Qualquer forma que o cidadão use
para se expressar é positiva.
Você vê aspectos da democracia direta
nesse tipo de movimento?
Não. Democracia direta ocorre quando a decisão está nas mãos das
próprias pessoas. Eu prefiro ver os abaixo-assinados como formas de expressão.
Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,nao-sou-contra-o-ativismo-de-sofa-afirma-o-filosofo-frances-pierre-levy,1007313,0.htm
Nenhum comentário:
Postar um comentário